Nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, o presidente Donald Trump anunciou uma medida inédita em seu segundo mandato: a federalização temporária do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, D.C.
Segundo a Casa Branca, a intervenção deve durar 30 dias, ou seja, até o dia 10 de setembro. A ação foi justificada como uma resposta a uma escalada de crimes violentos na cidade.O presidente também declarou que está pronto para ampliar a ação para outras cidades, caso julgue necessário.
“Estou mobilizando a Guarda Nacional para ajudar a restabelecer a lei, a ordem e a segurança pública em Washington, D.C. E eles terão permissão para fazer seu trabalho corretamente”, disse Trump, em coletiva na Casa Branca.
Apesar do tom de urgência, os números oficiais mais recentes mostram um cenário diferente: de acordo com o Departamento de Polícia Metropolitana, os crimes violentos na cidade caíram 26% em 2025 em relação ao mesmo período de 2024. Os homicídios tiveram queda de 12%, e as agressões com armas perigosas caíram 20%.
O presidente recorreu à Seção 740 da Lei de Autonomia do Distrito de Columbia (Home Rule Act), que autoriza o governo federal a assumir temporariamente o controle da polícia local em “condições especiais de natureza emergencial”.
A medida é possível porque, ao contrário dos estados, o Distrito de Columbia não comanda sua própria Guarda Nacional — que é subordinada diretamente ao presidente.
Pela lei, para manter o controle por mais de 48 horas, é necessário notificar os líderes das comissões do Congresso responsáveis por D.C., explicando os motivos e a duração da intervenção. Até o fim da tarde de segunda-feira, o deputado democrata Robert Garcia, presidente do comitê da Câmara, afirmou não ter recebido a notificação.
Segundo Trump, a decisão ganhou força após a agressão a Edward Coristine, jovem engenheiro de software e ex-integrante do Departamento de Eficiência Governamental, órgão criado no início de seu segundo mandato para cortar gastos públicos. O crime, ocorrido em 3 de agosto no bairro Logan Circle, foi classificado como tentativa de roubo de carro.
“Que pena — a taxa de criminalidade, a taxa de assaltos, assassinatos e tudo mais, não vamos permitir. Isso inclui trazer a Guarda Nacional, talvez muito rapidamente também”, afirmou Trump na última quarta-feira, quando já adiantava a possibilidade de intervir.
O plano de segurança prevê três frentes principais:
De acordo com o Departamento de Defesa, os militares não terão poder de prisão, atuando para liberar policiais locais para outras ações.
Trump descreveu a intervenção como uma “libertação” da capital. Na manhã de segunda-feira, em seu perfil no Truth Social, escreveu:
“Os dias de matar ou ferir impiedosamente pessoas inocentes ACABARAM!”
Durante a coletiva, afirmou que a cidade está tomada por “crime, selvageria, imundície e escória” e que “os dias de caos estão contados”.
Para a Casa Branca, a operação será um teste: caso funcione, servirá como modelo para outras cidades consideradas problemáticas, como Chicago.
O sindicato da polícia de D.C., que representa mais de 3 mil oficiais, apoiou a decisão. Em nota, afirmou que a corporação enfrenta “escassez histórica de efetivo”, “baixa moral” e “picos de criminalidade violenta” e que a intervenção pode ajudar a estabilizar a situação. Contudo, enfatizou que a medida “deve ser temporária” e voltada a “fortalecer e devolver o comando a um departamento plenamente estruturado”.
Alguns republicanos no Congresso também celebraram a ação. O deputado James Comer, presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, afirmou:
“O presidente Trump está usando seu poder executivo para tomar medidas ousadas e necessárias a fim de reprimir o crime e restaurar a lei e a ordem em Washington.”
Autoridades locais questionaram a necessidade da medida. A prefeita Muriel Bowser disse à MSNBC no domingo:
“Qualquer comparação com um país devastado pela guerra é hiperbólica e falsa.”
O procurador-geral de D.C., Brian Schwalb, classificou a ação como “sem precedentes, desnecessária e ilegal”, prometendo adotar “todas as medidas para proteger os direitos e a segurança dos moradores”.
O senador-sombra Ankit Jain acusou o governo federal de não ter priorizado nomeações para vagas no sistema judicial local, o que, segundo ele, contribui para atrasos nos julgamentos e impacto na segurança. Ele também criticou a situação do escritório do procurador federal, atualmente comandado por Jeanine Pirro, ex-apresentadora da Fox News e aliada de Trump.
A postura de Trump em relação à segurança pública remonta às décadas de 1980 e 1990, quando defendeu políticas mais duras contra o crime. Em 2020, durante seu primeiro mandato, ordenou a retirada forçada de manifestantes pacíficos em Washington, durante os protestos do movimento Black Lives Matter, após a morte de George Floyd.
No verão de 2025, já reeleito, enviou quase 5 mil soldados da Guarda Nacional para Los Angeles durante protestos contra operações de imigração — uma decisão que gerou controvérsia, pois envolveu tropas da Califórnia sem a autorização do governador Gavin Newsom.
Para críticos, a atual intervenção segue a mesma lógica de ações de alto impacto, combinando discurso forte e medidas rápidas para mostrar autoridade. Para aliados, trata-se de um cumprimento de promessa eleitoral de “restaurar a lei e a ordem” nas cidades.
Se um presidente pode assumir o controle de uma cidade inteira com um decreto, o que isso revela sobre os limites do poder e a soberania local?
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