O ministro alegou que a medida é necessária para garantir direitos fundamentais das pessoas e transparência na segurança pública.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que os policiais militares de São Paulo utilizem câmeras corporais durante todas as operações. A decisão foi tomada após um pedido da Defensoria Pública do estado e visa aumentar a transparência das ações policiais e prevenir abusos.
Em sua decisão, Barroso destacou a gravidade do cenário de letalidade policial em 2024. Ressaltou também que a gravação ininterrupta das imagens é essencial para a proteção dos direitos fundamentais. Entre as medidas determinadas pelo ministro estão a exigência de que as câmeras sejam operadas de forma contínua durante as operações, com o fornecimento de relatórios mensais sobre a implementação da medida.
Além disso, o governo estadual foi orientado a garantir que o número mínimo de 10.125 câmeras esteja em operação e a fornecer informações detalhadas sobre processos disciplinares relacionados ao descumprimento das normas.
Barroso também exigiu a divulgação de dados no portal da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, além de um cronograma para a implementação do sistema de gravação e capacitação dos policiais. O governo paulista já havia se comprometido com a instalação das câmeras, mas a implementação estava ocorrendo de forma gradual. A decisão do STF reforça a pressão para que a medida seja cumprida com maior urgência.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), havia inicialmente resistido à implementação total das câmeras, mas após a repercussão de casos de violência, passou a apoiar a medida, embora tenha mantido no cargo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também anunciou que a pasta está formulando uma regulamentação sobre o uso da força por agentes de segurança, o que poderá complementar as novas medidas estabelecidas por Barroso.
Ele citou episódios de violência policial registrados recentemente, como o caso de um policial que arremessou um homem de uma ponte, e o assassinato de um estudante de medicina por um PM, como justificativas para sua decisão.
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A decisão de Barroso gerou reações divergentes no Congresso Nacional. Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a imposição do uso das câmeras corporais pode agravar a segurança pública, principalmente em São Paulo.
"Depois do ministro [Edson] Fachin esculhambar a Segurança Pública no RJ com a ADPF 635, agora o ministro [Luís Roberto] Barroso vai aumentar os índices de criminalidade em São Paulo, ao determinar que policiais usem câmeras corporais. Criam dificuldade para as Polícias e os vagabundos agradecem", criticou o senador.
Em contrapartida, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apoiou a decisão, vendo-a como um passo importante no combate ao abuso de autoridade.
“Barroso, presidente do STF, ordena que PM de Tarcísio utilize as câmeras corporais de maneira ininterrupta. Atende assim a um pedido da Defensoria de SP. É preciso dar um basta à ‘bolsonarização’ da polícia, que vem massacrando as pessoas”, afirmou o parlamentar.
Há ainda outro ponto: o governo paulista já havia se comprometido com a instalação gradual das câmeras, a decisão do STF exige um ritmo mais acelerado na implementação. Além disso, exige que sejam usadas de modo ininterrupto, ou seja, em todas as operações da PMSP. O desfecho dessa medida pode ter implicações significativas para o futuro da segurança pública em São Paulo, o que pode impactar também outros estados do Brasil.
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