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Filosofia
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min de leitura

O que é uma família? Surpreenda-se com a explicação filosófica

O conceito de família natural é universal e serve para todos. A verdadeira definição de família é baseada na realidade e não exclui pessoas.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
31/8/2021 15:31
-

A definição de família é fixa ou é uma construção social que pode variar? Muitas tradições vivem suas relações conjugais, filiais e fraternais de maneira diferente. Leis são alteradas ou reinterpretadas para adaptar o conceito à modernidade e grupos sociais distintos têm ideias diferentes sobre isto.

Portanto, é preciso investigar se a cultura pode mudar o que é uma família. Neste artigo, a linha de exposição do conteúdo envolve a filosofia e a tradição ocidental para entender o que é a família natural.

Este é um dos temas do Especial de Natal da Brasil Paralelo. É uma produção inovadora, com novo cenário, orquestra completa e vários convidados. Confira a fala de especialistas sobre os desafios da família na criação dos filhos.

O que você vai encontrar neste artigo?

Introdução ao estudo sobre o que é família

Família do latim famulus designava todo o agrupamento humano envolvendo o senhor da casa, incluindo seus servos. Além disso, esta palavra denomina ligações biológicas, ancestrais, legais e afetivas.

Quando se reflete no que é uma família, rapidamente se pensa nas pessoas ligadas por ancestrais comuns e que se uniram por meio do matrimônio ou da adoção.

Família é também o nome da célula da sociedade, o primeiro ambiente de socialização de um novo ser humano. De acordo com o artigo 226 da Constituição da República de 1988, a família é entendida como a base da sociedade e recebe proteção especial do Estado.

Se a definição do dicionário Aurélio for observada, encontra-se o seguinte:

“1. Conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela. 2. Conjunto formado pelos pais e pelos filhos. 3. Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo casamento e pelos seus eventuais descendentes. 4. Conjunto de pessoas que têm um ancestral comum. 5. Conjunto de pessoas que vivem na mesma casa”.

Muito se fala também sobre a família patriarcal. Neste antigo modelo cultural, o homem dispunha de sua mulher como uma propriedade. Além de ser marido e pai, ele era o governante.

O advento que mudou esta realidade no Ocidente foi o Cristianismo. Historiadores, como Daniel Rops, relatam que as mulheres se convertiam primeiro e depois tentavam converter seus maridos, porque quando isto acontecia, elas recebiam um tratamento melhor.

Contudo, a proposta deste artigo não é investigar as variações familiares ao longo da história, desde a época das cavernas até os dias de hoje.

O conteúdo é sobre a definição natural de família, aquilo que ela é e não pode deixar de ser, independentemente do tempo e da cultura.

Somente através da filosofia será possível compreender que a célula da sociedade não é moldada de acordo com as vontades políticas e ideológicas.

Filósofos que falam sobre a importância da família

Por que é preciso estudar filosofia para entender o que é família? Através da análise filosófica, o estudo acontece por meio da luz natural da razão. Ao falar de o que é família, é possível compreender que o conceito que a define não é arbitrário.

Os filósofos gregos, observando a realidade, encontraram conceitos que não dependem da opinião, mas da observação.

Eles fornecerão as bases para sustentar a definição e a finalidade da família.

O que é substância?

O conceito de substância surge para dar nome àquilo que não muda nos seres. Um dos principais filósofos a trabalhar esse conceito foi Aristóteles. É o que permanece, mesmo que a aparência se torne diferente.

Por exemplo, o ovo da galinha, o pintinho e o galo são diferentes entre si. O que se percebe é que a essência ou substância é a mesma. Isto também é chamado de natureza.

É natural que do ovo da galinha saia um pintinho e não um pequeno jacaré.

Uma vez que a galinha tenha posto, nada mais entra no ovo. Há ali uma essência. A aparência muda, mas trata-se da mesma coisa: uma ave específica. O pintinho torna-se um grande galo quando cresce, mas continua sendo o mesmo que era desde o tempo em que estava no ovo.

Se fosse diferente, era de se esperar que os mais diversos animais saíssem do ovo.

Os filósofos notaram isso em todas as coisas. Mesmo que a aparência mude com o tempo, há um núcleo que não muda, que permanece o mesmo.

Uma semente de azeitona jamais faria brotar uma figueira. Mesmo que a semente se transforme em uma árvore, é a mesma coisa do início ao fim.

Os seres, sem deixar de ser o que são, podem mudar sua aparência. Mas mesmo que seja uma realidade visível, a filosofia moderna rejeitou este conceito.

Quais consequências a filosofia moderna trouxe ao negar a substância?

Quando o conceito de substância é negado, na realidade, o que está sendo rejeitado é que as coisas possuem uma identidade e uma finalidade. Quando se conhece uma essência, sabe-se para que serve a coisa.

