Fruto de uma pesquisa que rendeu 50 anos de trabalho, a teoria da Dinâmica da Espiral é uma ferramenta para explicar os diversos níveis de consciência de um indivíduo ou de um grupo.
A teoria foi desenvolvida pelo psicólogo americano Clare W. Graves e, recentemente, seus seguidores Don Beck e Chris Cowan aprimoraram a teoria.
Os níveis de consciência ajudam a compreender como o indivíduo enxerga a realidade. Cada nível é representado por uma cor na espiral e ajudam a entender em qual estágio de compreensão está o indivíduo ou o grupo.
Estes níveis representam um modo de pensar, filtrar e de valorizar a realidade para se adaptar e criar novas soluções.
Para os psicólogos, quatro conceitos são fundamentais na compreensão da Dinâmica da Espiral:
- as pessoas são diferentes porque possuem valores diferentes e enxergam a realidade usando lentes diferentes;
- desentendimentos podem surgir quando diferentes valores entram em conflito;
- não existe nível de consciência melhor que outro, mas existem diferenças entre suas complexidades;
- um indivíduo ou um grupo pode manifestar um valor predominante de forma saudável ou de forma patológica.
As lentes e as cores na Dinâmica da Espiral
Cada lente e sua respectiva cor representa um valor que o indivíduo ou um grupo utiliza para enxergar e interagir com a realidade. Com base nos estudos, os principais níveis e suas cores são:
- Bege - básico-instintivo;
- Púrpura - mágico-místico;
- Vermelho - poderoso-impulsivo;
- Azul - a força da verdade;
- Laranja - autonomia e manipulação;
- Verde - igualdade e comunidade;
- Amarelo - flexibilidade e funcionalidade;
- Turquesa - visão global, vida e harmonia.
Confira um resumo de cada nível com base no estudo:
Bege
O primeiro nível de consciência surgiu há 100.000 anos, período em que o ser humano era nômade. Sua preocupação essencial era sobreviver, de forma solitária ou em bando, os instintos de busca por alimento e segurança predominavam.
Hoje em dia, viver para sobreviver é algo inerente a crianças recém-nascidas, idosos senis, mendigos e moradores de rua.
Púrpura
Há cerca de 50.000 anos, os seres humanos passaram a conviver em tribos, dividindo tarefas e valorizando relações sanguíneas de parentesco. Diante um mundo “mágico e assustador”, eram temerosos em relação ao destino que os “deuses” lhes reservavam. Fiéis aos mais velhos, aos ancestrais e ao clã, preservam objetos, lugares sagrados e cumpriam os ritos, ciclos e costumes tribais.
O princípio de tradição, ancestralidade, ritos e costumes ainda é presente hoje em determinados grupos e clãs, além de povos indígenas.
Vermelho
O indivíduo que se rebelou contra as ordens e os costumes da tribo, passou a lutar para sobreviver e impor-se sobre os demais. As leis tornaram-se seus desejos e o mundo é um local onde impõe seu domínio e poder.
Atualmente, é possível associar este comportamento ao de bandidos, políticos corruptos e pessoas desonestas e egoístas.
Azul
Certos da existência de uma ordem superior, o indivíduo passou a sacrificar-se em torno de uma causa, verdade ou de um caminho virtuoso. Obedecendo com rigor a autoridade superior, o indivíduo segue leis, métodos e disciplinas que fundamentam seus valores morais.
Esse padrão é possível de enxergar em religiões, forças armadas, sistema judiciário e outras confrarias.
Laranja
Empreender tornou-se fundamental. A preocupação em tornar as coisas melhores, em criar soluções que beneficiam os demais, a mudança, o avanço, o progresso e a vida abundante passaram a ser os valores essenciais para quem avançou a este nível de consciência.
Os que alcançam esse estágio, são pessoas otimistas, autoconfiantes e dispostas a arriscar em prol do sucesso.
Verde
Esse estágio valoriza fundamentalmente o vínculo humano. O bem-estar das pessoas e o consenso tem prioridade acima de qualquer coisa.
Amarelo
O ponto central deste nível de consciência é a adaptação e a flexibilidade para mudanças. Para uma pessoa neste nível, conhecimento, competência e ação devem importar mais que cargos, estatutos.
Turquesa
Concepção de que o mundo é um único organismo dinâmico, com uma mente coletiva. O eu é distinto e ao mesmo tempo parte integrante de um todo maior, energia e informação atravessam todo o orbe terrestre.
O “Turquesa” está presente nas ideias de Gandhi, no “Espectro da Consciência” de Ken Wilber, na hipótese de Gaia, no pensamento de Teilhard de Chardin, onde o objetivo crucial é procurar a ordem sob o caos aparente da Terra.



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