A última pesquisa da Quaest apresentou números desanimadores para o governo federal. Isso porque revelou que a aprovação do governo caiu de 52% para 47%. Foi a primeira queda do terceiro mandato de Lula.
Entre os fatores que mais contribuíram para o aumento da rejeição, destacam-se a polêmica envolvendo o monitoramento de transações via PIX e a alta dos alimentos. Segundo o levantamento, a regulação do PIX foi apontada como o principal ponto negativo do governo, seguido pela escalada nos preços dos produtos básicos.
O monitoramento do PIX pela Receita Federal gerou grande desgaste político. Após a repercussão negativa, o governo desistiu da medida. Arilton Ribeiro, mestrando em políticas públicas pelo Insper afirmou:
“As pessoas estavam levando a vida, mas foram convidadas a refletir sobre o quão difícil - e cara - está a vida no Brasil atualmente.” Ribeiro aponta que o vídeo de Nikolas Ferreira fez as pessoas entenderem que o projeto do governo era um pouco diferente do que estava sendo divulgado:
“Não tinha como desmentir aquela narrativa”, afirmou.
Para o professor Adriano Gianturco, do Ibmec, o problema do governo não é a comunicação, como se acredita dentro do gabinete do governo Lula. Ele acredita que uma série de crises tem prejudicado a popularidade da gestão Lula. Ele afirma que “o governo gozou de uma certa bonança da administração anterior que, não obstante a pandemia, fez os “deveres de casa”.
Segundo o professor, “o governo Lula cometeu uma série de erros gerou crises como a do Pix, a inflacionária e até mesmo a de confiança nos dados que o governo divulga:
“Por exemplo, no caso do IBGE”, afirma Gianturco.
Para 66% dos entrevistados, o governo Lula errou diante da polêmica envolvendo a taxação do Pix. Neste episódio, apenas 19% acreditam que o governo tenha acertado mais nesse episódio e 5% enxergam que o Executivo tenha errado e acertado na mesma proporção.
No programa Cartas na Mesa, da Brasil Paralelo, um time de especialistas analisou a pesquisa de modo detalhado e totalmente imparcial. Clique e assista gratuitamente.
Outro ponto importante revelado pelos entrevistados é a percepção negativa sobre a economia. A alta inflação dos alimentos tem pressionado os orçamentos familiares, sobretudo das classes mais vulneráveis. Produtos essenciais, como arroz, feijão e carne, registraram aumentos expressivos nos últimos meses.
O segundo motivo mais citado pelos entrevistados para a avaliação negativa do governo foi o aumento dos preços/inflação: 83% disseram que o preço dos alimentos nos mercados aumentou no último mês; 57% citaram o aumento dos preços dos combustíveis e 62% apontaram aumento nas contas de água e luz.
O presidente Lula acredita que a culpa dos aumentos dos preços na comida das pessoas é da cotação do dólar, que encarece produtos como carne, soja e milho. A produção agrícola também é prejudicada pelas condições climáticas desfavoráveis, como incêndios, calor intenso, falta e excesso de chuva. Para Lula, o aumento da demanda também leva os vendedores a elevar os preços quando a população tem maior capacidade de compra.
Para o cientista político Christian Lohbauer, as justificativas de Lula são “desconectadas da realidade”. Para ele, todos os fatores que o presidente menciona são contornáveis e o verdadeiro motivo da crise inflacionária é a falta de capacidade de gestão do governo. Em participação no programa “Cartas na Mesa”, Lohbauer disse:
“Neste momento, [a alta da inflação] é pura ineficiência do governo brasileiro. Ao iniciar o ano de 2023, o governo tinha condições de manter estabilidade, com flexibilidade para gastar mais ou menos e realizar um planejamento eficaz dos gastos públicos, preservando a capacidade de consumo e dignidade do brasileiro, apesar da baixa renda.”
Avalia também que as propostas do governo para resolver a crise são ineficientes:
“Estamos enfrentando uma crise política de queda de popularidade e uma crise econômica de inflação, resultado direto da má gestão governamental. Agora surgem soluções inadequadas e irreais, como a tentativa de intervir no preço dos alimentos."
Enquanto a oposição considera a possibilidade de avançar com o impeachment, o governo tem o desafio de recuperar sua aprovação. Para isso, está apostando no novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, que foi contratado com o objetivo de melhorar a imagem pública do presidente, sobretudo, com foco nas redes sociais.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais gente tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos vocês.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. Clique aqui.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP