A ignorância atrai o ser humano. Essa é a reflexão de Mark Lilla, professor de humanidades da Universidade de Columbia em um artigo para o The New York Times, publicado em 2 de dezembro de 2024.
Essa tendência não é novidade. Lilla chama isso de “surto de negação que abala a sociedade”, o que estaria acontecendo nos dias atuais.

Em suas palavras, não é raro encontrar pessoas que acreditam ter a posse absoluta dos fatos. Com isso, creem não precisar questionar nada.
À frente desse movimento, estão os que ele chama de “profetas da ignorância”.
“Eles idealizam "o povo" e incentivam a resistir a questionamentos, protegendo crenças fixas”.
Certezas que incomodam e podem machucar
Lilla sugere que a principal causa desse movimento está na natureza humana e na dificuldade de entender o mundo, embora guerras, crises econômicas e outros fatos cotidianos também contribuem para isso.
“Enfrentar verdades incômodas sobre si mesmo e a realidade pode ser doloroso".
O professor reconhece que evitar certas informações pode ser sensato, como no caso de uma trapezista que não quer saber das estatísticas de risco de seu trabalho.

No entanto, ressalta que as atitudes das pessoas em relação ao conhecimento oscilam entre a curiosidade natural e a desvantagem em questionar o que está a seu redor.
Há também quem resista ativamente a novos conhecimentos, bloqueando qualquer coisa que desafie suas crenças. E isso não tem a ver com instrução acadêmica.
“O desejo de saber é exatamente isso, um desejo. E sempre que nossos desejos são satisfeitos ou frustrados, nossos sentimentos são afetados”.
Por isso, é fácil para o ser humano se apegar ao que já conhece. Isso pode levá-lo a defender a ignorância de forma apaixonada, rivalizando com o desejo por conhecimento.
A dificuldade de encarar os fatos
Mark Lilla aborda a complexa relação que as pessoas têm com o conhecimento e a verdade, destacando a resistência de muitos em encarar fatos evidentes.
Ele observa que, em certos períodos históricos, a negação de verdades aparentes parece ganhar força. Seria algo semelhante a um "vírus psicológico" que se espalha e para o qual não há antídoto eficaz. Um desses momentos seria justamente o atual.
Para ele:
“Essa resistência não é apenas uma questão de falta de informação, mas uma escolha emocional e psicológica".
Mark Lilla observa que muitas pessoas preferem manter crenças antigas porque isso lhes proporciona conforto, mesmo quando essas crenças são contrariadas pela realidade.




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