María Corina, uma das principais figuras da oposição que foi impedida de se candidatar, falou sobre a perseguição imposta à oposição pela ditadura chavista:
"São 31 venezuelanos presos por razões vinculadas à campanha. Desde a chefe do comando nacional, até um cidadão cujo único crime foi participar de um evento. Há seis asilados na embaixada da Argentina, que lhes nega salvo-conduto."
Corina seguiu contando sobre as dificuldades que o regime de Nicolás Maduro tem imposto à campanha da oposição:
"Além de bloqueios a estradas e cortes de energia. Retiraram a licença de um motorista de ônibus por levar pessoas a um evento. Fecharam um local em que se vendiam empanadas por nos servirem café da manhã. O regime não quer que o mundo veja isso."
Após ser perguntada sobre a proibição de votos de venezuelanos exilados e a diferença que eles podem fazer no resultado, a líder política respondeu de forma otimista:
"O impacto é que vamos ganhar, com menos votos, mas não vai além disso."
Corina seguiu falando sobre as restrições ao voto implementadas pela ditadura:
"Potencialmente, deveríamos ter um registro eleitoral de cerca de 26 ou 27 milhões de venezuelanos, contando os que estão dentro e fora do país. Mas quase 10 milhões não poderão votar".
Para a venezuelana entrevistada, o regime não quer que os jovens e os refugiados votem, por saber que são setores contrários ao chavismo:
"O regime sabe que a maioria dos que fugiram querem voltar e que muitos dos que estão sofrendo aqui não querem sair. Esses veem no dia 28 de julho sua última chance de voltar à Venezuela, ou de não sair."
A Venezuela está às vésperas de um momento crítico, que pode pôr fim ao governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que detém o poder desde a eleição de Hugo Chávez em 1999.