Quando João Paulo II perdeu a mãe, ainda criança, encontrou outra mãe em Maria. Três anos depois, perdeu o irmão. E aos 21, com a morte do pai, estava completamente só no mundo.
“Estou completamente só (…). Aos vinte anos, já perdi todas as pessoas que amei!”, escreveu o jovem que um dia se tornaria papa.
Com a morte do pai, em plena Segunda Guerra Mundial, Karol ficou órfão. No entanto, manteve a fé. O garoto sustentou a confiança, moldada por um exemplo silencioso: seu pai.
Sua devoção mariana nasceu do consolo recebido ainda menino, no dia seguinte ao enterro de sua mãe.
Seu pai o levou até um santuário dedicado à Virgem Maria. Ali, disse ao pequeno Karol e ao irmão que, a partir daquele dia, Nossa Senhora seria a mãe dos dois.
Com o tempo, a promessa se tornou realidade: Maria o acompanharia por toda a vida, até os últimos dias de seu pontificado.
A infância de Karol foi marcada por despedidas. Perdeu, ainda, sua juventude sob a sombra da ocupação nazista e da perseguição comunista. Mas não perdeu a fé.
Nesses anos, em vez de se fechar no luto, o jovem polonês mergulhou em sua vida espiritual.
Trabalhava durante o dia em uma fábrica de produtos químicos e, à noite, estudava no seminário clandestino de Cracóvia, sempre com um pequeno livro no bolso: o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort.
Foi essa obra que lhe ensinou o que viria a ser o lema do seu pontificado: Totus Tuus — "Sou todo teu, Maria".
A perda da mãe biológica não apagou o amor materno da vida de Karol. Pelo contrário: abriu espaço para que ele descobrisse uma maternidade que pare ele era mais profunda, a de Nossa Senhora.
Essa maternidade espiritual se mostrou concreta mais de uma vez. Em 1981, sofreu um atentado na praça de São Pedro. A bala perfurou órgãos vitais, mas não atingiu o coração. Segundo o próprio Papa:
“Uma mão puxou o gatilho. Outra desviou a bala.”
João Paulo II atribuiu sua sobrevivência ao auxílio da Virgem de Fátima. Em sinal de gratidão, levou a bala que quase lhe tirou a vida e a depositou na coroa da imagem de Nossa Senhora, em Fátima, onde permanece até hoje.
Desde sua juventude, marcada por lutos, até o papado carregado de simbolismos e ensinamentos, ele sempre colocou a fragilidade humana sob a proteção de Maria.
Em sua visita a Wadowice, sua cidade natal, João Paulo II agradeceu pela existência de uma casa dedicada às mães em situação de abandono. Em lágrimas, afirmou:
“Sou grato por esse grande dom do amor de vocês ao homem e da solicitude pela vida. A minha gratidão é tanto maior porque esta casa é dedicada à minha mãe, Emilia.”
Hoje, o processo de beatificação dos pais de São João Paulo II está em andamento. A Igreja investiga se Karol e Emília viveram uma vida de santidade.
O que já se sabe, no entanto, é que sua herança espiritual moldou um papa que ensinou ao mundo inteiro o valor do sofrimento, da fé e da maternidade — tanto terrena quanto celestial.
Durante seu longo pontificado, ele difundiu sua devoção mariana em todos os continentes, reconhecendo as representações locais da Virgem Maria.
O papa polonês cultivava uma devoção profunda a Maria especialmente sob o título de Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da sua terra natal.
Entender a devoção de São João Paulo II é também compreender parte de seu impacto no século XX.
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