Na manhã de 2 de setembro de 1822, o Paço de São Cristóvão não tinha Dom Pedro à frente do governo. O príncipe regente viajava pelo interior paulista, tentando consolidar apoios locais em meio à tensão crescente entre Brasil e Portugal. Coube, então, a Maria Leopoldina de Habsburgo, arquiduquesa austríaca e princesa do Brasil, assumir a regência, ou seja, o governo provisório.
Leopoldina não era uma figura decorativa da corte. Criada em Viena, filha do imperador Francisco I da Áustria, cresceu em uma das casas mais poderosas da Europa.
Estudou línguas, filosofia, mineralogia, botânica, música e diplomacia. Essa bagagem fez dela alguém capaz de compreender os rumos políticos do continente e, em 1822, os riscos do impasse que o Brasil atravessava.
As Cortes de Lisboa exigiam o retorno imediato de Dom Pedro. Determinavam restrições à autonomia conquistada desde 1808 e já ameaçavam prender José Bonifácio, ministro e aliado do regente. O clima era de crise: ou o Brasil aceitava o que os brasileiros chamava de “recolonização” ou afirmava a separação.
Naquele 2 de setembro, Leopoldina presidiu o Conselho de Estado. Diante dos ministros, assinou o parecer que recomendava a ruptura com Portugal. Foi o primeiro ato oficial da Independência. Apesar de muitos canais divulgarem que ela teria assinado um “decreto de independência”, tal documento não existe e, decidir pela independência, era algo que ela não tinha poder para fazer no cargo de regente.



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