O estado mais rico do Brasil está em alerta máximo por causa dos incêndios que atingem o país. Na última sexta-feira, 23 de agosto, labaredas se espalharam por cidades das regiões de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto.
De acordo com dados da secretaria de meio ambiente de São Paulo, 48 cidades já foram atingidas pelo fogo.
Até o momento, dois funcionários de uma usina de beneficiamento e cana-de-açúcar morreram. 68 cidadãos ficaram feridos.
A Defesa Civil Paulista informou que mais de 20 mil hectares de terra foram queimados.
As causas podem estar ligadas à ação humana, potencializada pelo tempo seco. O governo do estado emitiu recomendações de saúde para a população. Além disso, criou um gabinete de crise para lidar com a situação.
Foco de incêndio em Mococa/SP - Reprodução - Instagram Danúzio Neto
Hoje, 26 de agosto, o governador Tarcísio Freitas afirmou em entrevista que não existem mais focos de incêndio ativos em São Paulo. O mandatário também declarou que três pessoas suspeitas de provocar alguns dos focos foram presas.
“Na quinta-feira nós tínhamos mais de 2.700 focos ativos de incêndios. Graças a um esforço grande e conjunto de várias agências governamentais, no sábado esse número tinha caído para 2.010 focos. Terminamos o domingo com seis focos e, agora pela manhã, nenhum foco”.
Freitas detalhou que agora o trabalho será de prevenção de novos focos e nas investigações das causas do fogo.
“O que percebemos é que existem três grandes motivos para o alastramento desse incêndio. O primeiro, de fato, é a estiagem severa que se alastrou por muito tempo. Tivemos a combinação da alta temperatura, ventos fortes e baixíssima umidade do ar. Somado a isso, tivemos atuação criminosa”.
O governador afirmou que três pessoas foram presas em flagrante, sendo uma em Rio Preto, uma em Batatais e outra em Porto Ferreira. Elas portavam gasolina.
“É difícil dizer se há uma ação coordenada. Não nos parece que haja”.
Rodovia em Jardinópolis SP - Reprodução Instagram Danúzio Neto
Ações dos governos estadual e federal
O governo paulista instalou um gabinete de crise para monitorar a situação. Em nota, a secretaria de meio ambiente informou que há um posto de informações em Ribeirão Preto para informar a população sobre as queimadas. No mesmo comunicado, a pasta informou que todas as rodovias estaduais estão liberadas.
Leia a nota na íntegra:
SP mantém gabinete de crise e monitora situações de queimadas em todo o estado
Não há focos de incêndios ativos neste momento; estradas estaduais estão liberadas e algumas Etecs (Escolas Técnicas Estaduais de São Paulo)da região de Ribeirão Preto e Franca terão aulas remotas
O Governo de São Paulo segue com os trabalhos do gabinete de crise e do posto avançado em Ribeirão Preto para monitorar e dar prontas respostas às queimadas que atingem o interior do estado. Nesta segunda-feira (26) não há focos ativos de incêndio, mas 48 municípios (confira a lista abaixo) estão em alerta máximo* para queimadas, de acordo com os dados de monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil.
*A Defesa Civil classificou como alerta máximo todos os municípios que tiveram queimadas na última semana. Os focos de incêndio foram extintos, mas seguem sendo monitorados pelo órgão.
Cidades em alerta:
Monte Alegre do Sul
Alumínio
Santo Antônio do Aracanguá
Piracicaba
Pontal
Monte Azul Paulista
Sertãozinho
Torrinha
Santo Antônio da Alegria
Nova Granada
Iacanga
Taquarituba
Coronel Macedo
Ubarana
Pompéia
Boa Esperança do Sul
Pitangueiras
Salmourão
Lucélia
Poloni
Dourado
Sabino
Jaú
Pirapora do Bom Jesus
Itápolis
Itirapina
Bernardino de Campos
São Simão
Presidente Epitácio
Bebedouro
Bananal
São Luís do Paraitinga
Ibitinga
Tabatinga
Brodowski
Luís Antônio
Pedregulho
Tambaú
Urupês
Turiúba
Arealva
Pradópolis
Altinópolis
Paulo de Faria
Águas da Prata
Morro Agudo
Batatais
Barrinha
O governo federal irá abrir inquérito para investigar os incêndios. O presidente Lula esteve em reunião ontem com a ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, e outras autoridades. Acompanhado da primeira-dama Rosângela, ele disse que não há registro de focos causados por raios, o que significa que a ação do homem está iniciando o fogo.
A ministra Marina Silva afirmou que é necessário que os incendiários sejam punidos de modo rigoroso:
“É preciso parar de atear fogo. Mesmo colocando tudo que está à disposição dos governos estaduais e municipais, dos esforços privados e do governo federal, se não parar de colocar fogo em um período de temperatura alta, baixa umidade relativa do ar e ventos que vão até 70 km/h, não há como conter o fogo”.
Orientações de saúde
O governo de São Paulo emitiu uma série de recomendações para quem tem condições respiratórias crônicas:
Pacientes com asma, DPOC e rinite alérgica devem manter o tratamento regular com sua medicação inalatória (bombinhas);
Quem não faz uso frequente, deve utilizar a bombinha regularmente neste momento para tratamento de asma ou rinite, antes que os sintomas aumentem;
Obter medicação usada em quadros críticos anteriores e utilizar o mais cedo possível, caso iniciem sintomas respiratórios;
Se possível, não sair de casa. Vedar portas e janelas;
Se precisar sair de casa, usar máscara, preferencialmente PFF2/N95;
Evitar locais com grande concentração de fumaça. A fumaça é tóxica e pode causar problemas respiratórios imediatamente;
Quem tiver contato direto próximo a áreas de queimada, se apresentar sintomas respiratórios como falta de ar, chiado no peito, tonturas, dor de cabeça, procurar atendimento médico;
Beber água. A hidratação é muito importante para a via aérea. Atenção especial com crianças e idosos, pelo maior risco de desidratação;
Lavar o nariz e olhos com soro fisiológico;
Umidificadores podem ser usados, mas precisam ser limpos diariamente. Usar toalhas molhadas e bacias com água, caso não tenha umidificador em casa;
Suspender a prática de atividade física ao ar livre nos próximos dias.