Entre as milhares de imagens que circulam sobre os Jogos de Paris 2024, uma parece ter potencial para se tornar o símbolo do Brasil no evento. 

A história de superação do marchador medalha de prata 

A fotografia é de David Ramos e mostra competidores unidos na prova de marcha atlética, formando uma espécie de bandeira do Brasil. 

Nela, está Caio Bonfim, que conquistou a medalha de prata na prova. A própria trajetória do atleta torna a imagem ainda mais emblemática.   

O brasiliense conquistou a primeira medalha após quatro participações em competições olímpicas. Ele estreou em Londres, em 2012, quando terminou a competição na 39ª posição. Quatro anos depois, participou do torneio no Rio, em que ficou muito próximo de conquistar a medalha, finalizando na 4ª. Nos Jogos de Tóquio, em 2000, ele conseguiu o 13º lugar.  

A superação de problemas de saúde na infância

Tornar-se um atleta campeão foi ainda mais difícil para Caio do que teria sido para a maioria. 

Ele teve meningite aos sete meses e se curou de duas pneumonias graves na infância. ‍

Além disso, tinha intolerância à lactose, o que significava que não podia consumir derivados do leite. Sem a suplementação adequada, suas pernas ficaram tortas. 

Aos três anos, Bonfim precisou ser operado:

‍"O Caio, para mim, é uma história de superação. Essas conquistas, para um profissional de saúde que cuidou dele quando criança, é a maior recompensa que eu recebo. Eu acredito [que] eu tenho um pedacinho dessa medalha", afirmou Álvaro Nomura, o médico que cuidou do atleta na ocasião, em entrevista ao portal G1. 

O medalhista Caio Bonfim, aos três anos, após a operação nas pernas. Imagem: acervo pessoal.

Ao decidir se tornar um marchador profissional, necessitou também superar o preconceito: 

‍"Um cara me perguntou: 'Foi difícil essa prova?’ Eu disse que não. Difícil foi o dia que eu fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado", contou em entrevista para a Cazé TV.

A marcha atlética é um esporte da categoria atletismo, mas tem um aspecto diferenciado. A prática demanda que se estenda a perna frente ao chão. No entanto, a ponta do pé de trás só pode sair quando o calcanhar do pé da frente encostar no solo. Isso pode transmitir a impressão de que a pessoa “rebola” ao marchar.  

A imagem semelhante à bandeira do Brasil durante a prova revela um país resiliente, capaz de se superar e alcançar grandes conquistas, como o próprio medalhista Caio Bonfim. 

A divulgação da imagem foi realizada em primeira mão pelo The News. 

O Instagram de David Ramos é: https://www.instagram.com/davidramosgetty.