Especial de Natal 2025

Dia 15 de dezembro, garanta seu lugar

Cadastro gratuito
Guerra Oculta - Estreia exclusiva
Evento de lançamento começa em
00
D
00
H
00
M
00
S
December 2, 2025
Ative o lembrete
This is some text inside of a div block.
3
min de leitura

Heading

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.

Por
This is some text inside of a div block.
Publicado em
This is some text inside of a div block.
This is some text inside of a div block.
Atualidades
3
min de leitura

Enem e Tiago Leifert: como “lacração” associou o apresentador ao racismo

Há mais de cinco dias, jornalista é alvo de ataques na internet.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
4/11/2024 16:25
reprodução redes sociais

Ontem, após a divulgação da prova de redação do Enem, começaram a surgir nas redes sociais publicações fazendo associações entre o tema da redação e o jornalista Tiago Leifert. Associando a prova ao jornalista estava o tema do racismo. Tão logo o tema foi  divulgado” começaram a surgir comentários como: 

“O Tiago Leifert na redação do Enem: Não existe racismo no Brasil. É tudo perspectiva”, do usuário @evertondisse, no X.  

A repercussão revela a campanha de destruição reputacional sofrida pelo apresentador desde que manifestou sua opinião sobre a conduta de Vini Jr durante o prêmio Bola de Ouro. Durante uma live, o jornalista criticou a escolha do atleta e do Real Madrid de não comparecer à cerimônia de entrega do prêmio, em Paris. 

Leifert achava que, mesmo sabendo que não seria vencedor, Vini Jr deveria ter comparecido à premiação para colher os louros da popularidade. 

Leifert atuou durante 14 anos na cobertura esportiva. Em sua análise, esclareceu que Vini Jr é atualmente o mais importante jogador de futebol da atualidade. Enfatizou que o atleta é maior do que o próprio prêmio:

 “Deveria ter ido, com o peito estufado, olhar nos olhos dos jornalistas que não votaram em você, receber o carinho. Se você tivesse ido, seria o campeão moral. Teria sido absurdamente legal se você tivesse ido.”

Disse também que o vencedor, Rodrigo Castante, do Manchester City não tem culpa pelo que aconteceu: 

“O Rodri não tem culpa, acabou sendo um pouco ferido pelos fatos. Não tem culpa nenhuma. Você deveria ter ido, Vini. Para você ser levado nos braços povo. Perdeu a oportunidade de ter essa imagem”, afirmou Leifert. 

Na sequência, o site Choquei “ressurgiu”, publicando um um corte da fala do apresentador, que foi replicado por perfis como Mundo da Bola e Fofoquei. Depois disso, a narrativa de racismo começou a correr pela internet.

Personalidades e internautas acusaram Leifert de querer ensinar a um homem negro como agir em relação ao racismo. O ator Jonatas Figueiredo gravou um vídeo nas redes sociais em que acusou o jornalista de autoritarismo: “Ele diz que o Vini tem de fazer isso porque ele quer [...] Está reproduzindo um Brasil de 500 anos atrás”, afirmou. 

A cantora Maria Rita Mariano escreveu que ele não deveria ter emitido opinião:  

“Absurdamente legal seria a sua decisão de não emitir opinião”. E ainda enfatizou em tom irônico: “Racismo é igual cair na pilha. Ah, que vergonha”. 

Outro que criticou Leifert foi Bruno Gagliasso. O ator e a esposa, Giovanna Ewbank, são conhecidos pelo constante envolvimento em debates sobre racismo:

“Calado é um poeta”, afirmou Gagliasso. O ator disse ainda que ao se recusar a comparecer, Vini Jr chamou a atenção para o problema do racismo:
“Ele [Vini Jr] venceu porque a sua ausência é mais eloquente do que qualquer presença naquele evento. Ele venceu porque fez o mundo inteiro olhar para uma brutal tentativa de apagamento. Ele venceu porque seus companheiros abraçaram sua ideia. Ele venceu porque, mais uma vez, é o algoz dos racistas”. 

Leifert realizou live para comentar a questão

Com o objetivo de responder às acusações, o jornalista então realizou uma live em suas redes sociais. Um dos convidados foi Bruno Gagliasso, que visualizou a mensagem, mas não a respondeu. Sara Zarâ, uma influenciadora do movimento negro, que viralizou um vídeo do jornalista, também esteve entre as convidadas. 

Tiago afirmou que seu comentário se referia apenas a futebol. Perguntou se a moça tinha conhecimento sobre como funciona o Bola de Ouro. Ela afirmou que não tinha. Disse também que não estava falando sobre futebol:

“Aquela orientação que você deu não cabe em nenhum contexto, nem mesmo em futebol”, reclamou Sara Zarâ. 
“A Bola de Ouro é injusta a bastante tempo, é um prêmio individual polêmico porque fez um monte de merda nos últimos anos. São 100 jornalistas que participam de 100 países, um de cada país. O Vini perdeu por que foi vítima de racismo?”, questionou Tiago.
“Eu não acho que seja por isso não”, disse Sara. 
“Então a gente já tem um problema. Então a minha fala não é racista”. 

Em outro momento, Tiago continuou: 

“Vocês pegaram o comentário sobre a Bola de Ouro e estão me chamando de uma coisa que eu não sou, isso é crime. Que absurdo”. 

Afirmou também que não pode ser chamado de racista só porque discorda do grupo que o atacou. 

A live acirrou ainda mais a polêmica. A jornalista Madeleine Lacsko, de O Antagonista, chamou a atenção para dois pontos:

O primeiro é  o desconhecimento da ativista sobre o tema tratado por Leifert. Segundo Lacksco:

“Não, ela não tinha [conhecimento sobre futebol]. Tampouco entendia o funcionamento do Bola de Ouro. E assim, sem conhecimento sobre o evento e sem assistir à live, essa influencer se sentiu capacitada para atacar alguém, repetindo os clichês vazios do identitarismo.”

Madelaine ressaltou que a influeciadora é uma mulher negra e inteligente, que tem o desejo de ocupar o espaço que merece:

“Mas, ao ser tragada pelo movimento woke e pela narrativa do politicamente correto, acreditou que sua luta deveria se resumir a atacar e cancelar os outros. Para muitos dessa nova geração, lutar é consumir e cancelar, acreditando que a inclusão se dá por likes e publis.”

Na live, a influenciadora fez o pedido direto por mais patrocínios. Um segundo ponto importante é que o episódio marcou o retorno do perfil Choquei à internet.  

A volta do Choquei

Em março deste ano, após a divulgação de uma notícia falsa sobre um suposto relacionamento entre Jéssica Canedo, 22 anos, e o humorista Whindersson Nunes. Essa informação errônea desencadeou um intenso assédio online contra Jéssica.  A jovem foi tragicamente encontrada morta dias depois.

O incidente gerou uma onda de indignação nas redes sociais, provocando intensos debates sobre ética na divulgação de informações, responsabilidade digital e os perigos do cyberbullying. 

Críticas severas foram direcionadas ao "Choquei" e à Mind8, empresa que tem a cantora Preta Gil como uma das sócias. A empresa, então, comprometeu-se a mudar suas práticas de gestão de conteúdo. 

Na época, a família de Jéssica manifestou intenção de buscar justiça, ampliando o debate para a esfera legal. O caso trouxe à tona questões cruciais sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, especialmente de jovens. 

O caso envolvendo Tiago Leifert recoloca o perfil no centro de uma polêmica envolvendo campanhas de cancelamento reputacional. 

Não é a primeira onda de ataques que o jornalista sofre. Há alguns anos, quando apresentava o programa Big Brother Brasil, protagonizou uma série de debates sobre a importância do programa para a geração de empregos na rede Globo. Na época, foi acusado de ter sido privilegiado na carreira por ser filho de um executivo da empresa. Na ocasião, a questão racial também veio à tona. 

Campanhas de conscientização social

Não foi só pelo trabalho realizado como jornalista que Tiago Leifert se tornou conhecido. Esteve ao lado da esposa, Diana Garbin, no ativismo contra a bulimia e transtornos alimentares. 

Além disso, protagonizou uma campanha de conscientização sobre retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular que atinge prioritariamente crianças de 0 a 5 anos e que atingiu sua filha, Lua, ainda bebê. 

A campanha de cancelamento parece trabalhar com um recorte da trajetória de quem é cancelado e ainda reduzir debates importantes, como os sobre a questão racial. Madeleine Lacsko chama a atenção para o fato de que “quem realmente quer fazer a diferença tem apenas um caminho a seguir: conhecimento, trabalho e diálogo”. 

O jornalismo da Brasil Paralelo existe graças aos nossos membros

Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa. 

Quanto mais gente tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos vocês. 

Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. Clique aqui

Relacionadas

Todas

Exclusivo para membros

Ver mais