Especial de Natal 2025

Dia 15 de dezembro, garanta seu lugar

Cadastro gratuito
Guerra Oculta - Estreia exclusiva
Evento de lançamento começa em
00
D
00
H
00
M
00
S
December 2, 2025
Ative o lembrete
Feminismo
3
min de leitura

Quem criou o feminismo?

Segundo a historiadora Ana Campagnolo, William Goodwin é o criador do feminismo. Saiba mais sobre seu pensamento e influência sobre Mary Wollstonecraft.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
29/11/2023 18:26
Quadro de Willian Godwin, considerado o criador do feminismo, feito por James Northcote em 1802.

Segundo a historiadora Ana Campagnolo, William Goodwin é o criador do feminismo. Ele defendia que tanto os homens quanto as mulheres não deveriam ser submetidos ao padrão moral da cultura ocidental.

Em jantares promovidos por pensadores revolucionários de Londres, William influenciou diversos interlocutores, incluindo Mary Wollstonecraft, posteriormente sua esposa. Mary foi considerada a primeira mulher a defender o feminismo.

As informações deste artigo são baseadas nas pesquisas feitas pela historiadora Ana Campagnolo, em seu curso sobre Feminismo, ministrado no Núcleo de Formação. Além do curso, a Brasil Paralelo elaborou um ebook sintetizando as principais informações do movimento feminista - toque aqui para garantir seu livro digital.

O que você vai encontrar neste artigo?

O pensamento de Godwin, o pai do feminismo

Embora o termo feminismo tenha sido inventado por Charles Fourier, William Godwin foi um dos primeiros autores a defender a igualdade de gênero de forma sistemática.

Para ele, instituições como família e Estado, Igreja e capitalismo de mercado são realidades que atrapalham a realização pessoal do ser humano. Os dirigentes dessas instituições as comandavam para escravizar os seus membros, defendia o autor. Para ele, homens e mulheres deveriam se libertar dessa tradição.

Godwin era um ex-pastor calvinista que abandonou o ministério, a fé e a igreja, tornando-se um cético e um ateu convicto, anti-Igreja e anti-religião.

Seu sistema de pensamento defendia:

Autores como o cientista político Travis Roulston afirmam que Godwin foi o primeiro anarquista da história. No livro Anarchist Individualism, Travis explica que o pensamento de Godwin tem por base o individualismo utilitarista.

A autonomia do indivíduo passa a ter um papel sagrado. Maximizar a liberdade pessoal é o maior desejo de Godwin, afirma o Dr. Joseph T. F. Roberts em um artigo sobre o autor. Seus principais influenciadores foram os iluministas franceses, cuja filosofia preconizava revoluções radicais contra as tradições ocidentais.

Para Godwin, a finalidade da vida humana é a máxima satisfação dos prazeres e desejos carnais e pessoais. Sua filosofia defende que não existe um certo e errado universal, como preconiza o Direito Natural.

Sintetizando o pensamento de Godwin e explicando as raízes do feminismo em seu pensamento, Ana Campagnolo diz no curso ministrado na Brasil Paralelo:

"William Godwin é um dos pensadores da revolução sexual. Quero frisar para que vocês prestem atenção: novamente, temos um homem. 

Não falamos de mulheres ainda, porque ainda não apareceram aqui. William Godwin era contra a monogamia e contra o casamento, esse casamento tradicional, católico, cristão, que conhecemos. 

Vejam, os primeiros a levantar a bandeira do fim do casamento, do divórcio facilitado, da liberdade sexual, não são as mulheres, são os homens. Até o momento, nós só estamos falando de homens". 

Godwin ensina Mary Wollstonecraft

Godwin frequentava reuniões de outros pensadores adeptos do iluminismo francês na capital da Inglaterra, em Londres. Era amigo do político Thomas Paine e do artista Henry Fuseli.

Em uma dessas ocasiões, Godwin conheceu Mary Wollstonecraft. A jovem se aprofundou em suas ideias revolucionárias após frequentar esses banquetes.

Nas rodas de conversa, eles falavam sobre política, literatura e, principalmente, sobre a Revolução Francesa. William e Mary se casaram anos após os primeiros contatos. Mary apaixonou-se pela primeira vez por Gilbert Imlay. 

A tragédia de Wollstonecraft

Imlay era um executivo norte-americano que viajava pelo mundo, defensor do fim do casamento e do fim da monogamia.

Imlay defendia todo tipo de amor livre. Ele chegou a publicar um livro chamado The Emigrants (1973), uma espécie de tratado de defesa do divórcio e da libidinagem generalizada.

Imlay fugiu e abandonou Mary assim que soube que a engravidou. Depois de um tempo, ela descobriu que Imlay tinha uma segunda mulher. 

Enquanto estava nessa situação de desamparo, Mary percebeu que precisava de um marido para ajudá-la a sustentar a criança.

Mary procurou novamente Gilbert Imlay e chegou a propor que este fosse marido das duas mulheres, pois queria ajuda e suporte para criar a filha. Ele, contudo, não quis.

Desolada com a recusa, Mary Wollstonecraft, tentou se suicidar no rio Tâmisa. Ela acabou sobrevivendo com a ajuda de um homem que passava e viu o ocorrido. 

Foi a segunda tragédia que ela tinha experimentado com uma figura masculina, a primeira decepção foi seu pai alcoólatra e violento.

O casamento dos autores feministas

Depois, Mary reencontrou William Godwin. Após passar a morar com William, Mary engravidou novamente. Os dois se casaram na igreja. 

Ana Campagnolo trata do controverso episódio em seu livro Feminismo: Perversão e Subversão:

“Mary contraiu matrimônio com William Godwin, que, aliás, também é considerado um dos precursores do pensamento anarquista. 

Criticados e questionados por suas reputações libertinas não condizerem com a oficialização do casamento, os noivos se justificaram: o casamento foi o meio legal que encontraram para proteger financeiramente tanto Mary quanto o bebê que nasceria”.

A influência de Godwin sobre o pensamento de Mary

Relacionados

Todos

Exclusivo para membros

Ver mais