O ministro Alexandre de Moraes intimou a defesa de Jair Bolsonaro a esclarecer o uso de um celular pelo deputado federal Nikolas Ferreira durante uma visita feita ao ex-presidente. Na ocasião, Bolsonaro ainda cumpria prisão domiciliar por decisão do próprio ministro.
As regras da prisão domiciliar proibiam Bolsonaro de usar celular, acessar redes sociais ou enviar mensagens por meio de terceiros. A norma também se aplicava às visitas.
Imagens exibidas pela TV Globo mostraram Nikolas utilizando um aparelho na varanda da casa, ao lado do ex-presidente, o que levou Moraes a pedir esclarecimentos.
Na intimação, Moraes afirma que a visita de Nikolas foi autorizada em 11 de novembro, com a ressalva de que todas as determinações deveriam ser respeitadas.
Ele quer saber se houve compartilhamento do dispositivo, se Bolsonaro teve acesso às mensagens ou se houve qualquer forma indireta de comunicação mediada pelo deputado.
“Durante a visita autorizada, o réu e o parlamentar foram vistos conversando na área externa enquanto o deputado utilizava um telefone celular”, escreveu Moraes ao citar a reportagem.
Em resposta, Nikolas Ferreira afirmou que a visita ocorreu dentro da “normalidade da atividade parlamentar”. Ele afirma que o celular estava consigo “para uso pessoal” e não foi utilizado para comunicação externa.
O deputado disse não ter sido informado de restrições ao aparelho e criticou a intimação.
“As proibições dizem muito sobre o estado do país”, escreveu.
Ele comparou o caso a relatos de uso de celulares por lideranças de facções criminosas dentro de presídios e afirmou: “Mas celular de visita agora vira caso de gravidade institucional. Não é justiça, é teatro para intimidar. Patético.”
A defesa de Bolsonaro terá de detalhar ao STF se o ex-presidente teve acesso, direto ou indireto, ao celular durante a visita.








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