Os Estados Unidos enviaram três navios de guerra e cerca de 4 mil fuzileiros navais para o Caribe, em uma operação que tem como foco a costa da Venezuela.
A ordem partiu do presidente Donald Trump, que afirmou querer usar “toda a força americana” para combater cartéis de drogas na região.
Em resposta, o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos. Em discurso, disse que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela, nem da América do Sul”.
A iniciativa faz parte da estratégia de Trump de classificar cartéis latino-americanos como organizações terroristas estrangeiras. Em fevereiro, ele incluiu o grupo venezuelano Tren de Aragua, seis facções mexicanas e a gangue MS-13, de El Salvador, nessa lista.
Além dos três navios, USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, foram deslocados aviões espiões, um submarino de ataque e outros recursos militares para o Caribe.
O objetivo é impedir que drogas, como o fentanil, cheguem aos EUA.
“Para uma operação voltada a prender ou até eliminar Maduro. Em resumo, trata-se de eliminar politicamente Maduro e preparar uma mudança de regime, com uma transição controlada e, de preferência, eleições conduzidas internamente”, afirmou o cientista político Adriano Gianturco.
Além de convocar as milícias bolivarianas, criadas por Hugo Chávez em 2005, Maduro anunciou que vai distribuir armas e mísseis a trabalhadores e camponeses.
Também suspendeu o uso de drones no país, medida adotada após a tentativa de assassinato sofrida em 2018, quando um equipamento carregado de explosivos explodiu próximo ao palanque presidencial.
O governo venezuelano afirma que a acusação de narcotráfico feita por Washington é uma forma de justificar “ameaças e agressões” contra o país.
As relações entre EUA e Venezuela estão rompidas desde 2019, quando Trump deixou de reconhecer a legitimidade das eleições de Maduro e apoiou o opositor Juan Guaidó. Desde então, Caracas foi alvo de sanções por Washington.
Neste mês, a Casa Branca dobrou para US$50 milhões, cerca de R$274 milhões, a recompensa pela captura de Maduro, acusado de chefiar o chamado Cartel dos Sóis, ligado ao tráfico internacional de cocaína.
O Departamento de Justiça dos EUA afirma que foram apreendidos cerca de R$3,83 bilhões em bens de Maduro, incluindo mansões, jatos e contas bancárias.
Apesar da escalada, analistas consideram improvável uma interveção militar direta. Trump não sinalizou intenção de promover uma mudança de regime.
No entanto, deixou aberta a possibilidade caso Maduro provoque novos incidentes, como a disputa territorial com a Guiana pelo Essequibo.
Para Gianturco, o país precisará de apoio internacional para escapar do regime autoritário:
“A população sozinha não consegue remover Maduro. É necessário apoio externo. Mas esse apoio precisa ser o mais brando possível, porque quanto maior a intervenção, mais visível ela se torna e maiores os problemas que pode gerar”.
O impasse mantém a região em alerta. De um lado, os Estados Unidos ampliam a pressão com presença militar e sanções econômicas. Do outro, Maduro aposta na mobilização interna para reforçar seu controle.
O desenrolar dos próximos dias mostrará se a escalada se limita à retórica ou se evoluirá para um confronto mais direto.
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