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Shein é investigada por vender bonecas sexuais que imitam crianças

Porta-voz da empresa ofereceu entregar nomes de compradores à polícia.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
4/11/2025 15:30
Isto é Dinheiro

A Shein enfrenta uma das maiores crises de imagem de sua história. Autoridades francesas abriram uma investigação contra a empresa por comercializar bonecas sexuais com aparência de criança.

A denúncia partiu da Direção Geral de Concorrência, Consumo e Repressão de Fraudes (DGCCRF), que apontou a presença de produtos com “Outras gigantes chinesas no mercado de e-commerce, como AliExpress, Temu e Wish, também estão sendo investigadas pelo mesmo crime.”. 

Uma dessas bonecas, com cerca de 80 centímetros, era anunciada segurando um urso de pelúcia e acompanhada de textos de cunho sexual explícito

Segundo Alice Vilcot-Dutarte, representante do órgão, “basta imaginar uma criança navegando na plataforma em busca de uma boneca e se deparando com isso”.

Em resposta imediata, a Shein baniu todos os itens semelhantes, anunciou a retirada dos produtos do ar e abriu uma investigação interna. 

A crise se intensificou com a ameaça direta do ministro francês da Economia, Roland Lescure, de banir a marca do país caso os produtos reaparecessem

No esforço para conter os danos, o porta-voz da marca na França, Quentin Ruffat também afirmou que está disposta a cooperar integralmente com as autoridades

Nós cooperaremos plenamente com as autoridades judiciais… Seremos completamente transparentes com as autoridades. Se nos pedirem, cumpriremos… Implementaremos as salvaguardas necessárias para garantir que isso não volte a acontecer”.

A declaração foi feita durante uma entrevista, na qual ele disse que estaria disposto a entregar o nome das pessoas que compraram as bonecas para as autoridades.

A medida, apesar de polêmica, tenta reposicionar a empresa diante da pressão pública e judicial

Donald Tang, CEO global da Shein, assumiu responsabilidade pessoal pelo ocorrido e prometeu reforçar os mecanismos de controle sobre os vendedores terceiros que usam a plataforma.

A controvérsia ganhou ainda mais repercussão por ocorrer às vésperas da inauguração da primeira loja física da Shein no mundo, no tradicional BHV Marais, em Paris. 

A decisão da loja de departamentos de receber a marca provocou protestos de outras grifes e parte do público francês.

Não é a primeira vez que a Shein se envolve em polêmicas na Europa. Apenas em 2025, a empresa foi multada três vezes na França, totalizando €191 milhões, cerca de R$1,18 bilhão, por:

  • violações relacionadas a publicidade enganosa;
  • uso de microplásticos; e 
  • coleta irregular de dados dos usuários. 

Atualmente, a Comissão Europeia também conduz investigações sobre riscos associados a produtos ilegais vendidos na plataforma.

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