Ontem, o presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciados por suspeita de participação em tentativa de golpe de Estado. Eles também são acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
O indiciamento não significa que o presidente Jair Bolsonaro seja culpado. A partir de agora, ele responderá a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
O inquérito da Polícia Federal resultante da Operação Contragolpe ligou o caso à investigação da chamada “Abin Paralela”.
- A “Abin Paralela” foi uma suposta rede informal de inteligência que teria operado de forma paralela à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) oficial durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. A existência dessa possível estrutura foi divulgada em julho deste ano e investigada na Operação Última Milha,também executada pela PF. Segundo o inquérito, a “Abin Paralela” teria sido formada por aliados do então presidente com o objetivo coletar e analisar informações de interesse do governo, sem o conhecimento ou controle das instituições oficiais do país.
O inquérito procura comprovar se quatro indiciados na esteira da Operação Contragolpe teriam envolvimento com a presumida “Abin Paralela”. São eles:
- Alexandre Ramagem, deputado federal pelo PL-Rio;
- Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Serviço Institucional e general da reserva;
- Marcelo Bormevet, policial federal e;
- Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do exército.
Segundo a PF, o grupo se dividia em “núcleos”, os quais teriam divisão de tarefas. A “Abin Paralela” seria um deles.
Ramagem é apontado como o líder dos envolvidos. Na época, o hoje deputado do PL-RJ era superintendente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e, de acordo com o inquérito, também seria comandante do esquema paralelo e ilegal de monitornamento de informações. Ramagem teria escrito mensagens questionando a transparência do processo eleitoral brasileiro. Ele também teria se mostrado a favor de “rupturas institucionais”.
Outros dois indiciados ontem teriam conversado sobre o plano no final de 2022. Os agentes descobriram uma mensagem de Bormevet para Rodrigues, na qual eles falavam sobre "minuta do decreto de intervenção" e "rompimento democrático".
Bormevet: "O Nosso PR imbrochável já assinou a po** do decreto?"
Rodrigues: "Assinou nada. Tá foda essa espera".
Incitação de militares
A corporação revelou que as hipotéticas funções dos “núcleos” incluiriam também:
- desinformar as pessoas e atacar o sistema eleitoral;
- incitar militares a aderir ao suposto golpe de Estado;
- prestar apoio jurídico e operacional de apoio às supostas ações golpistas;
- conceder suporte jurídico e operacional para cumprimento de medidas coercitivas.
O inquérito sobre um possível golpe de Estado em 2022 foi encerrado ontem, 21 de novembro. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se irá ou não denunciar o ex-presidente.



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