Um sacerdote encontrou uma maneira inusitada de conseguir dinheiro para o orfanato que administrava. 

O mexicano Sergio Gutiérrez Benítez cuidava de 270 crianças e estava sem dinheiro para pagar as contas. 

Tudo mudou quando, em uma noite, teve uma ideia ao assistir televisão. Decidiu se tornar atleta de luta livre para ganhar algum dinheiro. 

A ideia era lutar durante apenas uma ano, até garantir recursos para a instituição. 

O resultado foi uma carreira de vinte anos no esporte, dedicada a angariar fundos para ajudar os mais vulneráveis. 

Sob o nome de “Frei Tempestade”, lutou durante anos usando uma máscara vermelha e dourada para preservar sua identidade. 

Com o tempo, começou a conquistar fãs nas lutas que participou e foi aceito no Conselho Mundial de Luta Livre. 

Sua história inspirou três filmes: o francês "L'Homme au masque d'or" (1991), "Nacho Libre" (2006) e "Padre Tormenta" (2007), no qual interpretou a si mesmo.

Anos mais tarde, viu-se obrigado a revelar sua identidade secreta. Um impostor estava se passando por ele para conseguir dinheiro de pessoas desavisadas. 

Benítez se aposentou dos ringues em 2011, mas conta com orgulho onde chegaram aqueles que ajudou. Hoje, o sacerdote tem 79 anos e continua trabalhando em seus projetos sociais. 

Em 2013, declarou em uma entrevista que “graças à luta livre, hoje existem três médicos, dezesseis professores, dois contadores, vinte TI 's, um advogado e um sacerdote”.

Vida de superação

Sergio Gutiérrez Benítez nasceu em 9 de maio de 1945 em San Agustín Metzquititlán, Hidalgo, México. Cresceu em uma família pobre e numerosa, enfrentando muitas dificuldades na infância.

Na adolescência, viciou-se em álcool e drogas, mas mudou de vida aos 22 anos quando entrou na Ordem dos Escolápios. 

Foi ordenado padre em 26 de maio de 1973 e logo começou a ajudar crianças e jovens em situação de rua. 

Em 1976, assumiu uma paróquia e fundou o orfanato, que o levou a se tornar um dos lutadores mais famosos do México.