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Um vídeo divulgado voltou a colocar o tema do aborto no centro das redes sociais.
A gravação mostra a deputada estadual Ana Campagnolo debatendo com um grupo de vinte feministas durante a gravação de um programa do canal Spectrum. O episódio foi ao ar no último dia 31 de outubro.
Durante o debate, Campagnolo perguntou se “o feto não é uma vida humana”. Uma das participantes respondeu negativamente.
“Não, eu não acho.”
A deputada insiste: “É uma vida de que espécie?”. A feminista retruca: “Não é uma vida”. Campagnolo rebate: “Então não precisa matar, porque ele já está morto.”
O diálogo avança com novas perguntas sobre a definição de vida. A feminista afirma não considerar o feto uma vida humana, apenas “um ser vivo”. Campagnolo volta a questionar: “Ser vivo de que espécie?”. A resposta: “A espécie não importa”.
A parlamentar conclui ironizando: “Um ser vivo tem que ter vida para estar vivo, senão ele é um ser morto”. A participante encerra dizendo: “Ele está vivo, mas ele não é uma vida”.
A deputada Ana Campagnolo debate com a jornalista Maria Carolina sobre aborto.
"Ele não é uma vida, ele é um ser vivo.", afirmou Maria.
O vídeo rapidamente viralizou e reacendeu um dos debates mais antigos da humanidade: quando começa a vida?
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O impasse entre ciência, filosofia e fé
A discussão ultrapassa o campo ideológico e chega à ciência, à ética e à religião. A NASA define vida como “um sistema químico autossustentável capaz de evolução darwiniana”, mas essa definição não resolve a questão de quando a vida humana se inicia.
Há múltiplas teorias. Parte dos cientistas afirma que a vida começa na fecundação, quando o espermatozoide encontra o óvulo e forma o zigoto. O Dr. Morris Krieger, em O Sistema Humano Reprodutivo (1969), escreveu:
“Todos os organismos, por maiores e mais complexos que sejam, começam a vida como uma única célula. O ser humano, por exemplo, começa como um óvulo fertilizado.”
Nidação: quando o embrião se fixa na parede do útero, cerca de seis dias após a fecundação.
Atividade cardíaca: início da pulsação, por volta da terceira semana.
Atividade cerebral: em torno da oitava semana.
A defesa do aborto costuma adotar esse último critério, argumentando que se a morte cerebral define o fim da vida, a ausência de atividade cerebral justificaria não considerar o feto vivo em seus estágios iniciais.
Há ainda quem defenda que a vida começa apenas com a viabilidade fetal, quando o bebê pode sobreviver fora do útero, hoje possível a partir da 25ª semana, ou mesmo no nascimento, como defendem correntes filosóficas mais radicais.
Em 2012, os filósofos Alberto Giubilini e Francesca Minerva publicaram no Journal of Medical Ethics o artigo “After-birth abortion: why should the baby live?”, defendendo que não há diferenças éticas relevantes entre o feto e o recém-nascido.
Posição da Igreja e da medicina
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apoia o PL 1904/2024, que equipara o aborto acima de 22 semanas ao crime de homicídio simples. Em nota, os bispos questionaram:
“Por que matá-los? Por que este desejo de morte? Por que não evitar o trauma do aborto e, no nascimento, se a mãe assim desejar, entregar legalmente a criança à adoção?”
Para a Igreja, a vida deve ser defendida desde a concepção, sem exceções.
Do ponto de vista médico, estudos também reforçam essa tese.
Em 2016, cientistas publicaram na revista Scientific Reports a descoberta de um clarão de luz no momento da fecundação, causado por uma descarga de zinco, um fenômeno descrito como sinal bioquímico do início da vida.
“O filho não é diferente antes e depois do nascimento, exceto no método de alimentação e oxigenação.”
O embate entre Ana Campagnolo e a participante do programa reflete um dilema que atravessa a ciência, o direito e a moral.
Entre quem defende a vida desde a fecundação e quem só a reconhece após o nascimento, há uma linha tênue que nenhuma área conseguiu definir com unanimidade.
E enquanto o consenso não vem, o debate sobre quando começa a vida humana continua a dividir opiniões nas universidades, nas igrejas e agora também nas redes sociais.
Aprofunde-se no debate sobre o aborto e na importância da defesa da vida com o original BP Duas Vidas: do que estamos falando quando falamos sobre aborto. Assista gratuitamente abaixo.
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