Tudo começou no fim de 2024, durante uma viagem em família à praia, quando a embaixadora britânica Stephanie Al-Qaq contraiu dengue, mesmo tomando precauções e usando repelente.
O que parecia ser um quadro comum evoluiu rapidamente para hepatite fulminante, segundo o cardiologista Antônio Aurélio, do Hospital DF Star.
“Em 48, 72 horas, claramente vimos que ela estava entrando no quadro de insuficiência hepática fulminante, uma progressiva piora da função hepática sem sinal de reversibilidade”.
A complicação, que atinge menos de 1% dos infectados pelo vírus da dengue, rapidamente comprometeu o fígado de Al-Qaq.
Corrida contra o tempo
O fígado havia piorado, e restavam apenas horas para salvar a diplomata. Stephanie foi colocada numa máquina de hemodiálise contínua, que filtrava as toxinas que o corpo já não conseguia eliminar.
A amônia acumulada no sangue afetava o cérebro, sinal de encefalopatia hepática e iminência de morte.
O médico lhe ofereceu a chance de ser transferida para Londres, mas ela recusou.
“Ela está no Brasil há vários anos, já mora aqui, está estabelecida com o marido e não queria ir embora”, recorda Aurélio.
Apesar de sua decisão de permanecer no país, havia uma condição indispensável: a embaixadora precisava entrar na fila de transplante para receber um novo fígado.
No Brasil, a fila de transplante de fígado segue critérios rigorosos de gravidade. Pacientes com hepatite fulminante, como Al-Qaq, entram automaticamente como prioridade nacional.
Para estrangeiros, há exigências adicionais: registro no sistema brasileiro ou autorização especial do Ministério da Saúde.
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