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O que significa misoginia? Conheça a história e o significado

Feminismo
Sociologia
Misoginia
-
Redação Brasil Paralelo

Para além de um termo gramático, misoginia representa uma discussão social e filosófica a respeito da natureza da mulher e seu papel na sociedade.

Entenda o que é misoginia e as principais discussões ao redor do tema.

  • Para saber mais sobre as origens do feminismo e sua influência na história moderna, a Brasil Paralelo elaborou o e-book Feminismo e Marxismo: com Ana Campagnolo. Não perca a oportunidade de conhecer as origens e os principais pensadores de um movimento que influencia o debate público de hoje.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é misoginia? 

Misoginia é a prática e o pensamento de discriminação contra o sexo feminino, uma atitude de desprezo perante as mulheres. O termo tem origem na língua grega, sendo uma união das palavras miseo (que significa ódio) e gyne (mulheres).

Origem do termo misoginia

O primeiro registo da utilização de misoginia é um teatro de comédia de autoria anônima, publicado em Londres, em 1630. 

O teatro se chamava Swetnam, the Woman-Hater, Arraigned by Women (Swetnam, o odiador de mulheres, arranjado por mulheres). Narrava Susan Frye e Karen Robertson no livro Maids and Mistresses, Cousins and Queens: Women's Alliances in Early Modern England, publicado pela Oxford Press. 

A peça surgiu após uma controvérsia da época: em 1615, Joseph Swetnam publicou em Londres um panfleto chamado The Lewd, Idle, Disobedient and Fickle Women Process (O processo das mulheres lascivas, ociosas, desobedientes e inconstantes)

O conteúdo cômico da peça

A obra possuía um tom cômico e filosófico, afirmando que as mulheres possuem uma natureza pecaminosa, enganadora e sem valor. Swetnam fez piadas e utilizou da Bíblia e da Ilíada de Homero para zombar das mulheres.

Alguns trechos dos escritos diziam:

"As mulheres são desonestas por natureza";
"As aspirações de sua mente e sua vontade de libertinagem trouxeram a desgraça para o homem".

O panfleto se popularizou na sociedade pela Inglaterra, gerando diversas respostas, sobretudo das próprias mulheres.

A peça Swetnam, the Woman-Hater Arraigned by Women (Swetnam, o odiador de mulheres arranjado por mulheres) zomba de Swetnam afirmando que ele foi exilado para a Sicília devido a seu ódio pelas mulheres, onde ele pediu para ser chamado de Misogynos, odiador de mulheres em Grego.

A partir da publicação desta peça, o termo misógino se popularizou na Inglaterra, sendo adicionado no dicionário de Oxford em 1656. Após a controvérsia perder relevância, a palavra misógino foi pouco utilizada pelo mundo até o século XX.

Feministas passam a utilizar o termo misoginia

No final do século XX, a ativista feminista Andrea Dworkin resgatou a palavra misoginia para se referir as pessoas defensoras do machismo segundo a teoria do feminismo. A primeira obra a utilizar a palavra foi Woman Hating: A Radical Look at Sexuality, publicada em 1974.

Desde então, o termo misoginia foi adotado pelo movimento feminista ao redor do mundo.

O sentido do termo misoginia para o feminismo moderno

Para Andrea Dworkin, misoginia é uma forma sistemática de ódio e violência direcionada às mulheres, com base em uma hierarquia de sexo que coloca os homens em uma posição superior às mulheres. 

Autoras feministas creem que a misoginia não é uma atitude individual, mas sim uma estrutura social que permeia todas as instituições e relações sociais. Márcia Tiburi escreve que, para Débora Diniz, Luciana Boiteux e Valeska Zanello, a misoginia é discurso de ódio originário e constitutivo da cultura patriarcal.

As teses de Dworkin estão de acordo com essas teses, argumentando que a misoginia é profundamente enraizada na cultura e na história humana. 

Para ela, a luta contra a misoginia deve ser uma luta coletiva para transformar as estruturas sociais e culturais que sustentam a opressão das mulheres.

De acordo com Dworkin, a misoginia se manifesta de diversas formas, incluindo a violência sexual e doméstica, a exploração sexual e a objetificação das mulheres na mídia e na cultura popular. 

As teorias sobre misoginia vinculam-se à teoria do machismo estrutural e das sociedades patriarcais.

Patriarcado e marxismo

Essa visão está dentro da lógica inaugurada pelas ideias de Karl Marx. Foi ele quem criou o pensamento de que o motor do mundo é a luta de classes. Para Marx, a sociedade é erigida sobre uma estrutura de opressão e luta pelo poder.

O feminismo está intimamente ligado ao marxismo, afirma a historiadora Ana Campagnolo neste e-book sobre Feminismo e Marxismo.

Membros da Escola de Frankfurt desenvolveram tal ideia para a cultura, o que posteriormente baseou o feminismo. A Escola de Frankfurt desenvolveu ainda mais o pensamento marxista anti-família tradicional através da cultura.

Segundo essa visão moderna, os homens dominaram o sistema de produção, ou seja, o sistema capitalista, e criaram uma cultura machista para manter esse sistema, desvalorizando a figura feminina no processo.

Esses e outros fatores geraram segmentos do feminismo moderno.

  • Conheça o documentário A Face Oculta do Feminismo, uma produção que reuniu diversas especialistas para analisar aspectos pouco disseminados do feminismo. 

