De acordo com os evangelhos, João nasceu de forma milagrosa. Seus pais, Zacarias e Isabel, já eram idosos quando o anjo Gabriel apareceu com a notícia: o casal teria um filho.
O anjo anunciou que o menino seria “grande diante do Senhor” e teria a missão de anunciar o Messias.
Ainda no ventre da mãe, João reconheceu Jesus. Quando Maria, grávida de Jesus, saudou Isabel, a idosa expressou: “o bebê estremeceu no meu ventre”. Era o primeiro sinal de que aquele menino teria um papel especial.
A voz que clamava no deserto
Já adulto, João Batista passou a viver no deserto da Judeia. Vestia-se com pele de camelo, alimentava-se de mel silvestre e gafanhotos, e pregava um batismo de arrependimento.
Para a tradição católica, João é o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro anunciador do Novo. Foi ele quem batizou Jesus nas águas do rio Jordão.
“Ele deve crescer, e eu diminuir”, declarou João ao reconhecer que sua missão havia sido cumprida.
De acordo com os evangelhos, João não temia dizer a verdade, mesmo diante do poder.
Ele denunciou o rei Herodes Antipas por viver com Herodíades, mulher de seu irmão. Acabou preso e, por influência de Salomé, foi decapitado em um banquete.
A importância de João Batista é atestada por Jesus no evangelho no capítulo 11 do Evangelho segundo Mateus.
“Entre os nascidos de mulher não há maior do que João Batista”.
São João em outras religiões
A figura de João Batista não é exclusiva do cristianismo.
Segundo estudiosos da tradição islâmica, João, conhecido como Yahya, é considerado um dos grandes profetas do Alcorão.
Para os muçulmanos, também nasceu de maneira milagrosa e teve uma missão divina, embora não seja reconhecido como batizador de Jesus.
Entre os membros da fé Bahá’í, João é visto como um “precursor espiritual”, aquele que veio preparar o caminho para uma nova revelação.
Para os espíritas, ele é um exemplo de espírito missionário, enviado com tarefas específicas no plano terreno.
Mesmo fora do âmbito religioso, João Batista é lembrado por sua coragem, simplicidade e firmeza.
Uma das festas mais queridas pelos brasileiros
No Brasil, o dia 24 de junho é sinônimo de festa junina. O nome da celebração vem justamente de João “joanina” virou “junina”.
A tradição de acender fogueiras vem do relato bíblico de Isabel, que, segundo a história popular, teria feito uma fogueira para avisar que João havia nascido.
Hoje, essa tradição se traduz em quadrilhas, músicas caipiras, danças, milho cozido, pamonha, bandeirinhas e devoção popular. Em muitos lugares, a festa começa com uma missa e termina com fogos de artifício e forró.
Em algumas regiões, a festa de São João tem status de patrimônio cultural. Para muitos brasileiros, trata-se de um dos momentos mais aguardados do ano, um símbolo de alegria, fé e identidade regional.
Mais do que um personagem bíblico, São João é lembrado como o homem que preparou o mundo para acolher Jesus e como aquele que, até hoje, inspira milhões com sua firmeza e humildade.