O criador do Telegram, Pavel Durov, foi preso após desembarcar na França no começo desta semana. 

Segundo Emmanuel Macron, presidente francês, o motivo da prisão não está relacionado a questões políticas.

Promotores parisienses afirmam que a prisão foi motivada pela falta de colaboração do Telegram em investigações que envolviam crimes graves, como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e distribuição de pornografia infantil.

O jornal americano Wall Street Journal, por outro lado, afirma que ainda existem dúvidas sobre o real motivo da prisão:

“Essas são ofensas graves se forem verdadeiras, mas muitos suspeitam que isso seja apenas um pretexto, uma vez que a Europa também está impondo controles de discurso em outras plataformas de mídia.”

O jornal destaca que ao longo dos últimos anos, a União Europeia e o governo francês têm tentado obrigar as plataformas conteúdos que classificam como “desinformação” ou “discurso de ódio”.

A notícia destaca a Lei de Serviços Digitais, aprovada este ano pelo Parlamento Europeu. A medida pode levar plataformas a pagar pesadas multas por não remover conteúdos considerados prejudiciais.

‍“O Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, ex-executivo francês de telecomunicações, está usando essa lei como uma ferramenta para censurar a liberdade de expressão em nível global”.

A matéria segue lembrando e ameaças feitas por Breton:

“Ele afirmou, ameaçadoramente, que procedimentos formais já estão em andamento contra X sob o DSA relacionados à ‘disseminação de conteúdo ilegal e à eficácia das medidas tomadas para combater a desinformação’”

O jornal destaca que esse comportamento por parte das autoridades tem justificado os temores sobre avanços estatais sobre a liberdade de expressão nas redes sociais:

“Tudo isso explica por que a prisão do Sr. Durov está incitando o ceticismo. Conservadores americanos, em particular, temem que os europeus estejam tentando fazer do Sr. Durov um exemplo para promover mais censura na internet”“Paris poderia acalmar essas suspeitas fornecendo mais detalhes sobre sua investigação, e a Casa Branca deveria incentivar isso.”

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Esse é mais um capítulo das discussões sobre a regulamentação das redes sociais. A pauta vem sendo levantada por diversos governos ao redor do mundo, inclusive no Brasil.