Imagine sair de uma cidade pequena, onde todos conhecem seu nome, para a solidão de uma metrópole.
Foi assim que Kiko Zambianchi, um jovem de 23 anos de Ribeirão Preto, desembarcou em São Paulo em 1984.
Ele carregava um violão, sem saber que iria compor um dos maiores hits do rock nacional.
Em Ribeirão, os bares pediam hits da moda, mas Kiko insistia em suas composições.
Na capital, encontrou outro desafio: o rock dominava a cena, distante de sua MPB. Sozinho, sem amigos ou trabalho fixo, ele sentiu o peso da mudança.
Aperto no peito, o coração disparava e a insônia era sua companheira. A sensação de que algo ruim estava por vir o seguia. Era síndrome do pânico, mas, na época, ninguém sabia nomear.
Médicos mediam pressão, faziam exames e nada encontravam.
Alguém sugeriu um problema espiritual. Kiko passou por cultos, da umbanda ao hinduísmo, buscando respostas. Nada resolvia.
Cansado, sentou-se em sua casa da rua Fradique Coutinho e deixou a solidão falar. Nasceu a música “Primeiros Erros”:
“Meu caminho é cada manhã;
Não procure saber onde vou;
Meu destino não é de ninguém;
Eu não deixo os meus passos no chão;
Se você não entende, não vê;
Se não me vê, não entende;
Não procure saber onde estou;
Se o meu jeito te surpreende;
Se o meu corpo virasse sol;
Minha mente virasse sol;
Mas só chove e chove”.
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