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Feminismo
3
min de leitura

O que significa misoginia? Conheça a história e o significado

Misoginia é a prática e o pensamento de discriminação contra o sexo feminino, uma atitude de desprezo perante as mulheres.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
27/4/2023 14:15
-

Para além de um termo gramático, misoginia representa uma discussão social e filosófica a respeito da natureza da mulher e seu papel na sociedade.

Entenda o que é misoginia e as principais discussões ao redor do tema.

  • Para saber mais sobre as origens do feminismo e sua influência na história moderna, a Brasil Paralelo elaborou o e-book Feminismo e Marxismo: com Ana Campagnolo. Não perca a oportunidade de conhecer as origens e os principais pensadores de um movimento que influencia o debate público de hoje.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é misoginia? 

Misoginia é a prática e o pensamento de discriminação contra o sexo feminino, uma atitude de desprezo perante as mulheres. O termo tem origem na língua grega, sendo uma união das palavras miseo (que significa ódio) e gyne (mulheres).

Origem do termo misoginia

O primeiro registo da utilização de misoginia é um teatro de comédia de autoria anônima, publicado em Londres, em 1630. 

O teatro se chamava Swetnam, the Woman-Hater, Arraigned by Women (Swetnam, o odiador de mulheres, arranjado por mulheres). Narrava Susan Frye e Karen Robertson no livro Maids and Mistresses, Cousins and Queens: Women's Alliances in Early Modern England, publicado pela Oxford Press. 

A peça surgiu após uma controvérsia da época: em 1615, Joseph Swetnam publicou em Londres um panfleto chamado The Lewd, Idle, Disobedient and Fickle Women Process (O processo das mulheres lascivas, ociosas, desobedientes e inconstantes)

O conteúdo cômico da peça

A obra possuía um tom cômico e filosófico, afirmando que as mulheres possuem uma natureza pecaminosa, enganadora e sem valor. Swetnam fez piadas e utilizou da Bíblia e da Ilíada de Homero para zombar das mulheres.

Alguns trechos dos escritos diziam:

"As mulheres são desonestas por natureza";
"As aspirações de sua mente e sua vontade de libertinagem trouxeram a desgraça para o homem".

O panfleto se popularizou na sociedade pela Inglaterra, gerando diversas respostas, sobretudo das próprias mulheres.

A peça Swetnam, the Woman-Hater Arraigned by Women (Swetnam, o odiador de mulheres arranjado por mulheres) zomba de Swetnam afirmando que ele foi exilado para a Sicília devido a seu ódio pelas mulheres, onde ele pediu para ser chamado de Misogynos, odiador de mulheres em Grego.

A partir da publicação desta peça, o termo misógino se popularizou na Inglaterra, sendo adicionado no dicionário de Oxford em 1656. Após a controvérsia perder relevância, a palavra misógino foi pouco utilizada pelo mundo até o século XX.

Feministas passam a utilizar o termo misoginia

No final do século XX, a ativista feminista Andrea Dworkin resgatou a palavra misoginia para se referir as pessoas defensoras do machismo segundo a teoria do feminismo. A primeira obra a utilizar a palavra foi Woman Hating: A Radical Look at Sexuality, publicada em 1974.

Desde então, o termo misoginia foi adotado pelo movimento feminista ao redor do mundo.

O sentido do termo misoginia para o feminismo moderno

Para Andrea Dworkin, misoginia é uma forma sistemática de ódio e violência direcionada às mulheres, com base em uma hierarquia de sexo que coloca os homens em uma posição superior às mulheres. 

Autoras feministas creem que a misoginia não é uma atitude individual, mas sim uma estrutura social que permeia todas as instituições e relações sociais. Márcia Tiburi escreve que, para Débora Diniz, Luciana Boiteux e Valeska Zanello, a misoginia é discurso de ódio originário e constitutivo da cultura patriarcal.

As teses de Dworkin estão de acordo com essas teses, argumentando que a misoginia é profundamente enraizada na cultura e na história humana. 

Para ela, a luta contra a misoginia deve ser uma luta coletiva para transformar as estruturas sociais e culturais que sustentam a opressão das mulheres.

De acordo com Dworkin, a misoginia se manifesta de diversas formas, incluindo a violência sexual e doméstica, a exploração sexual e a objetificação das mulheres na mídia e na cultura popular. 

As teorias sobre misoginia vinculam-se à teoria do machismo estrutural e das sociedades patriarcais.

Patriarcado e marxismo

Essa visão está dentro da lógica inaugurada pelas ideias de Karl Marx. Foi ele quem criou o pensamento de que o motor do mundo é a luta de classes. Para Marx, a sociedade é erigida sobre uma estrutura de opressão e luta pelo poder.

O feminismo está intimamente ligado ao marxismo, afirma a historiadora Ana Campagnolo neste e-book sobre Feminismo e Marxismo.

Membros da Escola de Frankfurt desenvolveram tal ideia para a cultura, o que posteriormente baseou o feminismo. A Escola de Frankfurt desenvolveu ainda mais o pensamento marxista anti-família tradicional através da cultura.

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