A Galinha Pintadinha é um dos maiores produtores de conteúdo infantil no Brasil. Seu canal no YouTube conta com mais de 38 milhões de inscritos e traz canções tradicionais brasileiras com animações.

No entanto, as contas da Galinha Pintadinha em outras redes sociais estão repletas de publicações com ironia e teor político.

Em uma postagem, a dona aranha da música popular, questiona fala sobre “privilégios históricos” e questiona a ideia de meritocracia:

“Se questiona diariamente se o de cima sempre sobr e o de baixo sempre desce, será que falamos de mérito ou de um mecanismo que reforça privilégios históricos”.

Em outra publicação, a borboleta da música tradicional afirma que tem sua força de trabalho explorada no capitalismo:

“Minhas asas carregam o peso de um sistema que lucra com cada movimento meu, Até o chocolate que eu produzo me lembra que adoçamos a vida com migalhas”.

Até mesmo referências diretas à União Soviética foram feitas em publicações nas contas.

Na postagem uma pessoa vestida como um pintinho compara as músicas da Galinha Pintadinha ao hino soviético:

Leonardo Zago é o responsável pelos perfis da Galinha Pintadinha nas redes sociais. Ele comentou sobre o posicionamento nas contas durante entrevista para a Folha de São Paulo.

• A Galinha Pintadinha, uma das marcas infantis mais conhecidas do Brasil, passou a publicar conteúdos com temas políticos em suas redes sociais. O posicionamento dividiu opiniões entre pais e educadores e reacendeu o debate sobre os limites entre entretenimento infantil e posicionamento de marca. Saiba mais sobre o tema no canal da Brasil Paralelo.

Galinha Pintadinha sempre foi “woke”

Para ele, não é uma novidade que a Galinha pintadinha apoie pautas “woke”, já que ela teria essa tendência desde o início:

"A Galinha já surgiu preocupada com a valorização da diversidade e da arte popular. A gente trabalha para manter vivas as cantigas populares que são fruto do sincretismo cultural"

Ele traz como exemplo a música “Loja do Mestre André", em que a animação mostra uma figura vestida como o Zé Pilintra, entidade cultuada na Umbanda. 

No entanto, o reposicionamento da marca começou após o vídeo com referências ao hino soviético viralizar.

A publicação alcançou mais de 2 milhões de visualizações no Tik Tok e 500 mil curtidas no Instagram.

Esses números fizeram com que a equipe de redes sociais passasse a buscar polêmicas para manter usuários adultos engajados:

"Nosso intuito nunca foi ganhar seguidores falando dessas pautas, foi um crescimento orgânico. Com essas publicações, o público adulto tem se mantido interessado e o engajamento está bom. As pessoas gostam quando diversificamos os assuntos".

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Zago afirma que o posicionamento politizado da galinha nas redes sociais não tem impactado o número de visualizações no YouTube:

"O público parece ter entendido que o conteúdo disponível no YouTube, com as músicas, é diferente das nossas páginas no Instagram e TikTok. Nessas, a comunicação tem sido feita para conversar com os pais e adultos, o YouTube Kids segue disponível para as crianças."

Apesar de existir uma separação nesse caso, pautas progressistas e visões identitárias estão sendo transmitidas para crianças cada vez mais jovens.

Por esse motivo, a Brasil Paralelo lançou sua primeira animação, Pindorama. O desenho conta a história do Brasil de maneira divertida.

A primeira temporada narra as aventuras de Pedro Álvares Cabral na viagem que levou ao descobrimento do Brasil.

Agora, as crianças podem se aventurar com a história de Araribóia, índio guerreiro que ajudou Portugal a enfrentar a invasão francesa no início da colonização.

Assista ao evento especial de lançamento da segunda temporada de Pindorama abaixo:

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