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Resumo do depoimento de Bolsonaro ao STF: as principais declarações do ex-presidente

Reunião com os embaixadores, ataques de 8 de janeiro e acusações de Mauro Cid foram alguns dos assuntos que o presidente comentou no depoimento.

Bolsonaro
STF
Brasília
JOTA
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

No centro da investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira, 10.

Durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro negou qualquer articulação golpista, reconheceu discussões sobre medidas constitucionais após a derrota eleitoral e afirmou que nunca passou de hipóteses descartadas.

Com tom de defesa, Bolsonaro buscou se desvincular das acusações da Procuradoria-Geral da República e da delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

Disse que atuou “dentro das quatro linhas”, pediu desculpas por declarações passadas contra ministros do STF e negou envolvimento nos atos de 8 de janeiro.

Tópicos abordados no depoimento de Bolsonaro

  • Minuta: afirmou que havia um documento, mas somente com considerações preliminares sobre hipóteses de natureza constitucional. Estado de sítio: admitiu que cogitou a medida após a derrota no TSE, mas que a ideia foi abandonada por falta de base jurídica e apoio político.
  • Reuniões com comandantes militares: reconheceu encontros para discutir o cenário pós-eleição, mas negou ter sugerido qualquer ruptura institucional.
  • Garantia da Lei e da Ordem (GLO): explicou que conversas com militares trataram da possibilidade de GLO diante de bloqueios e acampamentos.
  • 8 de janeiro: negou participação, comando ou incentivo aos atos. Disse que “aquilo não foi golpe”.
  • Acampamentos e caminhoneiros: disse que evitou desmontar acampamentos temendo reação mais violenta dos manifestantes.
  • Voto impresso e urnas eletrônicas: reafirmou desconfiança no sistema, mas reconheceu que não tinha provas. Atribuiu suas falas à “retórica de deputado”.
  • Reunião com embaixadores: disse que pode ter exagerado na forma, mas que queria apenas alertar sobre o sistema eleitoral.
  • Pedido de desculpas aos ministros do STF: retratou-se pelas falas feitas em reunião ministerial que acusavam Moraes, Fachin e Barroso de corrupção.
  • Discurso pós-golpe: negou ser autor de um suposto discurso que teria sido encontrado em sua sala no PL.
  • Encontro com Walter Delgatti e Carla Zambelli: disse que não confiou no hacker e o encaminhou à Comissão de Transparência Eleitoral.
  • Recusa em passar a faixa para Lula: justificou que não quis ser vaiado em rede nacional. “Tínhamos que entubar o resultado da eleição.”

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A minuta e o Estado de Sítio

Questionado sobre um  documento que sugeriria anulação das eleições e prisão de ministros do STF e do Congresso, Bolsonaro negou qualquer tentativa de golpe:

“Com uma minuta, um documento, ou um esboço que previa a prisão de autoridades e intervenção na Justiça Eleitoral… Falar contra autoridades, isso aí, não. Prisão de autoridades. Falar contra autoridades, sugerir prisão — isso, na nossa reunião, não estava previsto. Nem intervenção na Justiça Eleitoral com a criação de uma comissão eleitoral”.

Ele também rebateu as declarações de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens e hoje delator, que afirmou que o ex-presidente “enxugou” o texto da minuta. “Não procede o enxugamento”, respondeu.

Contudo, o ex-presidente admitiu que recebeu sugestões para decretar estado de sítio após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o pedido do PL para anular parte dos votos do segundo turno. A corte multou o partido em R$22,9 milhões por litigância de má-fé.

Segundo Bolsonaro, a discussão foi encerrada após a constatação de que seria necessário um “fato concreto” e a convocação dos Conselhos da República e da Defesa.

“Abandonamos qualquer possibilidade de ação constitucional. Enfrentamos o ocaso do nosso governo.”

Reunião com os comandantes: GLO e tensão nos quartéis

Outro ponto abordado no interrogatório foi a reunião com os comandantes militares em dezembro de 2022. Segundo a delação de Cid, Bolsonaro teria proposto uma ruptura institucional. O ex-presidente nega:

“Eu joguei dentro das quatro linhas o tempo todo. Muitas vezes me revoltava, falava para lá. Me revoltava, falava o que eu devia falar, sei disso. Mas, no meu entender, fiz aquilo que tinha que ser feito.”

Ele afirmou que o objetivo da conversa foi discutir uma possível operação de GLO diante dos bloqueios de rodovias e acampamentos em frente a quartéis.

