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Machismo: entenda o significado do termo e o debate ao seu redor

Feminismo
Sociologia
Sociedade
Machismo
Foto de Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil
Redação Brasil Paralelo

O termo machismo vai além de uma simples palavra do português. Inicialmente uma palavra de conotação neutra, machismo passou a ser um termo central em uma discussão filosófica-social.

Entenda o termo, sua história e os diferentes pontos de vista a respeito de seu significado filosófico e social.

  • Para saber mais sobre as origens do feminismo e sua influência na história moderna, a Brasil Paralelo elaborou um e-book sobre Feminismo feito com base nos estudos da historiadora Ana Campagnolo. Não perca a oportunidade de conhecer as origens e os principais pensadores de um movimento que influencia o debate público de hoje.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é machismo?

O machismo, de acordo com o significado contemporâneo, é a crença de que muitos homens possuem "orgulho masculino em excesso; virilidade agressiva. Ideologia da supremacia do macho que nega a igualdade de direitos para homens e mulheres", diz o dicionário Michaelis

A palavra machismo nem sempre teve esses significados. No século XV, portugueses e espanhóis usavam a palavra para descrever comportamentos masculinos, diz o psicólogo Frederick Leong da Universidade do Estado de Michigan, no livro Enciclopédia do Aconselhamento.

Não existem estudos que apontem a utilização do termo antes desse período. Os habitantes da península ibérica e seus descendentes utilizavam a palavra de forma neutra, sem denominar uma realidade de opressão política ou social. 

Foi a partir dos estudos feministas realizados pela autora Evelyn Paniagua Stevens, em meados do século XX, que o termo passou a ter uma conotação negativa. O novo sentido foi adotado pelo movimento feminista. 

Machismo estrutural

Surgiu em meio ao movimento feminista o termo "machismo estrutural" para denominar um suposto sistema de poder misógino, que utiliza aparatos sociais e políticos em vista de oprimir e dominar as mulheres, explica o psicanalista Helio Hintze.

Não se sabe ao certo a origem do termo, mas ele se popularizou entre autoras feministas da terceira onda do movimento.

A sociedade atual é machista?

Para uma grande parcela do movimento feminista, a sociedade contemporanea é machista e misógina, privilegiando os homens e oprimindo as mulheres. Em um exemplo atual, Guilherme Boulos, deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), disse em uma entrevista ao Roda Vida:

"Vivemos em uma sociedade racista e machista, e isso se expressa nos espaços de poder".

Um artigo da Universidade de São Paulo (USP) defende essa tese utilizando os seguintes dados:

  • Segundo o Mapa da Violência de 2015, o Brasil é 5º país no mundo que mais mata mulheres;
  • De acordo com o IBGE, as mulheres recebiam, em 2018, 79,5% do total do salário de um homem, configurando desigualdade salarial entre os sexos;
  • Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 100 mil meninas e mulheres sofreram violência sexual entre março de 2020 e dezembro de 2021. A cada 10 minutos uma mulher é vítima de estupro no Brasil.

"O mundo não é machista!", dizem outros especialistas

Autores como a historiadora Ana Campagnolo e o psicólogo americano Jordan Peterson não enxergam o mundo pela ótica de que os homens oprimem as mulheres com machismo. Para eles, as mulheres são mais privilegiadas que os homens em certos aspectos.

Ana Campagnolo defende sua tese utilizando os seguintes dados:

  • Embora o Brasil seja o 5º país com a maior taxa de feminicídio, o número de homens assassinados no Brasil é 12 vezes maior que o número de mulheres assassinadas. Segundo dados do Atlas da violência de 2017, 4.621 mulheres foram assassinadas, enquanto 54.459 homens foram assassinados;
  • A psicóloga australiana Bettina Arndt aponta que mais de 1.700 artigos científicos mostram que casos de abuso doméstico são cometidos por ambos os sexos. Um estudo de 2010 analisou mais de 200 levantamentos nos quais foi encontrada simetria de sexo;
  • Um estudo feito por uma instituição da Fundação Oswaldo Cruz mostra que, entre os adolescentes das capitais brasileiras, 28,5% das garotas cometeram algum ato de violência física contra o namorado, versus 16,8% de atos de violência dos garotos.

