Donald Trump defende que as regras de permissão para realização do aborto devem ser decididas por cada estado norte-americano. Segundo o presidente, não deve existir uma legislação federal sobre o assunto. Pessoalmente, Trump declara-se pró-vida.
Sua posição atual foi reafirmada no debate presidencial de 1º de outubro de 2024, quando disse:
“Assim como Ronald Reagan antes de mim, apoio totalmente as três exceções para estupro, incesto e a vida da mãe”.
No entanto, critica abertamente restrições severas. Em agosto de 2024, ele chamou a proibição do abortos em fetos com menos de 6 semanas de gestação de “um terrível erro”.
A forma como Trump se posiciona sobre o aborto foi um debate constante durante sua carreira, sendo interpretada por veículos de mídia conforme as convicções editoriais de cada um.
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Sua forma de pensar mudou ao longo dos anos. Em uma entrevista de 1999 para o programa Meet the Press da NBC, Trump disse que apoiaria “o direito das mulheres a abortos de nascimento parcial ou tardios”.
“Talvez isso tenha a ver um pouco do contexto de Nova York. Sabe, eu cresci em Nova York, e lá existe essa atmosfera. Então sou fortemente a favor da escolha e odeio o conceito do aborto”.
Naquela época, ele era democrata e considerava se candidatar à presidência.
Sua opinião aparentemente ficou mais rígida com os anos. O trecho de uma entrevista de Trump em 30 de março de 2016 deixou no ar sua posição sobre se alguém deve ser punido quando um aborto acontece.
Trump conversava com um apresentador católico da MSBC sobre o assunto. Em determinado momento, o apresentador pergunta se ela acreditava que o aborto merece punição.
Trump respondeu:
“Em princípio, a resposta é que deve haver algum tipo de punição para a mulher. Sim, deve haver alguma punição".
A campanha de Hillary Clinton usou a fala para dizer que ele era a favor de punir mulheres que abortassem. No entanto, essas palavras não estão no vídeo. Veja abaixo:
No mesmo dia, sua campanha soltou um comunicado explicando a questão. O texto dizia:
“Se o aborto fosse proibido, o médico ou qualquer outra pessoa que realizasse esse ato ilegal em uma mulher seria juridicamente legalmente responsabilizado, não a mulher. A mulher é uma vítima neste caso, assim como a vida em seu útero”.
Em seu primeiro mandato Trump elogiou as leis de restrição ao aborto em todo o país. Em 18 de maio de 2019, ele defendeu que o aborto só deve ser permitido em três casos específicos:
“Como a maioria das pessoas sabe, e para aqueles que gostariam de saber, eu sou fortemente pró-vida, com três exceções – estupro, incesto e proteger a vida da mãe – a mesma posição adotada por Ronald Reagan”, escreveu no X.
O então presidente afirmou que as nomeações judiciais ajudaram “a mover os EUA em direção a mais restrições ao aborto”. Para ele, era inconcebível que abortos fossem autorizados quando os bebês estão nas semanas finais de gestação.
“Avançamos muito nos últimos dois anos com 105 novos juízes federais maravilhosos (e muitos mais por vir), dois grandes novos juízes da Suprema Corte... e uma atitude nova e positiva sobre o direito à vida.”
Na campanha de 2024, ele afirmou que não aprovará uma lei nacional de aborto:
"Todo mundo sabe que eu não apoiaria uma proibição federal ao aborto, sob nenhuma circunstância, e, de fato, a vetaria", disse no debate de 1º de outubro.
Em março de 2024, alguns veículos de mídia disseram que Trump apoiava o aborto até 15 semanas de gravidez. A polêmica aconteceu por causa de uma entrevista dele a uma rádio.
Ele disse abertamente que é contra uma lei nacional que permita o aborto, reiterando sua posição de delegar aos estados essa missão.
Ao ser questionado sobre até quantas semanas de gravidez seria aceitável permitir uma mulher abortar, respondeu:
“Se você realmente acredita em algo, deve prosseguir com essa crença. No entanto, acredito que é preciso considerar exceções. Quanto ao número de semanas, atualmente há um consenso em torno de 15 semanas, e estou considerando essa possibilidade. Provavelmente, resultará em algo bastante razoável. Até mesmo os mais conservadores estão concordando com isso. Parece que 15 semanas é um número que está obtendo ampla aceitação. Farei esse anúncio no momento oportuno”.
A fala foi interpretada por alguns como uma forma de apoio ao aborto. Veja a entrevista completa abaixo:
A forma como Trump enxerga o aborto foi uma das questões principais da campanha que o levou de volta à Casa Branca.
Com sua posição de deixar que a decisão sobre a legalização ou não fique com os estados, é possível que em seu mandato o aborto não seja uma lei federal nos EUA.
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