O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, que teve sua inelegibilidade decretada recentemente, participou de uma entrevista para o programa Pânico da Jovem Pan. Bolsonaro dividiu suas impressões sobre o seu governo, o atual cenário brasileiro e outros problemas que ele identifica na política.
Comentando sobre a recente decisão que o tornou inelegível, o ex-presidente afirmou:
“Um pessoal, uma nata de Brasília, uma nata política de outros poderes, se uniu para me tirar da presidência, o que eu estava fazendo, apesar da pandemia, da guerra lá fora, da crise hídrica de 21, os números do Brasil eu entreguei muito melhores do que eu recebi lá em janeiro de 2019”.
Bolsonaro deixou claro que ficou abalado com os eventos recentes, mas que segue na luta: “eu estou na UTI, eu não morri ainda, logo alguém já vai querer dividir o meu espólio”.
Tido como o grande representante da direita brasileira, o ex-presidente também avaliou o cenário para a direita nacional após sua derrota.
“O que eu vejo aqui como nome nacional? Não tem um nome ainda de conhecimento do Brasil todo para fazer o que eu fiz ao longo desses 4 anos. Nós ajudamos a surgir certas lideranças. Como Tarcísio em São Paulo, ele é carioca, torcedor do Flamengo e governador de São Paulo.
O Zema não se elegeu por eu ter apoiado ele, foi pelo seu trabalho e um pouco pelo pessoal que se voltou contra o PT lá em Minas Gerais, pela onda que a gente gerou contra o PT.
Outros bons nomes apareceram, mas não tem ainda esse carimbo para falar para o Brasil todo ‘estamos juntos para 2026’”.
Bolsonaro avalia que surgirão nomes oportunistas para aproveitar o espaço que deixou e que isto já está até acontecendo.
“Espera um pouco mais, vão aparecer aqueles precoces, como já apareceu um aí falando ‘olha, nem a direita e nem a esquerda, vamos unir todo mundo no centro’. Eu vou por uma passagem bíblica ‘seja frio ou seja quente, não seja morno’. O momento que o Brasil vive não é para ser aquele que vai querer agradar todo mundo.”.
Roberto Motta, comentarista político e especialista em segurança pública, perguntou ao presidente:
“O senhor foi o primeiro presidente a falar de liberdade. O primeiro a dizer que o governo deve se preocupar primeiro com o cidadão de bem antes de se preocupar com o criminoso. O primeiro a defender um Estado menor, com menos imposto e o primeiro a defender o direito de autodefesa armada, um assunto tabu. O senhor acredita que essas ideias vão continuar a ser defendidas pelos parlamentares de direita?”
Bolsonaro respondeu:
“Vão continuar sim, eu tenho a certeza disso. (...) a grande maioria tá com isso guardado dentro de si.
Há poucos dias o STF derrubou todos os nossos decretos sobre armas dizendo que arma causa mais morte, mais violência, se você pegar o número de mortes por arma de fogo no Brasil no ano de 2018 e comparar com o número de 2022, há quase 30% a menos. É sinal que a arma com pessoa de bem evita a morte.
A arma ajudou a gente a pacificar o campo, com a ajuda do Parlamento, aquele cidadão que mora num sítio, numa fazenda, ele podia usar sua arma dentro de casa, era posse de arma de fogo e nós conseguimos dar a posse em todo o perímetro de sua propriedade. O fazendeiro, a senhora sitiante, podia montar seu cavalo, subir numa moto, numa bicicleta, a pé ou num carro e percorrer todo o perímetro da sua propriedade armado, isso inibiu a criminalidade. O campo vibrou com a gente.”
Bolsonaro comentou também como buscou favorecer o empreendedorismo e a livre iniciativa econômica:
“Pouca gente sabe o que é a nossa lei da liberdade econômica. Vou dar um exemplo simples: o sujeito queria vender um cachorro quente na praça, uma senhora queria abrir um salão de beleza, ou o senhor uma oficina mecânica, eles entravam com um pedido de alvará e demorava meses para sair essa liberação. Com a nossa lei, se em 30 dias a prefeitura não respondesse, ele podia abrir seu negócio.”
Ainda no assunto da livre iniciativa, o ex-presidente comentou sobre as transferências rápidas via Pix que criou. Segundo Bolsonaro, a tecnologia se tornou referência no exterior e ajudou pequenos negociantes brasileiros em seus negócios, movimentando ao todo mais de 1 trilhão de reais.
Ao final da entrevista, Jair Bolsonaro demonstrou preocupações com a situação política do Brasil:
“O que está em jogo, não sou eu, nem vocês da Jovem Pan que estão me entrevistando, o que está em jogo é o futuro do nosso país. Existe uma determinada linha que quando você ultrapassa não tem mais retorno.”
Para compreender como um movimento político que parecia inexistente no Brasil há 10 anos chegou ao poder e o que o levou a cair, é necessário voltar e reviver os acontecimentos da última década.
Na trilogia A Direita no Brasil, figuras de destaque do movimento da nova direita brasileira avaliam os últimos anos e ajudam a compreender se há um futuro para a direita no Brasil.
Cupom aplicado 48% OFF
Cupom aplicado 66% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 59% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP