A cantora Claudia Leitte está no centro de mais uma controvérsia. Após modificar um trecho de uma de suas músicas mais populares, ela foi acusada de racismo. A canção teve os versos "Joga flores no mar/Saudando a rainha Yemanjá" substituídos por "Joga flores no mar/Só louvo meu rei Yeshua".
- Yeshua é a tradução de Jesus em hebraico.
A alteração foi alvo de diversas críticas. Composta em 2004, quando Claudia fazia parte do grupo Babado Novo, é anterior à conversão da cantora.
Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador, criticou a mudança sem mencionar Claudia diretamente. Ele afirmou em seu perfil do Instagram:
“Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music. Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos”.
Tourinho continuou: “O papel da cultura negra no axé music, o protagonismo dos cantores brancos, com os negros na composição e na ‘cozinha’, são fatos que não podem ser contornados. Não é para se fazer caça às bruxas, mas sim fazer justiça e colocar tudo no seu devido lugar”, continuou.
Em seguida as críticas ficaram mais claras:
"Quando um artista se diz parte desse movimento [ o Axé Músic], saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo".
Anteriormente, ele havia discutido o papel da cultura negra no Axé Music e a predominância de cantores brancos em destaque, enquanto artistas negros ficaram nos bastidores, ao longo de 40 anos da história do gênero.
Posteriormente, Tourinho atualizou sua publicação para apaziguar os ânimos:
“Essa questão que levantei é muito mais sobre o todo do que sobre a parte, e maior e mais endêmica do que qualquer caso isolado. Sei que perde-se controle, mas a intenção não é alimentar hate contra ninguém, e sim puxar a discussão como um todo sobre a necessidade de saber o que é o Axé e reconhecer toda a história. Fechei comentários porque a discussão estava indo na direção errada.”



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