Negligência e desinformação
Segundo Mariana Marins, irmã de Juliana, o governo da Indonésia e a Embaixada do Brasil em Jacarta divulgaram de forma falsa que uma equipe de resgate havia conseguido levar comida e água para o local.
A informação chegava para esses órgãos por meio da agência de viagem pela qual Juliana contratou a viagem. Diz a irmã dela sobre o caso:
“A equipe da agência falava que o resgate tinha chegado, a gente se animava, a embaixada passava para a gente, só que na verdade a gente, em contato com essas outras pessoas que estavam na trilha também, sabia que era mentira, que a equipe não tinha chegado nada.”
A única vez que Juliana foi filmada foi no sábado às 17h30, a segunda vez foi no resgate de ontem, terça-feira, em que foi encontrada sem vida.
O tempo de resgate estipulado, era de 5 a 7 horas para chegar no local. A irmã de Juliana informa que só chegou 17 horas depois, com tanto tempo, a jovem já tinha ido muito para baixo e o resgate teve que ser interrompido por diversas vezes.
Em uma delas, os resgatistas levaram uma corda curta demais, não alcançando assim a jovem.
Jovem é encontrada morta nesta terça-feira
Quando a notícia da confirmação da morte de Juliana foi divulgada, o pai da brasileira estava a bordo de um avião rumo à Indonésia.
Tanto o monitoramento, quanto o resgate de Juliana, foram feitos por trilheiros, turistas e montanhistas profissionais, chamando atenção para a falta de apoio do governo da Indonésia e do Brasil.
Após a confirmação da morte, Lula se manifestou com pesar. O governo também afirmou que não custeará o translado do corpo da brasileira para que ela seja enterrada no Brasil, segundo eles, isso é de responsabilidade da família.
Resumo do que aconteceu dia a dia no caso Juliana Marins
Sexta-feira, 20 de junho
- Juliana Marins inicia a trilha ao Monte Rinjani, na Indonésia, com um grupo guiado por Ali Musthofa.
- Por volta das 6h (horário local) / 19h (Brasília), ela sofre uma queda de cerca de 300 metros em uma ribanceira.
- A trilha estava encoberta por forte neblina.
- O alerta à Basarnas (agência de resgate da Indonésia) foi feito às 9h40 (local) / 23h40 (Brasília).
Sábado, 21 de junho
- O guia retorna ao ponto onde Juliana havia parado e constata a queda. O grupo decide voltar à base.
- Às 17h10 (Brasília) / 4h10 (local), ela é avistada, mas o resgate não é possível devido ao clima.
- Circulam informações de que ela teria recebido comida e água, mas depois são desmentidas.
Domingo, 22 de junho
- Pela manhã (noite na Indonésia), as buscas são oficialmente suspensas devido ao mau tempo.
- Às 19h04 (Brasília), o Itamaraty se pronuncia, informando mobilização diplomática e envio de funcionários ao local.
Segunda-feira, 23 de junho
- As buscas são retomadas.
- Um drone térmico localiza Juliana, aparentemente imóvel, a 400-500 metros da trilha.
- Equipes relatam terreno extremamente difícil. As buscas são interrompidas às 16h (local) / 5h (Brasília).
Terça-feira, 24 de junho
- Às 4h30 (Brasília), a família informa que três planos de resgate estão em ação; helicóptero é descartado por causa do tempo.
- Às 6h (Brasília) / 16h (local), o parque nacional fecha o acesso de turistas.
- Às 8h (Brasília) / 18h (local), o corpo de Juliana é encontrado.
- Às 11h (Brasília) / 22h (local), a família confirma sua morte nas redes sociais.
Quarta-feira, 25 de junho
- Pela manhã, o corpo é içado até o ponto de apoio, segundo a Basarnas.
- Ele é levado ao posto de Sembalun e será transferido ao Hospital da Polícia para os trâmites legais e repatriação.