Ana Campagno explica que, no início do movimento feminista, o voto era um direito derivado de um dever. Nos países que tinham o voto, apenas os homens que iriam servir no exército podiam votar.

Votar significava escolher alguém que tivesse poder de convocar uma guerra ou não. Por isso, apenas os homens podiam votar, já que as mulheres não iriam para a guerra. 

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A quantidade do trabalho feminino passou a aumentar a partir da I Guerra Mundial, quando os homens estavam no campo de batalha, e as mulheres precisaram trabalhar nas fábricas para que bens básicos fossem produzidos.

O mesmo aconteceu durante a II Guerra Mundial.

Logo após o fim das Grandes Guerras, as mulheres que tinham maridos com boa renda escolheram voltar para suas casas. Campagnolo utiliza como exemplo o caso da Convenção de Seneca Falls, no qual a maioria das mulheres presentes votaram por não lutar pelo direito de voto.

Jordan Peterson

Jordan Peterson defende a tese de que os homens são responsáveis pelas tarefas mais difíceis da sociedade em benefício das mulheres, afirmando que cada um dos sexos tem suas vantagens e desvantagens:

No livro 12 Regras Para a Vida, Jordan afirma que a ideia feminista de machismo prejudica os homens desde a mais tenra idade.

Peterson diz que é natural que os meninos sejam mais competitivos e gostem de atividades arriscadas. Eles são mais desobedientes e gostam do que é desafiador e provocativo. 

Em um simples jogo, se as meninas começam a dominar, eles saem, porque querem medir suas habilidades com outros garotos.

Para Peterson, estas características masculinas estão sendo atacadas na sociedade moderna, de modo que os homens têm sido incentivados a serem menos homens.

“Existem cursos inteiros nas universidades abertamente hostis aos homens. São áreas de estudo dominadas pelo argumento pós-moderno/neomarxista de que a cultura ocidental, em especial, é uma estrutura opressora, criada por homens brancos para dominar e excluir as mulheres”.

Segundo Jordan Peterson, não é novidade que a cultura seja opressiva, mas não apenas isso. Ele explica que qualquer hierarquia gera vencedores e perdedores. Quando se persegue um objetivo, nem todos o alcançam, e não é possível para todos alcançá-lo.

Nem todos se esforçam da mesma forma e possuem as mesmas habilidades ou motivações.

O que hoje é chamado de opressão patriarcal ou comportamento misógino, foi, na verdade, a criação de uma cultura na qual homens e mulheres buscaram uma forma de viver melhor. Viver sem tantas privações, doenças e trabalhos penosos.

Para Peterson, aqueles que hoje não fizeram nenhum esforço para criar algo valioso, querem apenas demolir.

A consequência mais terrível dos ideólogos é chegar a dizer que “mulher” é uma invenção dos homens que querem dominar, que não existe o masculino e o feminino, como defendia Simone de Beauvoir. Querem anular as diferenças naturais de cada sexo.

Peterson defende que militantes argumentam sem nenhuma evidência que a sociedade ocidental é patologicamente patriarcal e misógina, que os homens são a principal fonte de opressão das mulheres e não a própria natureza, e que todas as hierarquias foram criadas para excluir pessoas.

Dessas ideias surge o pensamento de que os meninos devem ser criados da mesma maneira que as meninas. Eles devem aprender a não ser agressivos. 

De acordo com Peterson, isto é inato, não aprendido.

“A agressividade sustenta o impulso de ser extraordinário, incontrolável, de competir, vencer – de ser ativamente virtuoso pelo menos em uma dimensão”.

O conselho aos homens foi assim resumido:

“Faça seu trabalho. Carregue seu fardo. Fique esperto e preste atenção. Não resmungue nem seja melindroso. Defenda seus amigos. Não bajule nem entregue a ninguém. Não seja escravo de regras idiotas. Nas palavras imortais de Arnold Schwarzenegger: ‘Não seja um mariquinha’”.

Os homens precisam ser fortes porque outros homens exigem isso e é o que as mulheres querem ou não se sentirão seguras, defende Jordan Peterson. Além do mais, os homens se tornam mais durões pressionando a si mesmos e uns aos outros.