Críticas ao feminismo

A historiadora Ana Campagnolo critica o movimento feminista e suas teses sobre misoginia. Dentre as suas falas, ela utiliza os seguintes dados para dizer que a sociedade brasileira não é feminista: 

  • O número de homens assassinados no Brasil é 12 vezes maior que o número de mulheres assassinadas. Segundo dados do Atlas da violência de 2017, 4.621 mulheres foram assassinadas, enquanto 54.459 homens foram assassinados;
  • A psicóloga australiana Bettina Arndt aponta que mais de 1.700 artigos científicos mostram que casos de abuso doméstico são cometidos por ambos os sexos. Um estudo de 2010 analisou mais de 200 levantamentos nos quais foi encontrada simetria de sexo;
  • Um estudo feito por uma instituição da Fundação Oswaldo Cruz mostra que, entre os adolescentes das capitais brasileiras, 28,5% das garotas cometeram algum ato de violência física contra o namorado, versus 16,8% de atos de violência dos garotos.

Campagnolo ainda defende a tese de que o movimento feminista não surgiu para defender os direitos das mulheres, mas uma agenda ideológica específica.

Ana Campagnolo tece críticas ao feminismo. Suas bases principais são Grace Goodwin, Chesterton, Mises, e as cosmovisões do Direito Natural e do Cristianismo. 

Algumas das principais críticas são:

  • O movimento não representa às mulheres, mas grupos de interesses ideológicos;
  • O movimento destrói a feminilidade;
  • O movimento não trouxe benefícios às mulheres, mas sim mais fardos sociais. 
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O movimento não representa as mulheres, mas grupos de interesses ideológicos

Mulheres sendo manipuladas.

Desde o início, o movimento ignorou a vontade da maioria das mulheres.

Na convenção de Seneca Falls, a maioria das mulheres votou contra o voto feminino, mas mesmo assim as líderes dos grupos lutaram pela pauta.

O mesmo ocorreu na Inglaterra e em diversos outros países.

Sobre isso, Chesterton diz o seguinte:

“As sufragistas estão praticamente dizendo que as mulheres podem votar sobre tudo, exceto sobre o sufrágio feminino”.    

Nesse caso, percebe-se o interesse das líderes contra o interesse das mulheres em geral. 

Elizabeth Stanton buscava apenas seus interesses anti-Cristãos, conforme ela diz no livro Bíblia Feminista.

Outros grupos também tinham interesses em manipular o movimento para ganho próprio.

Ana Campagnolo cita um exemplo no seu curso do Núcleo de Formação:

Nas décadas de 1920 e 1930, o consumo de tabaco estava declinando, os homens estavam consumindo menos. Por interesses capitalistas, teve início uma campanha para que as mulheres passassem a fumar, para a indústria ganhar um novo público.

No dia 1º de abril, o New York Times publicou uma reportagem intitulada ‘Grupo de meninas tragam cigarros como gesto de liberdade’.

Essa notícia era uma referência à marcha Tochas da Liberdade, promovida no dia 31 de março de 1929, na Páscoa.

Essa marcha dava a impressão de que as mulheres estavam quebrando um tabu, porque, na época, dizia-se que as mulheres que fumavam eram prostitutas ou indecentes. 


A marcha das Tochas pela Liberdade, no meio da pácoa, parecia um grande avanço feminista. Entretanto, na verdade, esse evento foi patrocinado pelo propagandista da indústria de tabaco. 


Com a queda do consumo por parte dos homens, a indústria do tabaco resolveu vendê-lo também para as mulheres.


Ninguém estava preocupado com a liberdade das mulheres, mas sim com a venda de cigarros.  
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Destruição da feminilidade

Como visto na história do feminismo, no movimento existe a ideia de que não existe feminilidade e masculinidade. Personalidades conservadoras e religiosas rechaçam esse pensamento, afirmando que isso acaba com o próprio sexo feminino.

Falando sobre a natureza dos sexos, o Papa Francisco afirmou: 

"A alegada teoria do gênero é a expressão de uma frustração e de uma resignação que visa apagar a diferença sexual por já não sabermos confrontá-la. Este é um passo atrás, já que eliminar a diferença [de sexo] é o problema e não a solução.

A diferença entre homem e mulher não é para competir ou dominar, mas para que se dê a reciprocidade necessária para a comunhão e para a procriação, à imagem e semelhança de Deus. 

Os casais devem falar mais, se ouvir mais, se conhecer mais e se tratarem com respeito e amizade"
, disse o Papa Francisco em uma audiência geral na Praça de São Pedro, no dia 15/04/2015.

Esta linha de pensamento não defende que o sexo masculino possui mais valor maior que o feminino, mas que suas naturezas e vivências são diferentes.

Segundo Ana Campagnolo, as vantagens adquiridas pelas mulheres foram prejudicadas na medida em que o pensamento feminista ganhou espaço na sociedade. Alguns exemplos são: 

  • Mulheres deixaram de ser protegidas pelos homens (fim do cavalheirismo); 
  • Mulheres ganharam fardos políticos; 
  • Muitas mulheres passaram a ser assassinadas no ventre de suas mães antes de nascerem, através do aborto.

O pensamento do psicólogo americano Jordan Peterson está de acordo com a tese da historiadora Ana Campagnolo. Para ele, os homens não possuem vantagens estruturais sobre as mulheres. Ele aponta dados para defender sua tese: 

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