Fotos de crianças com ursinhos de pelúcia com adereços que lembram objetos sadomasoquistas geraram polêmica sobre a marca de luxo Balenciaga. Em sua campanha publicitária de fim de ano, a grife francesa vinculou crianças a itens de BDSM, uma espécie de jogo de dominação sexual.
Entre os objetos de fetiche para ilustrar a campanha estavam ursos usando colares de cadeado, tops de arrastão e harness de couro, contenções de tornozelo/punho e bondage (amarração).
Uma imagem da bolsa Balenciaga foi produzida ao lado de folhas de um processo da Suprema Corte Americana sobre pedofilia.
“O caso é referente a Michael Williams, julgado por oferecer materiais de abuso sexual infantil a usuários de um site”, escreveu a revista americana Paper Magazine.
Após repercussão do caso, a balenciaga deletou todas as imagens.
O diretor criativo da Balenciaga, Demna Gvasalia, perdeu a indicação para o prêmio Global Voices Award 2022, da plataforma Business of Fashion (BoF), especializada em indústria da moda. A entrega ocorreria na terça-feira, 29.
“Buscamos a verdade sobre as imagens da campanha em que as crianças apareceram com produtos inspirados em BDSM, algo totalmente inconsistente com nossos valores. Como resultado, não daremos a Demna o prêmio Global Voices deste ano”, justificou a BoF.
Embaixadora da Balenciaga e mãe de quatro filhos, Kim Kardashian usou as redes sociais para repudiar a publicidade da marca:
“Fiquei abalada com as imagens perturbadoras. A segurança das crianças deve ser levada na mais alta consideração; qualquer tentativa de normalizar o abuso infantil não deve ter lugar em nossa sociedade”, declarou uma das mulheres mais influentes do mundo.
Kardashian irá reavaliar seu relacionamento com a grife, “com base na disposição da empresa de se responsabilizar por algo que nunca deveria ter acontecido e nas suas futuras ações para proteger crianças”.
Em seu perfil do Instagram, a Balenciaga retratou-se:
"Pedimos sinceras desculpas por qualquer ofensa que nossa campanha possa ter causado. Nossas bolsas de ursinho de pelúcia não deveriam ter sido exibidas com crianças. Pedimos desculpas por mostrar documentos perturbadores na nossa campanha. Nós condenamos vigorosamente o abuso de crianças de qualquer forma. Defendemos a segurança e o bem-estar delas", escreveu.
A nota disse ainda que a empresa "está tomando ações legais contra as partes responsáveis por criar o set e incluir itens não aprovados para o ensaio fotográfico da campanha primavera 23”.
Segundo a BBC, a marca pede 25 milhões de dólares em indenização à produtora e ao cenógrafo que escolheram os documentos para o cenário.
Os responsáveis pelo projeto alegam que a marca estava ciente de toda concepção do anúncio.
Não é a primeira vez que a grife francesa envolve-se em polêmicas. Em maio de 2022, Demna Gvasalia lançou campanha promovendo uma série de tênis esfarrapados por preços que chegavam a R$ 9.800.
As imagens, do fotógrafo Leopold Duchemin, viralizaram na internet.
“As fotos divulgadas são, na verdade, versões exageradas e limitadas dos tênis que a Balenciaga está vendendo”, justificou a marca.
Outra peça que causou frisson na internet, em 2021, foi um blusão surrado e rasgado cujo valor passava dos R$18.000. O diretor criativo precisou explicar a ideia:
“Em minha visão de futuro, as pessoas usarão suas roupas até elas se desintegrarem”.
Cristóbal Balenciaga é natural de Getaria, na Espanha. Filho de uma viúva que costurava para sustentar a família, encontrou na moda sua profissão. Sua primeira boutique foi aberta em 1917, em San Sebastian, litoral espanhol.
Em 1938, lançou sua primeira coleção, na Casa Balenciaga. um endereço de luxo de Paris. Aos 42 anos de idade, à época, Cristóbal era um ícone da moda e representava elegância.
Na década de 1950, a Balenciaga viveria sua era de ouro na alta costura, sendo aclamada por suas roupas estruturadas, com ombros e silhuetas largas.
O criador da grife passou a ser chamado de “o arquiteto da moda”.
Grandes marcas do mundo, assim como a Balenciaga, são responsáveis por estimular culturas, comportamentos e até questões sociais em seus produtos.
Em 2021, a cervejaria Heineken reproduziu em suas redes sociais uma peça institucional promovendo o Dia Mundial sem Carne:
“Que tal comer e beber mais verde? A cerveja feita com água, malte, lúpulo e nada mais. É a opção perfeita para o acompanhamento de hoje”, sugeria a propaganda fazendo apologia ao vegetarianismo e ao veganismo.
A campanha foi mal recebida pelos consumidores brasileiros, especialmente no setor do agronegócio. Em resposta, o público propôs “um dia sem cerveja”. Eles levantaram as hashtags #DiaMundialSemHeineken e #ChurrascoSemHeineken nas redes sociais, gerando grande repercussão.
Na Austrália, uma cafeteria chamada Handsome Her, que ficou aberta por dois anos, cobrava 18% a mais pelos serviços ofertados a clientes do sexo masculino. Segundo a cafeteria, a taxação seria para “equilibrar a diferença salarial entre homens e mulheres”.
O fenômeno de imposição de pautas políticas e ideológicas por parte de empresas e grandes marcas do mercado vem sendo apelidado de “Capitalismo Woke”. Toque no link e entenda mais sobre essa tendência de marketing.
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