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Internacional
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Isolada geopoliticamente, Nicarágua busca alianças com ditaduras ao redor do mundo

Isolado dos seus vizinhos, o país do ditador Daniel Ortega busca aliados políticos e econômicos com ditaduras e autocracias ao redor do mundo.

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Publicado em
19/6/2023 17:52
Foto: EFE/Presidencia Nicaragua

A visita do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, à Nicarágua nesta semana expôs ao mundo a intensificação das relações entre a ditadura de Daniel Ortega e outros regimes autocráticos e ditatoriais ao redor do mundo.

Ortega tem enfrentado isolamento internacional nos últimos anos devido às contínuas violações de direitos humanos praticadas por seu regime e às perseguições políticas direcionadas a opositores e críticos.

O ditador nicaraguense vem encontrando em países como Rússia, China, Irã, Cuba e Venezuela uma oportunidade de ampliar laços comerciais, com o objetivo de obter rendimentos que possam continuar mantendo a ditadura sandinista no poder.

Na última terça-feira (13), o Parlamento do país, controlado pelo regime, aprovou um acordo de cooperação aduaneira com a Rússia.

Parlamento aprova por unanimidade aproximação com a Rússia

O objetivo da parceria é melhorar o comércio entre os dois países e “evitar o contrabando de mercadorias”. Os 91 deputados que compõem o Parlamento aprovaram a medida.

A deputada Iris Montenegro, do partido que governa a Nicarágua e presidente do Comitê de Relações Exteriores, afirmou na sessão plenária que o acordo:

  • irá fortalecer a "cooperação na gestão alfandegária”;
  • “ajudará a determinar a qualidade dos produtos, preços e marcas importados entre os dois países”;
  • evitando “qualquer mecanismo de contrabando de mercadorias".

Ela prosseguiu afirmando que "a cooperação alfandegária e a assistência mútua podem desempenhar um papel importante no fortalecimento do comércio".

A deputada foi além, e argumentou que a parceria permitirá que as administrações alfandegárias passem a implementar acordos internacionais que possam fornecer:

“Todos os elementos necessários para a troca de informações, ou seja, sobre as necessidades do país, solicitando a verificação de sua solicitação, protegendo os dados de troca e garantindo a confiabilidade, e que essa troca seja baseada no princípio da reciprocidade".

Nesta semana, Ortega prometeu ao presidente russo, Vladimir Putin, seu aliado, que, "diante das contínuas e novas ameaças do imperialismo” [em referência aos Estados Unidos], eles continuarão a fortalecer os “laços históricos de fraternidade, parceria, solidariedade e cooperação”, que, de acordo com o ditador, “os unem e os caracterizam”.

O embaixador da Rússia na Nicarágua, Alexander Khokholikov, disse no dia 9 que o Kremlin está fortalecendo sua cooperação "pragmática e privilegiada" com o regime de Ortega para “melhorar a presença do país na América Latina”.

No mês de abril, em Manágua, capital da Nicarágua, Ortega e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, analisaram a cooperação bilateral e exploraram a possibilidade de expandi-la.

Desde que Ortega retornou à liderança do país, em 2007, Nicarágua e Rússia fortaleceram suas relações em todos os campos.

Neste mês, Ortega também emitiu um decreto autorizando a entrada, no segundo semestre deste ano, de um número indeterminado de militares estrangeiros na Nicarágua para "fins de intercâmbio e assistência humanitária”.

Entre os autorizados a entrar no país, estão tropas russas, que, segundo o decreto, participarão de operações visando:

"Exercícios de treino e intercâmbio em operações de ajuda humanitária, missões de busca, salvamento e resgate em situações de emergência ou desastres naturais com a Unidade Humanitária e de Resgate do Exército nicaraguense".

A Rússia é uma aliada de longa data da Nicarágua: durante o primeiro regime sandinista (1979-1990), os russos, que na época lideravam a URSS, chegaram a fornecer armamento soviético para as Forças Armadas nicaraguenses.

Irã e Nicarágua enxergam que seus países passaram por ‘revoluções gêmeas’

Em sua visita à Nicarágua, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, reafirmou a necessidade de “aprofundar os laços de amizade entre Irã e a Nicarágua" e disse que pretendia compartilhar “capacidades e experiências" entre o seu país e o do ditador Ortega.

Na visita, Raisi e Ortega discutiram acordos de cooperação bilateral nos campos científico, tecnológico, energético, econômico, cultural, político e comercial.

Em seu último dia de visita, na quarta-feira (14), o mandatário iraniano esteve na Assembleia Nacional da Nicarágua, onde fez críticas aos Estados Unidos e lembrou que a “visita à América Latina e à Nicarágua demonstra a vontade política do nosso país de consolidar e aprofundar mais as nossas relações de amizade".

