Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.
Emir do Catar em uma reunião com o ex-líder do Hamas, Ismail Haniyeh - Fonte: The Times of Israel
A partir do dia primeiro de dezembro, o governo americano vai autorizar cidadãos do Catar a passarem até 90 dias nos Estados Unidos sem a necessidade de visto, tornando o país o 42º a receber essa autorização.
Quando o anúncio foi feito, o secretário de Estado do governo americano, Anthony Blinken, chegou a lançar um comunicado ressaltando o lado positivo da decisão:
“O cumprimento pelo Catar dos rigorosos requisitos de segurança para ingressar no Programa de Isenção de Visto aprofundará nossa parceria estratégica e aumentará o fluxo de pessoas e o comércio entre nossos dois países.”
Aliado americano
O pequeno país do Golfo Pérsico é um dos mais importantes aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Apesar de sua proximidade com os EUA, o governo do Emirado tem fortes relações com países e grupos hostis aos Estados Unidos.
Aliado iraniano
Apesar do alinhamento com os Estados Unidos, o governo do Catar mantém uma profunda relação de proximidade com o regime iraniano.
Os dois países fazem fronteira marítima, dividindo a região conhecida como Campo Norte, extremamente rica em gás natural.
A boa relação com a república xiita historicamente garante ao Catar a exploração dos recursos energéticos na área sem ter quaisquer problemas com o país vizinho.
Os fortes laços políticos e econômicos entre os dois países foram um dos motivadores para que o Catar sofresse um bloqueio econômico por parte de países como Arábia Saudita, Egito, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.
Apoio ao terrorismo
Outro fator que motivou os países árabes a bloquearem economicamente o Qatar foi a relação do emirado com grupos terroristas.
Talibã
Primeiro-Ministro do Catar apertando a mão de membro do Talibã - Fonte: The Cradle
Em 2013, o governo do Catar autorizou o Talibã a abrir um escritório formal em seu país.
A liderança do grupo terrorista passou a morar e articular as operações do grupo terrorista a partir de Doha, capital do Catar.
A presença do grupo terrorista no Golfo Pérsico recebeu o consentimento do governo dos Estados Unidos, já que o Catar passou a se colocar como um importante mediador.
A monarquia exerceu um papel fundamental para possibilitar a retirada das tropas americanas do Afeganistão em 2021.
Irmandade muçulmana
Príncipes do Catar com Yusuf al-Qaradawi - Fonte: Maydan
Um dos principais pontos de atrito entre o governo do Catar e os seus vizinhos é a relação de proximidade que o país possui com a Irmandade muçulmana e organizações ligadas ao grupo.
O governo do Catar afirma que a organização é um “movimento islâmico pacífico que poderia contribuir para a paz na região”, ao passo que as demais monarquias do Golfo Pérsico acreditam que o grupo traz instabilidade para a região.
Os países do Golfo acusam a empresa de mídia do Catar Al-Jazeera de divulgar as narrativas do grupo.
O canal chegou a conceder programas de televisão para o estudioso islâmico Yusuf al-Qaradawi, que divulgava os ideais da irmandade.
Hamas
Emir do Catar em uma reunião com o ex-líder do Hamas, Ismail Haniyeh - Fonte: The Times of Israel
Segundo reportagem da CNN, desde 2018 o governo do país tem enviado remessas mensais de US$15 milhões para a Faixa de Gaza, região controlada pelo grupo terrorista.
O governo de Israel nunca se opôs aos envios. Pelo contrário, o chefe do serviço de inteligência israelense, Yossi Cohen, chegou a enviar uma carta agradecendo o emir do Catar pela ajuda humanitária:
"Esta ajuda sem dúvida desempenhou um papel fundamental na obtenção da melhoria contínua da situação humanitária na Faixa de Gaza e na garantia da estabilidade e segurança na região."
Os envios eram realizados inicialmente através de malas de dinheiro, entregues por funcionários do governo do Catar nas mãos de membros do grupo terrorista.
Posteriormente, em 2021, a ONU assumiu a responsabilidade pelas transferências, após Israel e o Egito se negarem a autorizar a entrega de remessas dessa forma.
Segundo os dois países, o envio de recursos diretamente através de malas de dinheiro não permitia o rastreio dos recursos e ajudava o grupo a utilizar o dinheiro para operações militares.
Além do apoio financeiro à Faixa de Gaza, lideranças do Hamas moram em Doha e articulam suas operações a partir de lá.
Quando o grupo terrorista realizou o atentado contra Israel no dia 7 de outubro do ano passado, a monarquia sunita culpou Israel:
“O único responsável pela escalada contínua devido às suas violações persistentes dos direitos do povo palestino, sendo a mais recente as incursões repetidas na Mesquita de Al-Aqsa sob a proteção da polícia israelense.”
Desde o início da guerra, o Catar tem se apresentado como um mediador entre o Estado de Israel e o Hamas.
O pesquisador especializado em cultura árabe-islâmica, Mordechai Kedar, contou em entrevista à Brasil Paralelo que o país apoia o Hamas como forma de enfraquecer o Ocidente:
“Eles são os porta-vozes do Hamas. O Qatar recebe líderes do Hamas. O Qatar é um país que apoia o terrorismo de todas as formas possíveis, para dominar o Ocidente através de seu Jihad financeiro, que é também um tipo de luta, que fazem contra o Ocidente.”
A entrevista com Mordechai Kedar foi realizada para o documentário From the River to the Sea, que busca entender a fundo a guerra entre Israel e o Hamas.
Para entender uma questão complexa e importante como a guerra entre Israel e o Hamas, a Brasil Paralelo foi ao Oriente Médio, onde entrevistou intelectuais, militares e sobreviventes da guerra.
Mais de 3,5 milhões de pessoas já assistiram ao filme até hoje, 21 de outro e mais de 100 mil pessoas assistiram à estreia do documentário original no dia 7 de outubro.
Para assistir ao filme gratuitamente no YouTube, clique no link abaixo: