O embate entre Lula e Trump ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (21). O presidente brasileiro disse, em evento do Ministério da Saúde em Sorocaba (SP), que o republicano ‘não deve dar palpite’ no país.”
Lula usou uma metáfora para explicar como entende o papel do governo:
“Governar é como uma mãe. Uma mãe pode ter dez filhos, todos lindos, mas vai dar um chamego maior para aquele que tiver um problema de saúde, o mais fragilizado. É assim que a gente tem que governar. O rico não precisa de mim. Quem precisa é o pobre desse país.”
A declaração foi feita enquanto ele comentava a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, medida adotada pelo governo norte-americano desde o início do mês.
O presidente também relacionou a metáfora à defesa da soberania nacional:
“Soberania não é apenas cuidar da nossa fronteira, do nosso mar, da nossa floresta. É cuidar do povo, isso sim é a soberania de um país. Por isso, o presidente americano não deve dar palpite aqui, porque aqui cuidamos nós.”
Na semana passada, Trump chamou o Brasil de “mau parceiro comercial”, alegando políticas que prejudicariam empresas norte-americanas. Lula rebateu a fala e disse que o país não se curvará a Washington:
“É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro. O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para o governo americano.”
Desde 6 de agosto, produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos passaram a pagar uma tarifa de 50%. A decisão partiu da gestão Trump, que acusou o governo Lula de adotar políticas “incomuns” e “extraordinárias”, capazes de prejudicar empresas norte-americanas e a liberdade de expressão de seus cidadãos.
Entre os setores mais afetados estão:
A medida tem sido usada por Trump como instrumento de pressão política. Já para o governo brasileiro, representa um desafio imediato para manter o fluxo de exportações e evitar perdas bilionárias.
O embate entre Lula e Trump ocorre em meio ao agravamento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
De um lado, o governo norte-americano impôs tarifas inéditas de 50% contra produtos brasileiros; de outro, Lula transformou o episódio em bandeira política para reforçar o discurso de soberania e de defesa dos mais pobres.
A disputa ainda deve marcar a relação entre os dois países nos próximos meses.
Para o advogado Ricardo Gomes, o gesto de Trump vai além de uma disputa pontual.
Ele representa uma mudança estrutural na política externa americana: o reconhecimento de uma nova guerra fria entre dois blocos, um liderado pelos EUA e outro pela China.
“Não dá para comercializar com os dois blocos, tendo um alinhamento político total com um deles”, afirma Gomes.
Assista à análise completa de Ricardo Gomes no programa Magna Carta, disponível no canal da Brasil Paralelo.
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