A facção Terceiro Comando Puro (TCP) usou uma fumaça preta para anunciar seu novo líder no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. 

O sinal lembra o fim de um conclave, ritual de escolha de um novo papa. No entanto, a cor da fumaça está errada, já que a fumaça preta marca uma nova sessão de votos branca a escolha do sumo pontífice.

A troca de comando aconteceu apenas dois dias após a morte do antigo líder da área, Thiago da Silva Folly, mais conhecido como "TH da Maré", em um confronto com agentes do BOPE.

Ele era um dos criminosos mais procurados do Rio e estava foragido desde 2016 com 17 mandados de prisão por tráfico, assassinatos e roubos. 

Seu braço direito, Daniel Falcão dos Santos, o "Gotinha da Maré", também morreu durante uma operação policial no Morro do Timbau. 

Para escolher o substituto, os membros da organização criminosa se reuniram no que foi chamado nas redes sociais de "conclave da boca". 

Ao final dessa reunião, objetos foram queimados, produzindo a fumaça escura que se espalhou pela região e sinalizou a decisão. 

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Descubra quem é o novo líder do tráfico no Morro da Maré

O novo comandante é Alexandre Ramos do Nascimento, conhecido como "Pescador". 

A decisão foi anunciada na página Realidade da Favela, com a frase “Habemus um frente”.

• A expressão frente é uma gíria para se referir aos líderes locais das facções no RJ.

Ele já era um nome conhecido e temido dentro do TCP e contaria com o apoio de "Peixão", considerado o principal líder de toda a facção. 

A ficha criminal de "Pescador" é extensa. Ele é foragido da Justiça e responde por uma série de crimes graves, como:

• tráfico de drogas, 
• associação para o tráfico, 
• homicídios qualificados (com crueldade ou sem chance de defesa para a vítima), 
• sequestros, 
• constrangimento ilegal (forçar alguém a fazer algo contra a vontade) e 
• posse de armas de uso restrito. 

Entre as acusações mais pesadas contra ele estão o envolvimento na morte de dois policiais militares em 2016 e a participação em uma emboscada contra policiais civis em 2017. 

As autoridades temem que a violência nas disputas por território e nos confrontos com a polícia aumente.

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