Também minimizou a versão de que teria sido ameaçado de prisão pelo general Freire Gomes, então comandante do Exército, afirmando que foi um “exagero” interpretativo.

“Nunca se falou em golpe. Golpe é abominável. O ‘day after’ seria imprevisível e danoso para todo mundo.”

8 de janeiro: “Sem liderança, sem golpe”

Questionado sobre os atos de 8 de janeiro, Bolsonaro voltou a negar qualquer participação ou incentivo. Disse que não havia comando, armas, apoio militar ou organização para que se falasse em tentativa de golpe:

“Fico até arrepiado quando falam que 8 de janeiro foi um golpe. Aquilo não é golpe.”

Também explicou por que não desmobilizou os acampamentos. Segundo ele, havia receio de que os manifestantes migrassem para a Praça dos Três Poderes e agravassem a situação.

Pedido de desculpas aos ministros e piada com Moraes

No início do depoimento, Bolsonaro pediu desculpas aos ministros Moraes, Fachin e Barroso por tê-los acusado, sem provas, de receber propinas para fraudar as eleições:

“Não tem indício nenhum, senhor ministro, tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica, quer dizer, se fosse outros três ocupando, teria falado a mesma coisa. Então, me desculpem, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três”.

Voto impresso e ataques às urnas

Bolsonaro defendeu a adoção do voto impresso e justificou suas críticas ao sistema eletrônico. Disse que sempre questionou a lisura das urnas desde seus tempos como parlamentar, e que sua postura era baseada em desconfiança, não em provas concretas.

“Era retórica. Se eu exagerei, devo ter exagerado. Mas minha intenção era proteger as eleições.

Sobre a reunião com embaixadores, admitiu que pode ter “exagerado na forma”, mas negou ter agido com dolo:

“A intenção sempre foi alertar.”

Defesa do governo e recusa em passar a faixa

Bolsonaro aproveitou para defender seu governo e apontar perseguições de adversários no Congresso, imprensa e Judiciário. Atribuiu parte da derrota às pautas de costumes e à postura religiosa de sua esposa.

“Fui o único presidente com um teto de gastos pela frente. Ganhei a antipatia da imprensa.”

Sobre a cerimônia de posse de Lula, disse que não quis entregar a faixa para evitar ser vaiado:

“Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil.”

Bolsonaro também negou ter escrito o suposto “discurso pós-golpe” encontrado em sua sala no PL

O ex-presidente disse que o documento foi retirado da própria investigação e encaminhado por seu advogado.

Quanto ao encontro com o hacker Walter Delgatti e a deputada Carla Zambelli, afirmou não ter confiado no especialista e o encaminhou à Comissão de Transparência Eleitoral. “Não entendo nada de informática”, alegou.

Ao final da audiência, que durou horas, Bolsonaro reafirmou que se recolheu após perder as eleições e que não participou da cerimônia de posse de Lula para evitar “a maior vaia da história do Brasil”.

“Tínhamos que entubar o resultado da eleição.”

O ex-presidente afirma que jogou "dentro das quatro linhas" e tenta descolar sua conduta da narrativa de golpe traçada pela PGR e pela delação de Mauro Cid.

Ao longo do depoimento, reiterou que buscou soluções "dentro da Constituição", negando articulação golpista e dizendo-se vítima de má interpretação de suas falas e atitudes.

“Vossa Excelência, o senhor ministro Fux, os senhores aqui do Supremo, não me viram desrespeitar uma só ordem, não me viram em nenhum momento... eu agir contra a Constituição com ação.
Eu joguei dentro das quatro linhas o tempo todo. Muitas vezes me revoltava, falava para lá. Me revoltava, falava o que eu devia falar, sei disso. Mas, no meu entender, fiz aquilo que tinha que ser feito.”

Com o encerramento da fase de instrução penal, o processo entra na reta final

A próxima etapa são as alegações finais, em que acusação e defesa apresentarão seus últimos argumentos formais.

Só então o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, poderá marcar o julgamento. A conclusão da ação depende de três fatores:

  • A entrega das alegações finais pelas partes;
  • A eventual solicitação de novas diligências;
  • E a disponibilidade de data na agenda da Primeira Turma do STF.

Com o recesso do Judiciário se aproximando, é improvável que o julgamento ocorra antes de agosto de 2025.

Até lá, o futuro jurídico e político do ex-presidente seguirá indefinido, à espera de uma decisão que pode absolvê-lo ou torná-lo réu condenado em definitivo.

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