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Feminismo
3
min de leitura

Machismo: entenda o significado do termo e o debate ao seu redor

A palavra machista mudou de significado ao longo da História. Entenda o termo e sua ressignificação a partir do século XX.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
27/4/2023 15:48
Foto de Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

O termo machismo vai além de uma simples palavra do português. Inicialmente uma palavra de conotação neutra, machismo passou a ser um termo central em uma discussão filosófica-social.

Entenda o termo, sua história e os diferentes pontos de vista a respeito de seu significado filosófico e social.

  • Para saber mais sobre as origens do feminismo e sua influência na história moderna, a Brasil Paralelo elaborou um e-book sobre Feminismo feito com base nos estudos da historiadora Ana Campagnolo. Não perca a oportunidade de conhecer as origens e os principais pensadores de um movimento que influencia o debate público de hoje.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é machismo?

O machismo, de acordo com o significado contemporâneo, é a crença de que muitos homens possuem "orgulho masculino em excesso; virilidade agressiva. Ideologia da supremacia do macho que nega a igualdade de direitos para homens e mulheres", diz o dicionário Michaelis

A palavra machismo nem sempre teve esses significados. No século XV, portugueses e espanhóis usavam a palavra para descrever comportamentos masculinos, diz o psicólogo Frederick Leong da Universidade do Estado de Michigan, no livro Enciclopédia do Aconselhamento.

Não existem estudos que apontem a utilização do termo antes desse período. Os habitantes da península ibérica e seus descendentes utilizavam a palavra de forma neutra, sem denominar uma realidade de opressão política ou social. 

Foi a partir dos estudos feministas realizados pela autora Evelyn Paniagua Stevens, em meados do século XX, que o termo passou a ter uma conotação negativa. O novo sentido foi adotado pelo movimento feminista. 

Machismo estrutural

Surgiu em meio ao movimento feminista o termo "machismo estrutural" para denominar um suposto sistema de poder misógino, que utiliza aparatos sociais e políticos em vista de oprimir e dominar as mulheres, explica o psicanalista Helio Hintze.

Não se sabe ao certo a origem do termo, mas ele se popularizou entre autoras feministas da terceira onda do movimento.

A sociedade atual é machista?

Para uma grande parcela do movimento feminista, a sociedade contemporanea é machista e misógina, privilegiando os homens e oprimindo as mulheres. Em um exemplo atual, Guilherme Boulos, deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), disse em uma entrevista ao Roda Vida:

"Vivemos em uma sociedade racista e machista, e isso se expressa nos espaços de poder".

Um artigo da Universidade de São Paulo (USP) defende essa tese utilizando os seguintes dados:

  • Segundo o Mapa da Violência de 2015, o Brasil é 5º país no mundo que mais mata mulheres;
  • De acordo com o IBGE, as mulheres recebiam, em 2018, 79,5% do total do salário de um homem, configurando desigualdade salarial entre os sexos;
  • Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 100 mil meninas e mulheres sofreram violência sexual entre março de 2020 e dezembro de 2021. A cada 10 minutos uma mulher é vítima de estupro no Brasil.

"O mundo não é machista!", dizem outros especialistas

Autores como a historiadora Ana Campagnolo e o psicólogo americano Jordan Peterson não enxergam o mundo pela ótica de que os homens oprimem as mulheres com machismo. Para eles, as mulheres são mais privilegiadas que os homens em certos aspectos.

Ana Campagnolo defende sua tese utilizando os seguintes dados:

  • Embora o Brasil seja o 5º país com a maior taxa de feminicídio, o número de homens assassinados no Brasil é 12 vezes maior que o número de mulheres assassinadas. Segundo dados do Atlas da violência de 2017, 4.621 mulheres foram assassinadas, enquanto 54.459 homens foram assassinados;
  • A psicóloga australiana Bettina Arndt aponta que mais de 1.700 artigos científicos mostram que casos de abuso doméstico são cometidos por ambos os sexos. Um estudo de 2010 analisou mais de 200 levantamentos nos quais foi encontrada simetria de sexo;
  • Um estudo feito por uma instituição da Fundação Oswaldo Cruz mostra que, entre os adolescentes das capitais brasileiras, 28,5% das garotas cometeram algum ato de violência física contra o namorado, versus 16,8% de atos de violência dos garotos.

Ana Campagno explica que, no início do movimento feminista, o voto era um direito derivado de um dever. Nos países que tinham o voto, apenas os homens que iriam servir no exército podiam votar.

Votar significava escolher alguém que tivesse poder de convocar uma guerra ou não. Por isso, apenas os homens podiam votar, já que as mulheres não iriam para a guerra. 

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A quantidade do trabalho feminino passou a aumentar a partir da I Guerra Mundial, quando os homens estavam no campo de batalha, e as mulheres precisaram trabalhar nas fábricas para que bens básicos fossem produzidos.

O mesmo aconteceu durante a II Guerra Mundial.

Logo após o fim das Grandes Guerras, as mulheres que tinham maridos com boa renda escolheram voltar para suas casas. Campagnolo utiliza como exemplo o caso da Convenção de Seneca Falls, no qual a maioria das mulheres presentes votaram por não lutar pelo direito de voto.

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