O ranking mundial de felicidade tem colocado a Finlândia, seguida de outros países do norte da Europa, como a região “mais feliz do mundo”. Mas o que economistas e pesquisadores chamam de felicidade não é necessariamente alegria cotidiana.
Segundo o economista Pedro Fernando Nery, esses relatórios medem, sobretudo, a satisfação da pessoa com a própria vida.
De acordo com Nery, trata-se de uma avaliação subjetiva: as pessoas dão uma nota de 0 a 10 para o modo como percebem o atual estágio de sua vida. De um lado está a pior situação possível e, de outro, a melhor.
Nesse quesito, Finlândia, Dinamarca e Suécia costumam aparecer no topo, como os países que oferecem melhores condições a seus cidadãos.
“Na verdade, o que se mede não é felicidade no dia a dia, mas satisfação com a vida, um indicador muito usado nas últimas décadas para tratar de bem-estar subjetivo”, afirmou o economista.
Há, porém, outra forma de medir felicidade: o bem-estar emocional, que considera a frequência de emoções positivas, como rir, sentir alegria ou evitar estados de ansiedade e tristeza.
Nesse caso, os líderes não são os nórdicos, mas países da América Latina, como Paraguai, Nicarágua, Honduras e Costa Rica.
Estudos de referência, como os do Nobel Daniel Kahneman, já mostraram que o dinheiro tem relação mais direta com satisfação de vida do que com bem-estar emocional. Ou seja, países ricos lideram um tipo de ranking, mas não necessariamente o outro.
Nery destacou que os países nórdicos aproveitaram a “fama” e transformaram a ideia de felicidade em um produto cultural.
Conceitos como Hygge (Dinamarca), Lagom e Fika (Suécia) e Sisu (Finlândia) viraram livros e estilos de vida divulgados internacionalmente, o que fortalece a imagem desses países como modelos de bem-estar.
Já na América Latina, mesmo com índices elevados de emoções positivas, não existe a mesma capacidade de transformar esse traço cultural em narrativa global, o que faz a região “não saber se vender” com a mesma força.
“Talvez você nunca tenha ouvido falar que o Paraguai está em primeiro lugar em emoções positivas. Esse resultado é contra intuitivo, porque a região convive com violência e desigualdade. Ainda assim, consegue viver com mais leveza no cotidiano”, afirmou.
Enquanto os nórdicos são vistos como modelo de satisfação, fruto de renda alta e instituições sólidas, os latino-americanos aparecem em posição de destaque na dimensão emocional. Isso acontece mesmo enfrentando maiores dificuldades materiais.
Para Nery, a diferença mostra que a ideia de felicidade é cultural e depende do que se escolhe medir.
A frase “o que importa é ser feliz” é recorrente no cotidiano e levanta a questão sobre o que, de fato, define felicidade.
No núcleo de formação da Brasil Paralelo o tema é discutido a partir de quatro nomes da filosofia ocidental: Sêneca, Schopenhauer, Santo Agostinho e Aristóteles.
Como cada um deles percebia a felicidade? E como os diferentes conceitos que fornecem podem nos auxiliar no dia a dia?
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