A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) foi fundada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy para concentrar e auxiliar civis fora do território americano durante o período da Guerra Fria.
Essa semana o órgão fundado por Kennedy entrou nas pautas do mundo todo, após passar a ser investigada por Elon Musk. O empresário é o atual líder do DOGE, departamento que tem como objetivo reduzir os gastos do governo.
Em seu perfil X, ele afirmou sua intenção de fechar a agência que estaria utilizando indevidamente o dinheiro público e que o presidente Donald Trump está de acordo com sua decisão.
“Ficou evidente que não se trata de uma maçã com um verme dentro, o que temos é simplesmente um ninho de vermes. Temos que nos livrar de tudo, está além de qualquer conserto. Vamos fechá-la”.
A informação foi confirmada por Trump e por sua porta-voz Karoline Leavitt. Desde a última segunda-feira, o site da instituição estava offline e voltou ao ar com uma nota em tom de despedida, falando sobre o futuro de seus funcionários:
Nos últimos dias, o nome da USAID esteve presente nos veículos de imprensa brasileiros, depois de Mike Benz, ex-funcionário do departamento de estado americano, afirmar em uma entrevista que a agência agiu em uma campanha de desinformação no Brasil.
Com os últimos movimentos das investigações de Musk contra a agência, alguns parlamentares brasileiros decidiram abrir um requerimento para a criação de uma CPI para investigar o investimento da agência com ONG 's brasileiras.
Uma das ONG 's suspeitas de envolvimento com a agência é o Instituto Felipe Neto. O influenciador nega qualquer envolvimento com a Agência americana USAID.
A USAID é uma das principais agências de assistência internacional, sendo responsável por 42% de toda a ajuda humanitária fornecida globalmente, segundo a ONU. Em 2023, teve orçamento de US$50 bilhões, conforme a plataforma USASPENDING.
A instituição opera em mais de 100 países e está sob coordenação do Conselho de Segurança Nacional, do Secretário de Estado e do Presidente dos Estados Unidos.
De acordo com a agência, sua missão é:
“Fazemos parcerias para acabar com a pobreza extrema e promover sociedades resilientes e democráticas, ao mesmo tempo em que avançamos em nossa segurança e prosperidade”.
A agência foi criada em um contexto de tensão política entre os EUA e a União Soviética, e inicialmente foi utilizada para promover os interesses da política externa americana.
Durante as primeiras décadas, a agência assumiu o papel de combater a expansão do comunismo em países em desenvolvimento.
A partir da década de 1990, passou a colaborar com ONGs em nações pobres.
Uma das principais missões é o fornecimento de fundos emergenciais para desastres e o combate à pobreza. Ao longo dos anos, a organização trabalhou em apoio às vítimas dos terremotos no Haiti e na reconstrução do Afeganistão após a guerra de 2001.
Em 2024, a agência anunciou um investimento de 17,8 milhões de dólares em um projeto de proteção da Amazônia, em parceria com ONGs brasileiras, como o Instituto Socioambiental e o Instituto Ouro Verde.
A USAID passou recentemente a ser investigada pelo chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, Elon Musk.
A USAID entrou em pauta após Musk ter afirmado, durante uma transmissão de áudio no X, que pretende fechar a agência e que o presidente Donald Trump estaria de acordo com a decisão.
A investigação foi iniciada após a agência destinar 68 milhões de dólares ao Fórum Econômico Mundial. O montante faz parte de dois acordos de financiamento da agência a nstituições no exterior:
No site USASPENDING, os repasses são descritos como “assistência externa da USAID para programas no exterior".
O líder do departamento de eficiência dos Estados Unidos compartilhou uma publicação em que o usuário do X pergunta:
"Por que a USAID deu 60 milhões de dólares para o Fórum Econômico Mundial", ao que Musk respondeu com um emoji pensativo.
Na segunda-feira (3) Karoline Leavitt, secretária de Imprensa da Casa Branca e porta-voz do presidente americano Donald Trump, afirmou que o órgão teria investido dinheiro em “prioridades absurdas”.
“Se analisarmos os últimos anos, fica claro que a agência investiu dinheiro em prioridades absurdas. Como pagadora de impostos norte-americana, não quero que meu dinheiro vá para isso. E sei que o povo norte-americano também não quer. É por isso que Elon Musk foi encarregado pelo presidente Trump de intervir”.
No dia seguinte, o governo anunciou afirmou que colocará os funcionários em licença. Somente os responsáveis por funções críticas permanecerão trabalhando.
O site da USAID, que havia sido desativado na última segunda-feira, voltou ao ar com uma nota anunciando medidas administrativas para funcionários não essenciais da agência.
O comunicado, em tom de despedida, também informa que colaboradores em outros países devem retornar aos Estados Unidos dentro de 30 dias, com a logística da viagem sendo organizada pela própria agência.
Veja a nota na íntegra:
“Na sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025, às 23h59 (EST), todo o pessoal contratado diretamente pela USAID será colocado em licença administrativa globalmente, com exceção dos funcionários designados responsáveis por funções críticas para a missão, liderança central e programas especialmente designados. O pessoal essencial que deve continuar trabalhando será informado pela liderança da Agência até quinta-feira, 6 de fevereiro, às 15h00 (EST).
Para o pessoal da USAID atualmente destacado fora dos Estados Unidos, a Agência, em coordenação com as missões e o Departamento de Estado, está preparando um plano, de acordo com todos os requisitos e leis aplicáveis, no qual a Agência providenciará e pagará a viagem de retorno aos Estados Unidos dentro de 30 dias e providenciará a rescisão dos contratos PSC e ISC que não forem considerados essenciais. A Agência considerará exceções caso a caso e prorrogações de viagem de retorno com base em dificuldades pessoais ou familiares, preocupações com mobilidade ou segurança, ou outros motivos. Por exemplo, a Agência considerará exceções com base no período escolar de dependentes, necessidades médicas pessoais ou familiares, gravidez e outros motivos. Mais orientações sobre como solicitar uma exceção serão fornecidas em breve.
Agradecemos pelos seus serviços”.
Recentemente, a agência chamou a atenção do público brasileiro após um ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA afirmar, em entrevista, que interferiu no processo eleitoral no Brasil.
O influenciador Felipe Neto publicou em sua rede social X na última quarta-feira para responder à acusação que o liga à USAID. DE acordo com a publicação, ele estaria sendo acusado de receber dinheiro da agência americana.
Após as investigações de Elon Musk sobre a USAID, a ONG do influenciador levantou suspeitas.
Em novembro de 2024, o IFN e outras ONGs foram acusadas de receber recursos dos EUA para combater campanhas de desinformação.
De acordo com o Felipe Neto, sua ONG tem como objetivo atuar na área de saúde mental de crianças e adolescentes em escolas públicas, recebendo apoio financeiro de iniciativas privadas e públicas, como Tik Tok, Google e a Prefeitura do Rio de Janeiro.
Também afirmou que o instituto recebeu da Embaixada dos Estados Unidos o valor de R$24.965,00, que foi utilizado em projetos na Amazônia, em parceria com jornalistas, acadêmicos e outros influenciadores.
Veja a publicação no X:
Neto enfatizou que sua equipe jurídica já está tomando as devidas providências contra os acusadores.
A polêmica da USAID é uma das muitas questões que ganharam protagonismo após a eleição de Donald Trump. Tenha acesso à analise completa no programa Cartas na Mesa. Assista gratuitamente.
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