Não depender de dinheiro do estado e da União aparentemente é o segredo para um município oferecer melhores condições para seus cidadãos. 

De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, a melhor cidade para se viver do Brasil arrecada 60% do que gasta. 

São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, tem apenas 1,2% de analfabetos. O executivo local também subsidia o transporte coletivo, o que zerou a tarifa de ônibus. 

Na saúde, academias da cidade para idosos e serviço de entrega de medicamentos a domicílio estão disponíveis para a população. Tudo financiado pela prefeitura. 

Em contrapartida, a pior cidade brasileira para se viver precisa de muito dinheiro de outras esferas para pagar as contas. 

Melgaço, no interior do Pará, só arrecada 6% do que precisa para sustentar os serviços públicos. 

A situação acaba refletindo no dia a dia das pessoas. De acordo com os jornalistas João Fallet e Felix Lima, em Melgaço crianças chegam a ficar sem aula durante dias pela falta de transporte. 

O município tem muitas comunidades onde só é possível chegar de barco. Quando o barqueiro não aparece, as crianças não vão à escola. 

Para que serve o IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) avalia a qualidade de vida em uma cidade, levando em consideração três aspectos principais: 

• saúde; 
• educação;
• e renda;

O estudo examina como são os serviços de saúde oferecidos, quão bem funciona o sistema educacional e qual é a renda média das pessoas que vivem na região.

A nota varia de 0 a 1, e as cidades que chegam mais perto de 1 são as que oferecem melhores serviços para seus moradores. 

De acordo com a empresa de geomarketing Geofusion Intelligence, o IDH ajuda empresas a entenderem melhor onde investir, mostrando as regiões com maior potencial de crescimento.  

No comércio, por exemplo, o IDH ajuda o empresário a escolher o melhor local para suas novas lojas ou como direcionar as vendas. Na indústria, ajuda a planejar como distribuir produtos.

A companhia também afirma que lugares com IDH alto geralmente têm pessoas com mais dinheiro para gastar, o que pode significar mais vendas de produtos e serviços. 

Já em áreas com IDH baixo, as empresas podem focar em projetos sociais e de inclusão. Melhorar os índices é uma maneira de garantir a qualidade de vida das pessoas. 

Enquanto em locais como São Caetano do Sul a prefeitura consegue gerir melhor suas contas por arrecadar mais da metade do que gasta, cidades como Melgaço tem o desafio de gerir as contas com os repasses do estado e da União. 

De posse do estudo é possível para as autoridades traçar estratégias para diminuir as desigualdades sociais no país.