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Ativistas trans apostam em Zanin para reverter decisão de Flávio Dino no Supremo

O ministro restabeleceu a resolução do Conselho Federal de Medicina que restringe bloqueadores hormonais e cirurgias em menores de idade.

atualidades
Carlos Moura/SCO/STF/arquivo
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, decidiu, por meio de uma liminar, restabelecer a validade da Resolução do Conselho Federal de Medicina.

A norma define regras mais rígidas para o uso de bloqueadores hormonais e cirurgias de transição de sexo em menores de idade.

Após a decisão, duas organizações ligadas ao ativismo trans, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), recorreram, no sábado (4), ao ministro Cristiano Zanin.

As entidades pedem que o Supremo volte a suspender a resolução. Elas afirmam que a norma impede o acesso de crianças e adolescentes trans a tratamentos considerados essenciais para a saúde física e mental.

O que diz a resolução?

A norma do CFM, publicada em abril, proíbe o uso de bloqueadores hormonais antes dos 18 anos em pessoas que não se identificam com o sexo biológico.

Também determina que as chamadas cirurgias de afirmação de gênero só podem ser realizadas após um ano de acompanhamento médico e a partir dos 18 anos de idade.

Nos casos em que há risco de esterilização, como a retirada de útero ou testículos, a idade mínima sobe para 21 anos.

De acordo com o CFM, as diretrizes têm base técnica e ética, sustentadas pelo princípio da precaução, usado em políticas de saúde quando há incerteza científica sobre efeitos futuros.

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A decisão do ministro Dino

Em julho, a Justiça Federal do Acre suspendeu a resolução após pedido do Ministério Público Federal (MPF). O órgão apontou falhas no processo de elaboração da norma, falta de debate com a sociedade e restrição a tratamentos adotados em outros países.

O CFM recorreu ao STF, alegando que o tema já estava sendo analisado em ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs), processos usados para questionar se uma norma está ou não de acordo com a Constituição.

O Conselho afirma que o juiz de primeira instância teria ultrapassado sua competência ao decidir sobre um assunto que cabe apenas ao Supremo.

Flávio Dino acatou o pedido e restabeleceu a validade da norma, afirmando que caberá ao Supremo analisar o caso. A decisão é liminar e será julgada pela Primeira Turma do STF em 17 de outubro, em plenário virtual.

Recurso de entidades pró-trans

Após o revés, a ANTRA e o IBRAT recorreram à Suprema Corte. As entidades pedem que o ministro Cristiano Zanin revogue a decisão de Flávio Dino e restabeleça os procedimentos voltados a crianças e adolescentes trans.

Segundo as organizações, a decisão de Dino “privilegia formalismos jurídicos em detrimento da dignidade e do bem-estar” dos jovens, “deixando-os vulneráveis a sofrimento psicológico e riscos à saúde mental”.

A nota conjunta das entidades também afirma que o despacho foi celebrado por grupos antitrans e por setores da extrema direita.

“A decisão privilegia formalismos jurídicos em detrimento da dignidade e do bem-estar dessas crianças, deixando-as vulneráveis a sofrimento psicológico e riscos à saúde mental. E foi fortemente celebrada pelo CFM, grupos antitrans e por políticos da extrema-direita”.

As entidades também enviaram manifestação ao STF dentro da ADI 7.806, pedindo que o ministro Zanin permita a continuidade dos atendimentos médicos.

Elas defendem que procedimentos como o bloqueio hormonal da puberdade continuem sendo realizados. Também pedem que a hormonização a partir dos 16 anos seja mantida em centros de referência ligados a universidades públicas.

Com a decisão de Dino, esses procedimentos voltaram a ser proibidos, e médicos que descumprirem a norma podem ter o registro cassado e ficar impedidos de exercer a profissão.

A posição da Procuradoria-Geral da República

A Procuradoria-Geral da República também se manifestou contra o andamento da ADI 7.806.

O órgão afirmou que a ação das ONGs apresenta falhas no processo e ignora leis federais que já estabelecem limites de idade para bloqueadores hormonais, terapias cruzadas e cirurgias de transição.

Em nota, o presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, negou o caráter ideológico da resolução.

Segundo ele, o princípio da precaução não tem caráter ideológico, mas busca garantir segurança médica. A ideia é evitar riscos em situações ainda sem comprovação científica, como em novas terapias e tratamentos experimentais.

O CFM também destacou que a medida está em conformidade com o artigo 227 da Constituição Federal, que assegura às crianças e adolescentes direito à saúde, ao desenvolvimento físico e mental e à proteção contra riscos.

A repercussão internacional

Na semana anterior, a revista Nature Medicine, uma das mais influentes publicações científicas do mundo, publicou um artigo em defesa da resolução do CFM.

O texto afirma que as normas brasileiras “não representam retrocesso nos direitos das pessoas transgênero”, mas sim “o exercício legítimo de um dever institucional: garantir segurança, eficácia e integridade científica” em práticas médicas que envolvem populações vulneráveis.

O artigo cita a baixa qualidade das evidências disponíveis sobre a segurança e eficácia dos bloqueadores hormonais e terapias cruzadas em adolescentes.

“Estamos falando de procedimentos irreversíveis. A resolução não proíbe todos os tratamentos, apenas define critérios éticos e técnicos baseados na precaução médica e na proteção de jovens em fase de desenvolvimento”, afirmou Raphael Câmara, relator da resolução no CFM.

O julgamento da Primeira Turma do STF, marcado para 17 de outubro, vai definir se a resolução do CFM continua válida até o julgamento final das ações que contestam a norma.

A decisão poderá orientar futuras diretrizes sobre terapias hormonais e cirurgias de transição de sexo em menores de idade no país.

Entenda mais sobre ideologia de gênero

Nine Borges participou do podcast Conversa Paralela com Lara Brenner e Arthur Morisson para discutir a ideologia de gênero. Assista gratuitamente no canal da Brasil Paralelo e entenda mais sobre o tema.

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