Apenas os representantes diplomáticos de Cuba, Venezuela e Rússia compareceram ao evento, o que motivou a revolta dos nicaraguenses contra a embaixada brasileira.
O governo do país deu 15 dias para que o embaixador deixasse o país. O Itamaraty tentou reverter a decisão, mas não obteve sucesso.
Em resposta, Lula e o chanceler Mauro Vieira tomaram a decisão de expulsar a embaixadora nicaraguense no Brasil.
Distanciamento
Aliados históricos no continente, Lula e Ortega têm se distanciado ao longo dos últimos anos, conforme o ditador endureceu o seu regime.
No ano passado, o Papa Francisco pediu que o presidente brasileiro intercedesse pela libertação do bispo de Matagalpa, monsenhor Rolando Álvarez, e outros religiosos presos na ofensiva de Ortega contra a Igreja Católica.
Ortega não atendeu aos telefonemas de Lula e ignorou todas as tentativas de contato do petista.
Desde então, os dois presidentes nunca mais conversaram diretamente, como Lula comentou:
"Ortega não atendeu o telefone e não quis falar comigo. Então, nunca mais falei com ele".
Revolução Sandinista
A Revolução Sandinista foi um movimento liderado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) contra a ditadura de Anastasio Somoza.
A FSLN conseguiu dominar a capital Manágua no dia 19 de julho de 1979, celebrando a data como aniversário da revolução.
Após a vitória, o grupo estabeleceu uma junta provisória. Em 1985, o país passou pelas primeiras eleições pós Somoza e elegeu Ortega pela primeira vez.
O líder sandinista deixou o poder após o fim de seu mandato, abrindo espaço para que três presidentes de partidos distintos governassem o país.
Em 2007, Ortega foi reeleito e desde então não deixou mais a presidência do país. Nos últimos anos, o regime sandinista tem sido acusado de perseguir seus opositores e aumentar a repressão no país.