Para que serve a faca? Para cortar. A finalidade revela a natureza da coisa. Da mesma forma é a essência do olho ver e a do ouvido, ouvir.

Quando isto é negado, é aceito que se pode fazer usos inapropriados dos objetos e dos seres. Seria como esperar uma árvore de pintinhos ao plantar um ovo, ou esperar que pedras eclodissem dando à luz outras pedrinhas.

Negar a natureza do ser é alterar sua finalidade. Conhecendo o que é constante em cada coisa, aprende-se o que se pode e o que não se pode esperar dela. Filósofos modernos defendem que as coisas não têm definição, que isso é cultural.

Para entender o que é família natural, é necessário perceber como a realidade se comporta, não como as ideologias querem que ela seja.

A relação da natureza com a finalidade de cada ser

Como se percebe a substância de algo?

Ela é detectada pela inteligência, afinal os sentidos apenas percebem as características externas. É a partir disto que a função é aprendida, que é o resultado da definição do ser.

Ora, se o pintinho, a pedra, a semente, etc., possuem uma natureza, o ser humano também possui. O homem possui um modo de ser que não é o mesmo que os outros animais.

Quando conhecemos a natureza da semente, a tratamos de forma diferente, plantando, adubando e regando. Conhecendo a natureza do pintinho, não se fará o mesmo com ele ou morrerá.

O ser humano também possui uma própria forma de “funcionar” melhor. Neste cenário surge a virtude.

A virtude e seu papel na definição do que é uma família

O ser humano não receberá a mesma educação do macaco, pois são naturezas diferentes. Um personal trainer, por exemplo, estudou a natureza do músculo e sabe como ensinar a forma mais apropriada de cuidar de sua nutrição e dos exercícios ideais. Isto é obedecer ao ser da coisa.

Os filósofos também notaram que o ser humano possui algo que os animais não possuem. Diferentemente de todos, possui uma alma que consegue inteligir, raciocinar, ser autoconsciente.

Perceberam que para os animais bastam os bens físicos, biológicos e materiais. Já o homem, por outro lado, precisa de algo mais além, ele precisa de educação virtuosa.

Mas o que é virtude?

As virtudes são a faculdade de realizar o que é próprio do ser de forma excelente. A natureza da faca é cortar, logo a faca virtuosa (ou a faca excelente) é a que corta bem.

Uma cadeira serve para sentar. Se ela não puder receber alguém que se assente nela, a cadeira não é virtuosa, não é excelente. O mesmo será dito de um órgão que não funciona. Se o coração não bate, ele não cumpre sua função e não tem virtude no sentido filosófico.

E quanto ao ser humano, o que é ser virtuoso?

Naturalmente, os filósofos perceberam que o ser humano quer alcançar a felicidade de alguma forma. Algumas coisas contribuem, outras atrapalham o caminho. O homem que vive a virtude realiza sua natureza tal como ela é.

Especialmente neste artigo sobre o que é família, o foco volta-se para a realidade dos sexos.

  • Não deixe de assistir ao Especial de Natal da Brasil Paralelo. Um dos temas principais é justamente a família. Convidados como João Malheiro, diretor do Colégio Porto Real, e o psiquiatra Italo Marsili conversaram sobre este tema.

O papel dos sexos na essência humana e na família

Conceito-de-Familia-tradicional
Família contemplando o pôr do sol.

Tendo compreendido o que é natureza (ou substância), que ela revela a finalidade do ser e que a virtude é a excelente execução dessa finalidade essencial, pode-se perceber isto nas relações humanas.

No ser das coisas está inscrita sua “fórmula” de realização.

Na natureza humana há o que chama-se de sexo, que pode ser masculino ou feminino.

E o que é usar o sexo de forma virtuosa? É usá-lo de acordo com sua finalidade.

A primeira e essencial finalidade é a reprodução. O prazer é uma finalidade secundária, porque é consequência da primeira. Como analogia, pode-se pensar que a finalidade primeira do alimento é nutrir, as secundárias são promover a confraternização e o prazer do paladar.

Não se diz que a finalidade da orelha é ser suporte de brinco, isto é secundário. A primeira finalidade é ouvir.

Em relação ao sexo, o raciocínio é o mesmo. Porém, o órgão reprodutor do homem ou o da mulher não bastam por si mesmos. Sozinhos, eles não reproduzem. É necessário o encontro do órgão reprodutor masculino com o feminino.

Disto pode resultar um novo ser humano. Esta complementariedade marca a essência do sexo. Uma vez que há um bebê, ele precisa de educação, pois não se desenvolve por si mesmo.

Finalmente, por toda esta explicação de conceitos que os filósofos perceberam na realidade, é possível entender o que é uma família e porque sua definição não é arbitrária ou cultural, definida por grupos sociais.

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