Origens e Início da Trajetória Política
Daniel Ortega nasceu em 11 de novembro de 1945, em La Libertad, na Nicarágua, tendo 77 anos de idade em 2023. Ele cresceu em uma família pobre e teve que abandonar a escola aos 15 anos para ajudar a sustentar a família.
Ortega começou a se envolver em atividades políticas na adolescência, juntando-se ao Movimento de Resistência Nicaraguense (MRN) em 1963. Tornou-se um líder estudantil e participou de protestos contra o regime de Somoza.
Em 1967, Ortega foi preso por suas atividades políticas e passou anos na prisão. Segundo o historiador Thomas W. Walker, em seu livro Nicaragua: Living in the Shadow of the Eagle (Nicarágua: vivendo sob a asa de uma águia), Ortega se tornou um defensor do marxismo-leninismo durante a prisão.
Os sandinistas
No final dos anos 60, Ortega se juntou à Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), um grupo guerrilheiro que lutava contra a ditadura da família Somoza. O nome do grupo foi sugerido por Fidel Castro, segundo o ditador cubano, os nicaraguenses deveriam homenagear Sandino, antigo revolucionário do país.
Nesse período, a Nicarágua era governada por aliados dos Estados Unidos. O historiador John D. Martz, em seu livro Central America: The Crisis and the Challenge, destaca que a FSLN foi formada em 1961 como uma organização clandestina com o objetivo de derrubar a ditadura de Somoza e supostamente estabelecer um governo democrático na Nicarágua.
Ele destaca que Daniel Ortega se juntou à FSLN no final dos anos 1960 e rapidamente emergiu como um líder carismático e habilidoso. Ortega desempenhou um papel fundamental na organização da luta armada.
Em 1979, a FSLN finalmente derrubou a ditadura de Somoza, fazendo com que Ortega alcançasse um alto posto de liderança no novo governo. Ele ocupou o cargo de Ministro do Interior e, mais tarde, o de Coordenador da Junta de Governo de Reconstrução Nacional. O governo da Nicarágua aderiu oficialmente a ideologia socialista-comunista.
Porém, mesmo com a vitória sandinista, a situação da Nicarágua se tornaria ainda mais bélica e destrutiva. O governo revolucionário iniciou um processo de socialização da propriedade privada e fuzilamento de opositores, contou Luis Fley, ex-guerrilheiro sandinista, no documentário NICARÁGUA: Liberdade Exilada.
Muitos nicaraguenses insatisfeitos se juntaram para lutar contra o governo revolucionário. Os Estados Unidos financiaram um grupo paramilitar de direita chamado Contras. A CIA enviou helicópteros militares e diversos armamentos para acabar com o governo nicaraguense de tendência socialista.
A guerra durou mais de uma década e deixou um rastro de destruição e morte.
Retorno de Ortega ao Poder
Em 1990, nicaraguenses fizeram manifestações enormes pelas ruas do país pedindo paz. Os dois lados da batalha aceitaram a proposta e continuaram a disputa no campo político.
Ortega era o presidente, ele tinha sido eleito em 1985. Ele tentou a reeleição em 1990, mas perdeu para Violeta Barrios de Chamorro, encerrando o governo sandinista.
Durante os anos seguintes, Ortega foi amplamente visto como um político em declínio à medida que a Nicarágua se esforçava para se recuperar dos anos de conflito, afirmou Humberto Belli, historiador nicaraguense e ex-Ministro da Educação do país, no documentário NICARÁGUA: Liberdade Exilada.
No entanto, Daniel Ortega não deixou o mundo político. Em 2006 ele concorreu novamente à presidência da Nicarágua, conseguindo ser eleito presidente da República com uma margem estreita.