Um relatório da Organização das Nações Unidas afirma ter evidências confiáveis de que a Coreia do Norte está realizando experimentos médicos e científicos em seres humanos. 

Segundo o documento, os alvos dessas práticas são pessoas com deficiências intelectuais e transtornos psicossociais.

A denúncia foi feita pelo Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. O órgão alega que os experimentos estariam ocorrendo sem consentimento, em instituições pediátricas e centros de detenção:

“Relatos confiáveis indicam que experimentos médicos e científicos são conduzidos em pessoas com deficiências psicossociais e/ou intelectuais”. 

As práticas incluem esterilizações e abortos forçados. O comitê também se declarou preocupado com denúncias de assassinatos de crianças deficientes.

“O comitê está profundamente preocupado com relatos confiáveis de infanticídio de crianças com deficiência, incluindo relatos de assassinatos realizados em instalações médicas com consentimento oficial.” Afirma o relatório.

Essas atrocidades estariam sendo cometidas com autorização oficial e dentro de hospitais.

A representante do comitê, Mara Gabrilli, declarou que os relatos incluem o uso de pessoas com deficiência em testes clínicos sem qualquer consentimento: 

“No centro desta denúncia está o lembrete de que pessoas com deficiência não são objetos de tratamento ou experimentação, mas seres humanos iguais, com direito à integridade física, autonomia e respeito.”

Ela também destacou que o órgão das nações unidas teme pelo estado dos deficientes aprisionados no país:

“O comitê está preocupado com o fato de que pessoas com deficiência em detenção são submetidas a tratamento degradante, incluindo confinamento solitário por suposta desobediência ou 'não produtividade'.”

A ONU recomendou que a ditadura criminalize imediatamente essas práticas e implemente mecanismos de supervisão institucional e reparação às vítimas.

O relatório também aponta uma série de outras violações cometidas contra pessoas com deficiência na Coreia do Norte. Entre elas:

• Detenções arbitrárias e tratamento degradante;
• Confinamento solitário por "desobediência" ou "improdutividade";
• Uso de violência física e punições químicas;
• Negação de assistência médica e acesso a serviços básicos;
• Restrição ao casamento, à adoção e ao trabalho;
• Segregação em ambientes escolares e locais de trabalho considerados "adaptados";
• Expulsão de famílias inteiras de cidades como Pyongyang, caso tenham filhos com deficiência.

O comitê alertou para a existência de uma política discriminatória e eugenica, que busca prevenir o nascimento de pessoas com deficiência.

A Coreia do Norte é uma das poucas nações que ainda vivem sob uma ditadura inspirada no pensamento de Karl Marx.

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