É a conclusão do psicólogo na décima primeira das 12 regras para a vida: O espírito que interfere quando os meninos estão tentando se tornar homens, portanto, não é benéfico nem para as mulheres nem para os homens.

As pessoas que querem enfraquecer os homens, diminuir sua masculinidade, são fracassadas, invejosas, rancorosas e destrutivas. É melhor não incomodar as crianças.

Leia mais sobre os movimentos ideológicos da atualidade:

Os três movimentos acima foram abordados na minissérie As Grandes Minorias.

O estabelecimento do patriarcado segundo o feminismo

Para ampliar o entendimento sobre o termo machismo, pode-se estudar também a tese da sociedade patriarcal e a luta de classes de Karl Marx, uma vez que essas teorias antecedem e baseiam o conceito moderno de machismo.

A Sociedade Patriarcal

Segundo a historiadora Ana Campagnolo, o conceito de patriarcado desenvolvido pelo movimento feminista é: 

"Estrutura social na qual os homens possuem poder dominância em diversos ramos da sociedade, especialmente os homens brancos, cisgêneros e heterossexuais".

O significado literal de patriarcado é “regra do pai”. Vem do grego πατριάρχης (patriarkhēs), “pai de uma raça” ou “chefe de uma raça, patriarca”.

Em uma cultura patriarcal, o homem assume a responsabilidade e a autoridade política, moral e religiosa sobre as mulheres e os filhos confiados à sua proteção.

Historicamente, o termo “patriarcado” significava o governo autocrático do chefe de uma família. Atualmente, o termo foi absorvido por feministas que consideram a masculinidade geradora do problema social do machismo.

Ativistas feministas como Betty Friedan e Kate Millet afirmam que os homens oprimem as mulheres não somente nas relações diretas, mas que criaram um sistema de dominação.

Patriarcado e marxismo

Essa visão está dentro da lógica inaugurada pelas ideias de Karl Marx. Foi ele quem criou o pensamento de que o motor do mundo é a luta de classes. Para Marx, a sociedade é erigida sobre uma estrutura de opressão e luta pelo poder.

Membros da Escola de Frankfurt desenvolveram tal ideia para a cultura, o que posteriormente baseou o feminismo. A Escola de Frankfurt desenvolveu ainda mais o pensamento marxista anti-família tradicional através da cultura.

Segundo essa visão moderna, os homens dominaram o sistema de produção, ou seja, o sistema capitalista, e criaram uma cultura machista para manter esse sistema, desvalorizando a figura feminina no processo.

Esses e outros fatores geraram segmentos do feminismo moderno.

O que é feminismo? 

O feminismo é o movimento que afirma existir uma desigualdade social e econômica entre homens e mulheres, sendo preciso desfazer essa desvantagem através de políticas públicas ou de ações diretas e afirmativas. 

Esta é a definição de feminismo que mais abrange todas as suas ramificações, segundo Ana Campagnolo.

Dentro do movimento existem tipos diferentes de feminismo. A diferença se encontra no método de aplicação da máxima feminista.

Alguns grupos, como o Free the Niple e o Femen, defendem a exposição dos corpos nus das mulheres como forma de vencer a opressão sobre o sexo feminino. 

Outros grupos feministas defendem uma igualdade social, possuindo uma militância restrita em busca de políticas sociais mais assertivas.

As origens e desenvolvimento do feminismo ajudam a entender melhor como o movimento adquiriu diversas facetas e conseguiu conquistar espaço nas sociedades ocidentais.

Documentário sobre o feminismo 

Devido a vasta influência do feminismo e os grandes mistérios que ainda circundam a história do movimento, a Brasil Paralelo elaborou o documentário A Face Oculta do Feminismo.

O feminismo possui um vasto histórico de ações e diversas estratégias elaboradas cautelosamente. Não foi um movimento espontâneo da sociedade.

Grande parte da população não sabe quais são as intenções reais dos autores e grupos que buscam disseminar essa ideologia.

Para mostrar o que está além do que se vê, de uma forma robusta e de fácil compreensão, a Brasil Paralelo investigou a fundo o tema e todas os efeitos gerados na sociedade através dos anos. 

Nosso novo documentário, exclusivo para assinantes, vai mostrar o lado oculto do feminismo, aquele que não querem que você descubra.

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