O resultado do acordo
Os dois grupos concordaram em formar um “comitê temporário e apolítico”. Os detalhes serão divulgados gradativamente. Sabe-se que, até 1º de novembro, o Hamas deverá transferir a gestão dos postos de fronteira de Gaza ao novo governo de união nacional palestino e que a Guarda Nacional do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, será deslocada para supervisionar esses postos.
Até 1º de dezembro, o controle administrativo de Gaza será totamente entregue a um novo governo de união nacional.
Faltam informações sobre questões importantes sobre o destino dos 50 mil servidores públicos que foram contratados pelo Hamas desde 2007 ou a situação do braço armado da milícia.
Este encontro no Cairo não surge do nada. Em julho do ano passado, diversas facções palestinas já haviam se reunido na China. Na ocasião, concordaram em buscar uma "unidade nacional abrangente". Chegaram a plenajam um governo comum provisório para administrar tanto a Cisjordânia quanto Gaza, territórios que estão divididos desde 2007.
A separação entre Cisjordânia e Gaza remonta a junho de 2007, quando desentendimentos profundos entre Fatah e Hamas levaram à divisão política que persiste até hoje.
O controle da Faixa de Gaza
O Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza após vencer as eleições legislativas de 2006, enquanto o Fatah manteve seu domínio na Cisjordânia.
Enquanto estes diálogos acontecem, a realidade na região continua complicada. Israel e o Hamas prosseguem com a guerra em Gaza. Recente ignorando até mesmo uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede um cessar-fogo imediato.
A campanha militar israelense, desencadeada após um ataque do Hamas no ano passado, já ceifou mais de 42.000 vidas, majoritariamente de mulheres e crianças. Os feridos ultrapassam a marca de 97.700, segundo dados das autoridades de saúde locais.
Este encontro no Cairo não é apenas uma reunião política. É um símbolo de esperança em meio ao caos, uma tentativa de encontrar unidade quando a divisão parece mais profunda do que nunca. O futuro dirá se essas conversas significarão mais um capítulo na longa e turbulenta história do conflito israelo-palestino.