A expulsão da USAID pela Rússia e suas razõesSegundo ele, o Kremlin via a agência como um braço da CIA, projetado para desestabilizar governos contrários aos interesses americanos.
A tensão culminou em setembro de 2012, quando a Rússia expulsou a USAID após duas décadas de operações no país.
O governo russo acusou a agência de financiar, o que chamou de “revoluções coloridas”, como as que derrubaram regimes no Leste Europeu, e de interferir diretamente na política interna.
O Ministério das Relações Exteriores apontou que, entre 1992 e 2012, a USAID gastou 2,7 bilhões de dólares na Rússia. Parte significativa desta valor teria sido direcionada a ONGs que apoiaram os protestos de Bolotnaya Square em 2011 contra a reeleição de Putin.
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Trump e Musk falam em acabar com a USAID nos EUA
Nos EUA, a USAID enfrenta agora um escrutínio semelhante. Trump e Elon Musk planejam desmantelar a agência, alegando que ela “financia uma agenda globalista e redes progressistas”, conforme anunciado por Trump em um discurso em 20 de fevereiro de 2025.
Documentos do Tesouro americano mostram que, em 2024, a USAID gerenciou um orçamento de 27 bilhões de dólares, levantando questões sobre seus gastos globais. A Rússia celebrou a decisão de 2012 como uma vitória contra a “ingerência extrangeira”.
Por outro lado, defensores da agência rebatem as acusações. Mark Green, ex-diretor da USAID, afirmou que ela apenas promovia democracia e ajuda humanitária, rejeitando as alegações de Dugin como “teorias conspiratórias nacionalistas”.
Dados da própria USAID indicam que, entre 2000 e 2010, ela financiou mais de 300 projetos de saúde e educação na Rússia, sugerindo benefícios reais.
Críticos de Dugin, como o analista Samuel Ramani, também argumentam que sua influência é superestimada e que a expulsão foi uma manobra de Putin para consolidar poder interno.
O caso reacende o debate global sobre a USAID. Enquanto a Rússia a viu como uma ameaça à soberania, os EUA agora questionam seu papel sob uma ótica conservadora.Se as denúncias de Dugin e Trump se confirmarem, o que mais a agência escondeu em suas operações pelo mundo? A resposta pode estar nos arquivos que Musk prometeu revisar ainda em 2025.