Faleceu nesta sexta-feira, aos 81 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado. A causa mortis foram complicações decorrentes de uma malária contraída na década de 1990. Considerado um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, Salgado e sua esposa, Dona Lélia Wanick Salgado, viviam em Paris.
Sebastião Salgado é o mais célebre fotógrafo brasileiro e uma das maiores referências mundiais da fotografia documental.
Com um estilo inconfundível em preto e branco, ele dedicou sua carreira a retratar temas como trabalho, migração, miséria, natureza e resistência humana, sempre com uma sensibilidade estética que transforma denúncia em arte.
Entre suas obras mais impactantes estão Trabalhadores (1996), um mergulho na era do trabalho manual; Êxodos (2000), que documenta deslocamentos humanos em mais de 40 países; e Gênesis (2013), uma ode à natureza intocada e às culturas tradicionais. Seu projeto mais recente, Amazônia, é um tributo visual à floresta e aos povos indígenas brasileiros.
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Salgado formou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo e fez mestrado na USP. Exilado durante a ditadura militar, mudou-se para Paris, onde concluiu o doutorado na Universidade de Paris. Foi durante uma missão da Organização Internacional do Café, na África, que descobriu a fotografia, utilizando uma Leica emprestada de sua esposa, Lélia Wanick Salgado.
Em 1973, Salgado iniciou sua carreira como fotógrafo profissional. Trabalhou nas agências Sygma, Gamma e, posteriormente, na Magnum Photos. Em 1981, ganhou projeção internacional ao registrar o atentado contra o presidente Ronald Reagan. Em 1994, fundou sua própria agência, a Amazonas Images, ao lado de Lélia, responsável pelo design gráfico de seus livros e exposições.
Salgado é reconhecido por seu compromisso humanitário. Em 2001, tornou-se Embaixador da Boa Vontade da UNICEF. Recebeu prêmios como o W. Eugene Smith Memorial Fund (1982), o Príncipe de Astúrias das Artes (1998) e o Praemium Imperiale (2021). Em 2016, foi eleito membro da Academia de Belas-Artes da França, sendo o primeiro brasileiro a ocupar essa posição.
Após documentar o genocídio em Ruanda, Salgado enfrentou um período de depressão. De volta à fazenda da família em Minas Gerais, encontrou a terra devastada. Com Lélia, fundou o Instituto Terra em 1998, que já plantou mais de dois milhões de árvores e transformou uma área degradada em uma reserva de Mata Atlântica.
A vida e obra de Salgado foram retratadas no documentário O Sal da Terra (2014), dirigido por Wim Wenders e seu filho Juliano Ribeiro Salgado. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2015 e venceu o César na mesma categoria.
Até adoecer, Salgado continuava ativo, expondo suas obras em todo o mundo e inspirando novas gerações com sua arte comprometida com a justiça social e ambiental.
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