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Atualidades
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Vegana compara pecuária com escravidão durante debate

Fala desencadeou discussão e bate-boca em um debate que reuniu trinta veganos e a chef especialista em carnes.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
18/11/2025 15:56
Reprodução

A chefe de cozinha Juliana Lima participou de um debate com trinta veganos para discutir a pergunta “É impossível salvar o planeta sendo vegano?”.

O encontro, que deveria abordar o impacto ambiental, acabou dominado por um embate ético sobre abate, sofrimento animal e liberdade de escolha.

O ápice veio quando uma participante, que se identificou como Nick, classificou a criação e o abate animal como uma forma moderna de escravidão, o que desencadeou o embate mais intenso da transmissão.

O ponto de partida que mudou o tom da conversa

Nick abriu sua participação afirmando que a salvação do planeta passa, necessariamente, pelo fim total dos matadouros. Ela afirma que o veganismo seria a única forma coerente de reduzir impacto ambiental e eliminar violência:

“Tem duas formas de viver: confinar animais, escravizar eles, abusar deles e mandar para o matadouro, ou viver de forma vegana, onde isso não existe.”

Nick argumentou que o consumo de carne sustenta um sistema de exploração:

“O que fazemos com os animais é horrível, vergonhoso e nojento. Não tem necessidade nenhuma de explorar animais.”

O uso do termo “escravizar” provocou reação da chef. Ju Lima afirmou compreender a compaixão da ativista, mas considerou a comparação inadequada e ofensiva:

“Você está comparando pessoas que comem carne com uma das maiores atrocidades da história humana.”

A chef defendeu que o abate segue normas de insensibilização e criticou o uso de vídeos extremos como representação do setor: “Vocês escolhem o que querem mostrar para a população.”

Ela também argumentou que o veganismo, na forma apresentada por Nick, tenta eliminar a liberdade de escolha:

“Ao ser vegana, você quer tirar a opção do outro de não ser.”
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Relatos de abatedouros e escalada da tensão

Nick rebateu dizendo ter visto de perto cenas de sofrimento: “Eu fui a abatedouros. Vi animais se debatendo e agonizando no chão.”

De acordo com Nick,  isso desmente a narrativa de abate indolor: “Você dizer que eles são bem tratados e depois cortar o pescoço é surreal.”

O debate ficou ainda mais acalorado quando Nick devolveu a comparação:

“Se eu fizer isso com você, te dou um choque e corto seu pescoço, a gente vê quem está falando de escravidão.”

Ju reagiu chamando a comparação de “nível baixo”, enquanto Nick insistia que defender o atual sistema seria defender escravidão.

A partir daí, interrupções constantes dos dois lados impediram a retomada do tema ambiental.

Quem ganharia com o fim do consumo de carne?

Durante o episódio do Conversa Paralela, o médico infectologista André Pirajá e a veterinária Lygia Pimentel, CEO da Agrifatto, levantaram um ponto pouco discutido no debate público.

Eles questionaram quem realmente teria vantagem econômica em um cenário de redução, ou até extinção, do consumo de carne.

De acordo com os convidados, a resposta passa por entender como funciona a estrutura da pecuária no Brasil e quem investe no mercado global de proteínas alternativas.

Pirajá explicou que o imaginário popular costuma enxergar o “fazendeiro brasileiro” como um grande latifundiário. Na prática, porém, o retrato é outro:

“Temos aproximadamente 2 milhões de fazendeiros. Setenta por cento são pequenos produtores. Se a gente soma pequenos e médios, passa de 80%. Quem é grande mesmo é um grupo muito pequeno.”

Com essa estrutura, a pecuária brasileira, majoritariamente familiar, seria a primeira afetada pela quebra de demanda. E, segundo os especialistas, não são os pequenos produtores que impulsionam a agenda da carne sintética ou insetos comestíveis.

André questionou quem teria interesse econômico direto nesse cenário:

“Se eu pudesse falar, talvez o maior frigorífico do país. Não porque ele vive da proteína animal, mas porque ele vive de acionista. Empresa investe onde dá dinheiro.”

Ele também afirmou que seria necessário criar percepção de escassez para que produtos artificiais ganhassem espaço:

“Como é que eu fomento uma pessoa a comer carne sintética se ela tem a melhor carne do mundo? Eu preciso gerar escassez para o preço subir.”

Lygia reforçou que o ruminante o boi é um dos animais mais eficientes energeticamente, transformando pasto de baixo valor nutricional em proteína de alto valor:

“O boi pega o alimento de pior qualidade e transforma no alimento mais valorizado que temos. É fantástico.”

André também criticou a liberação de insetos comestíveis na União Europeia, citando a falta de estudos de longo prazo:

“Já tem três insetos comestíveis aprovados. Tem cientista dizendo que não conseguiu analisar os reflexos a longo prazo, mas mesmo assim foi autorizado.”

De acordo com ele, a substituição da carne por insetos e proteínas artificiais aparece sempre acompanhada do argumento ambiental:

“A justificativa é sempre preservar o planeta.”

Assista o episódio completo de Conversa Paralela:

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