Raisi ainda afirmou no discurso que, apesar da grande distância entre Irã e Nicarágua e toda a América Latina, os “nossos corações estão muito próximos e nossos objetivos também são muito próximos".

Durante a visita de Raisi, Ortega ressaltou o triunfo da revolução islâmica, em fevereiro de 1979, e da revolução sandinista, em julho do mesmo ano.

"Sempre dizemos e repetimos que somos revoluções gêmeas, de raízes profundas na defesa da nossa identidade", disse o ditador.

No começo do ano, Hossein Amir-Abdollahian, chefe da diplomacia iraniana, disse que o Irã e a Nicarágua tinham "muitas similaridades" e que os dois países estavam prestes a finalizar mecanismos de conformidade para realizar acordos bilaterais em diversas áreas.

Ortega se diz defensor da ideia de que o Irã passe a utilizar energia nuclear para “fins pacíficos”.

Reaproximação com a China

A China e a Nicarágua restabeleceram suas relações diplomáticas em 2021, após 31 anos de distanciamento. Isso ocorreu após o regime de Ortega romper as relações com Taiwan e passar a reconhecer o princípio de “uma só China”, adotado pela maioria dos países do mundo e que Pequim utiliza com o objetivo de isolar e ampliar sua influência sobre Taiwan.

A retomada dos laços entre a China e a Nicarágua abriu portas para uma maior cooperação e integração econômica entre os dois países.

Em 2022, os regimes de Ortega e Xi Jinping manifestaram a necessidade de alcançar acordos comerciais que eliminassem algumas tarifas para os produtos nicaraguenses exportados para o mercado chinês. Além disso, também iniciaram negociações para criar um Tratado de Livre Comércio (TLC).

Os chineses ainda demonstraram interesse em investir em projetos de infraestrutura e desenvolvimento na Nicarágua, como o canal interoceânico, o porto do Caribe, a refinaria El Supremo Sueño de Bolívar e a geração de energia.

A China doou mais de 1 milhão de doses de vacinas contra a Covid-19 e uma grande quantidade de seringas para o país de Daniel Ortega.

Ao final de 2022, o comércio bilateral entre os dois países aumentou significativamente, atingindo US$ 759 milhões. Já neste ano, Pequim anunciou uma série de isenções tarifárias para a exportação de carne bovina, mariscos e produtos têxteis da Nicarágua.

A medida permite ainda que os chineses exportem para a Nicarágua outros produtos sem tarifas, como inseticidas, herbicidas, plásticos e matérias-primas para a indústria têxtil e de brinquedos.

A Aliança Bolivariana com Cuba e Venezuela

Além da Rússia, do Irã e da China, a Nicarágua também fortaleceu ainda mais seus laços com Cuba e Venezuela, dois países autoritários que fazem parte do bloco bolivariano, que afirma lutar contra o “imperialismo” dos Estados Unidos na América Latina.

Juntos, Cuba, Nicarágua e Venezuela formaram a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba, também integrada pela Bolívia e alguns pequenos países caribenhos), que busca impulsionar a integração regional a partir de uma perspectiva socialista e “anti-imperialista”.

A cooperação entre Nicarágua, Cuba e Venezuela têm se baseado na troca de petróleo, alimentos, medicamentos e educação.

Entre outras iniciativas, também estão o Banco da Alba, que financia projetos de desenvolvimento social e econômico nos países membros, e o Tratado de Comércio dos Povos (TCP), que busca uma integração complementar econômica entre esses países.

Além desses acordos, haveria missões de cunho humanitário, como:

  • a Missão Milagre, que oferece atendimento oftalmológico gratuito para os nicaraguenses;
  • a Missão Robinson, para aumento do índice de alfabetização do país;
  • a Missão Alba Alimentos, com preços subsidiados de produtos básicos.

No decreto que autorizava a entrada de militares expedido este mês, o regime de Ortega deu o aval para a entrada de mais 50 militares venezuelanos no país com o objetivo de “participarem de intercâmbios e formação em tarefas de segurança e planejamento de exercícios de ajuda humanitária e assistencial”.

A autorização indica que, além dos acordos comerciais, os dois países também têm realizado trocas de informações relacionadas à segurança.

Cuba e Venezuela têm apoiado politicamente o regime de Ortega diante das críticas e sanções da comunidade internacional devido à repressão e acusações de fraude eleitoral. Também têm condenado as ações dos Estados Unidos e de seus aliados contra suas ditaduras, que consideram parte de uma “guerra econômica e midiática”.

NICARÁGUA: Liberdade Exilada é o primeiro documentário brasileiro a dar voz às vítimas da ditadura de Daniel Ortega. Relatos e testemunhos pessoais de nicaraguenses exilados ajudam a fazer uma análise detalhada sobre a situação política e social do maior país da América Central.

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