Veja a lista dos estados e municípios mais afetados pelo tarifaço de Trump

Entrou em vigor a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. A medida afeta diretamente 906 municípios que exportam para os Estados Unidos.

A nova alíquota, decretada pela Casa Branca no fim de julho, entrou em vigor no último dia 6 e se aplica a mercadorias embarcadas a partir de hoje.

A região Sudeste concentra os municípios com maior volume de exportações para os EUA.

São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram nas vendas de carne e café. No Sul, cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também foram impactadas, sobretudo no setor de máquinas e armas.

Mapa da tarifa: os estados mais afetados

O impacto da nova tarifa dos Estados Unidos não será igual para todos os estados do Brasil. De acordo com os dados levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos isso depende de dois fatores:

1. Quanto cada estado exporta para os EUA;
2. O quanto sua economia depende dessas exportações.

Quem mais exporta para os EUA?

Três estados lideram as vendas para o mercado americano:

• São Paulo: representa 33% de tudo o que o Brasil exporta para os EUA. As principais mercadorias são máquinas, aeronaves e combustíveis.
• Rio de Janeiro: tem 17,5% das exportações brasileiras para os EUA, com destaque para petróleo e derivados.
• Minas Gerais: participa com 11,7%, exportando café, ferro, aço e equipamentos industriais.

Juntos, os três representam mais de 62% das exportações nacionais para os EUA.

Quem mais depende dos EUA?

Alguns estados exportam menos em volume, mas são mais dependentes do mercado americano. Se a tarifa reduzir essas vendas, o efeito local pode ser mais forte.

• Ceará: quase 48% de tudo o que o estado exporta vai para os EUA. Os principais produtos são ferro, calçados e pescados.
• Espírito Santo: 30% das exportações têm como destino o país, com foco em ferro, cimento e papel.
• Sergipe: 21% da pauta exportadora vai para os EUA. Os produtos incluem combustíveis, frutas e cosméticos.

Esses estados são mais vulneráveis porque têm menos alternativas de mercado. Se perdem espaço nos EUA, podem sofrer quedas bruscas na receita e no emprego.

Os municípios mais afetados

Entre os casos destacados pelo levantamento estão:

• Piracicaba (SP): exporta máquinas e peças industriais;
• Matão (SP): vende preparações de frutas;
• Guaxupé (MG): tradicional na exportação de café;
• Jaraguá do Sul (SC): máquinas e materiais elétricos;
• Campo Grande (MS): exportadora de carnes;
• Ribeirão Pires (SP) e São Leopoldo (RS): fábricas de armas.

Veja a lista dos municípios mais afetados e o valor médio que cada um exporta por ano.

O estudo considerou os 30 principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA em 2024.

A nova tarifa de 50% resulta da soma de duas medidas: um imposto anterior de 10%, ampliado com uma sobretaxa de 40% anunciada em 30 de julho.

Produtos isentos da nova tarifa, como aviões, foram excluídos da análise. Também não foram considerados os itens já tarifados de forma global pelos EUA, como aço e alumínio, enquadrados na chamada Seção 232.

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O impacto das taxas por região

Alguns Estados do Nordeste, como o Ceará, têm nos EUA seu principal mercado externo. Isso aumenta o grau de exposição econômica ao novo tarifaço.

No Sul e Sudeste, mesmo com a exclusão de alguns produtos, o impacto segue relevante.

Os setores atingidos,como carnes, móveis, máquinas e armamentos, enfrentam forte concorrência internacional, o que reduz a margem de absorção do novo custo tarifário.

O Centro-Oeste, por outro lado, é a região menos impactada. Suas exportações estão concentradas em commodities agropecuárias e minerais, com destino preferencial à China e à Europa.

A nova tarifa imposta pelos Estados Unidos reacende o alerta sobre a dependência de mercados externos e a vulnerabilidade de centenas de municípios brasileiros.

Máquinas, carnes, cafés e armamentos estão entre os itens que sofreram a nova taxação. A medida exclui produtos como:

• suco de laranja;
• petróleo;
• celulose;
• aeronaves da Embraer.

Enquanto o governo avalia possíveis respostas, exportadores e prefeituras correm para adaptar suas estratégias diante do atual cenário.