O senador Sérgio Moro e o promotor Lincoln Gakyia, eram alvos de plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) que envolvia homicídio e extorsão por sequestro, segundo investigações da Polícia Federal (PF). Ambas as autoridades, combateram o PCC em algum momento de sua carreira.
Na manhã desta quarta (22/03), a Polícia Federal cumpre 11 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em quatro estados do país contra uma organização criminosa que planejava realizar ataques contra servidores públicos e autoridades.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) era um dos alvos do grupo, de acordo com informações confirmadas pela assessoria do parlamentar ao jornal Gazeta do Povo.
Em 2019, Moro foi responsável pela transferência do líder do PCC “Marcola” para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), após a descoberta de um plano para resgatá-lo.
As investigações da Operação Sequaz descobriu que:
A operação cumpre mandados nos quatro estados citados.
Segundo a PF, os ataques ocorreriam de forma simultânea, e os principais investigados estão no Paraná e em São Paulo. Flávio Dino, ministro da Justiça, confirmou que os alvos seriam um senador e um promotor.
Nove pessoas foram presas. De acordo com o ministro, as investigações começaram há meses, mas ele ficou sabendo apenas há 45 dias, alertado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Segundo Dino, a PF começou a acompanhar essa possibilidade e indícios que acabaram se confirmando até a deflagração da operação.
“Efetivamente havia um planejamento em curso para ações violentas com vários alvos, como um promotor de São Paulo, que era o alvo originário, e que essas possibilidades envolviam autoridades do sistema penitenciário de vários estados, integrantes das polícias de vários estados e o hoje senador Sérgio Moro”, disse Flávio Dino em uma entrevista coletiva no final da manhã.
O ministro disse, ainda, que não se sabe ao certo quantas pessoas eram alvos da facção, mas que, "ao que foi feito hoje, as prisões e apreensões, é que vão definir o alcance de todo esse planejamento. O que nos coloca, obviamente, diante da questão mais grave que é como os sistemas de segurança podem se aparelhar para atuar com mais força no enfrentamento a essas organizações criminosas”.
Sérgio Moro comentou o caso através de suas redes sociais:
“Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do Senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR [Polícia Militar do Paraná], Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP [Polícia Militar de São Paulo], MPE/SP [Ministério Público Estadual de São Paulo], e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”.
Outro alvo da facção era o promotor Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente (SP), conforme confirmado à Gazeta do Povo pelo Ministério Público do estado.
De acordo com ele, o PCC já o ameaçou anteriormente por conta da remoção de membros do grupo do sistema penitenciário federal.
Gakyia explica que a investigação começou na promotoria de São Paulo após a descoberta de planos para executá-lo, e que depois se descobriu o plano de atentar contra autoridades de todo o Brasil.
O PCC pretendia resgatar da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) o líder do grupo, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.
“O plano B desse resgate era justamente o plano de atentados no Brasil todo contra autoridades e sequestros também. Seria uma retaliação à remoção dessa liderança, que já faz quatro anos que conseguimos removê-la para o sistema penitenciário federal”, disse Gakyia.
A operação é realizada por cerca de 120 agentes e já apreendeu um automóvel e uma motocicleta de luxo, dinheiro em espécie guardado em um cofre, relógios e correntes.
Pouco depois da deflagração da operação, o ministro Flávio Dino voltou às redes sociais para dizer que está convocando uma reunião com agentes de segurança para discutir medidas e propostas contra o crime organizado em todo o país.
"Estou convidando os secretários de Segurança dos Estados, a PF e a PRF [Polícia Rodoviária Federa] para uma reunião na próxima semana no Ministério da Justiça. Vamos atualizar a avaliação sobre a situação no país e debater mais medidas e propostas na área da Segurança Pública", disse.
A afirmação vem, também, na esteira dos ataques criminosos contra bens públicos e privados ocorridos há mais de uma semana no estado do Rio Grande do Norte, onde já são contabilizados 201 atentados em mais de 50 cidades.
Segundo as autoridades de segurança potiguares, os ataques são cometidos também por facções criminosas que atuam dentro e fora dos presídios.
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